29 de outubro, de 2025 | 15:00

A estupidez é mais grave do que a maldade e entender isso faz a diferença

Miguel dos Santos *

Lembrei-me desse tema sobre o qual havia lido há uns 15 anos, quando, esta semana, assisti a um vídeo do escritor espanhol Cristóbal Amo, autor de Manual de riqueza consciente. Estamos rodeados de estúpidos? Indaga o palestrante que, que em seguida responde: “Cipolla acha que sim”. Pois então vejamos do ponto de vista prático:

Alguma vez você já se perguntou por que há pessoas que parecem se divertir gerando dano, mesmo quando não ganham nada com isso? Mesmo quando o dano que elas causam nos prejudica e isso parece não ter importância para elas? Tranquilo, não é sua imaginação. Um economista italiano chamado Carlo Maria Cipolla estudou cientificamente a estupidez humana e chegou a uma conclusão demolidora: estamos rodeados de estúpidos. E ele demonstrou isso com cinco leis universais que explicam grande parte do sofrimento humano.

Cipolla dizia que a estupidez humana é mais perigosa que a maldade, porque o malvado, ao menos, atua por interesse e busca seu próprio benefício. O estúpido, ao contrário, não ganha nada, só leva prejuízo e, muitas vezes, prejudica quem está ao seu lado.

Imagine este quadro simples que Cipolla propôs: o inteligente ganha e faz você ganhar; o malvado ganha e faz você perder (ele só pensa nele); o incauto perde e faz você ganhar; o estúpido perde e faz você perder. Este último grupo, o dos estúpidos, é o mais perigoso de todos. Isso porque o estúpido não tem lógica, não tem limites. Ele pode aparecer em qualquer lugar: no trabalho, na política, no clube social que você frequenta, na família ou até mesmo em si mesmo, quando você atua sem consciência.
“O estúpido, ao contrário, não ganha nada, só leva prejuízo e, muitas vezes, prejudica quem está ao seu lado”


Cipolla advertia que subestimamos a quantidade de estupidez que há no mundo. E o mais inquietante é isso: qualquer um de nós pode se comportar como um estúpido em determinados momentos. Cada vez que atuamos sem pensar, quando machucamos alguém sem propósito, sem querer, quando sabotamos algo bom só por orgulho, nesse instante entramos na zona da estupidez humana.

Da próxima vez que alguém te prejudicar sem ganhar nada, não tente entender. Lembre-se de Cipolla. Nunca subestime o poder destrutivo da estupidez humana.

* Economista.

Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço


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