23 de outubro, de 2025 | 12:00

O papel da BYD no avanço dos carros eletrificados no Brasil: tendências, vendas e inovação

O mercado automotivo brasileiro vem passando por uma transformação acelerada nos últimos anos, impulsionada por mudanças tecnológicas, exigências ambientais e novos hábitos de consumo. Nesse cenário, a BYD (Build Your Dreams), montadora chinesa que ganhou força globalmente com sua linha de veículos eletrificados, passou a ocupar um papel de destaque também no Brasil.

Modelos como o SUV híbrido BYD Song, com sua proposta de eficiência energética, desempenho e conforto, têm conquistado um público cada vez maior. A chegada recente de outros modelos, como o sedã eletrificado BYD King, também reforça a estratégia da marca de ampliar seu portfólio e disputar mercados dominados até então por marcas tradicionais.

Neste artigo, vamos analisar o impacto da BYD na transição para carros eletrificados no Brasil, as tendências de consumo, os números de vendas e os elementos de inovação que colocam a montadora como uma das principais protagonistas do futuro da mobilidade nacional.

A chegada da BYD e sua estratégia para o mercado brasileiro

Apesar de já ser uma gigante na China e em outros mercados asiáticos, a entrada da BYD no Brasil se consolidou de forma mais efetiva a partir de 2022. Com um portfólio focado em eletrificação, a montadora optou por uma estratégia gradual: primeiro com frotas e operações comerciais (como ônibus e vans elétricas), depois entrando no varejo com SUVs e sedãs para o consumidor final.

O BYD Song Plus DM-i, por exemplo, ganhou destaque por combinar motor elétrico com motor à combustão em um sistema híbrido do tipo plug-in, oferecendo excelente autonomia e baixo consumo de combustível. A estratégia de lançamento foi agressiva: preços competitivos, design moderno, tecnologia embarcada e garantia extensa. Essa abordagem tem como objetivo quebrar a resistência cultural do consumidor brasileiro em relação à mobilidade elétrica.

A marca também vem apostando na nacionalização de parte da produção e montagens, com planos de instalação de uma fábrica em Camaçari (BA), nas antigas instalações da Ford. Esse movimento indica um compromisso de longo prazo com o mercado local e pode gerar impacto direto no custo dos modelos, tornando-os ainda mais acessíveis.

Vendas em crescimento e consolidação da marca entre os eletrificados

Em pouco tempo, a BYD deixou de ser uma novidade para se tornar referência. Segundo dados da Fenabrave, a montadora ocupa hoje posição de destaque entre os veículos híbridos e elétricos vendidos no Brasil, com crescimento expressivo nas vendas a cada trimestre.

O sucesso do SUV híbrido Song Plus se deve não apenas ao consumo reduzido, mas também ao pacote tecnológico, que inclui assistentes de condução, painel digital completo, conectividade avançada e acabamento de nível superior. Outro fator que impulsiona a marca é o BYD Dolphin, modelo 100% elétrico com foco urbano, que se posiciona como um dos veículos elétricos mais acessíveis do país.

Mais recentemente, o lançamento do sedã eletrificado BYD King amplia a atuação da marca entre os consumidores que procuram conforto e desempenho com pegada sustentável. O modelo promete desempenho similar ao de sedãs médios a combustão, mas com consumo muito inferior. É por isso que cresce a busca por BYD King preço
em plataformas online, revelando uma demanda crescente por opções sustentáveis e eficientes.

O crescimento da marca é impulsionado ainda pela capacidade da BYD de oferecer tecnologia de ponta a preços mais acessíveis que os concorrentes diretos. Isso está ajudando a democratizar o acesso a carros eletrificados no país.

Tecnologia como diferencial competitivo

Um dos pilares da BYD está na inovação tecnológica. A montadora desenvolve suas próprias baterias, como a famosa Blade Battery, que oferece maior segurança e durabilidade em relação às baterias lítio convencionais. Esse diferencial permite à BYD controlar custos, ampliar a confiabilidade e garantir melhor desempenho.

Nos modelos comercializados no Brasil, como o Song e o King, a presença de sistemas inteligentes de condução, modos de pilotagem adaptativos, conectividade completa e até comandos por voz coloca os veículos em patamar elevado em relação aos concorrentes diretos. Além disso, os carros BYD costumam trazer atualizações remotas (OTA), algo ainda raro no mercado nacional.

Outro destaque é a ergonomia e acabamento interno: é comum encontrar painéis digitais, telas giratórias de até 15,6 polegadas, bancos com ajuste elétrico, ar-condicionado com zonas independentes e materiais de boa qualidade mesmo nas versões de entrada. Isso torna a experiência de condução mais completa e agradável.

Tendências de consumo e o novo perfil do motorista brasileiro

O consumidor brasileiro está mudando. Se antes o foco era exclusivamente no preço e na robustez, hoje há um interesse crescente por eficiência, tecnologia e sustentabilidade. A BYD soube captar esse movimento e oferecer produtos alinhados com essas novas demandas.
Com maior acesso à informação, muitos motoristas estão considerando não apenas o valor de compra, mas o custo total de propriedade: manutenção, consumo, impostos e valor de revenda. Carros híbridos e elétricos tendem a se destacar nesse aspecto, principalmente em centros urbanos com trânsito intenso, onde o sistema elétrico atua com mais eficiência.

O crescimento da infraestrutura de recarga também colabora para essa mudança. Cada vez mais shoppings, supermercados, estacionamentos e empresas oferecem estações de carregamento, facilitando o uso cotidiano de veículos eletrificados. Isso aumenta a confiança do consumidor em investir em um modelo como o BYD Song ou o BYD King.

Além disso, há uma questão de imagem e percepção: dirigir um carro híbrido ou elétrico passou a ser associado à modernidade, à consciência ambiental e à tecnologia. A marca BYD, com seu design futurista e proposta de valor diferenciada, tem surfado bem essa tendência.

O futuro da BYD no Brasil e o impacto na indústria nacional

O avanço da BYD tem efeitos que vão além das vendas diretas ao consumidor. A presença da montadora no Brasil pressiona outras marcas a acelerarem seus planos de eletrificação, amplia o debate sobre sustentabilidade na mobilidade e estimula o desenvolvimento de infraestrutura e regulações mais favoráveis ao setor.

A confirmação da fábrica na Bahia e o aumento da rede de concessionárias são apenas parte de um plano mais ambicioso: tornar o Brasil uma base estratégica para a produção e distribuição de veículos eletrificados em toda a América Latina.

É possível que a BYD lidere uma nova fase da indústria automotiva brasileira, baseada em eletrificação, conectividade e sustentabilidade. A tendência é que cada vez mais modelos da marca sejam lançados localmente, com mais opções de carroceria, autonomia e faixa de preço.

Esse movimento pode consolidar o Brasil como um dos principais mercados de carros eletrificados fora do eixo Europa-
Estados Unidos-Ásia, com impacto direto na geração de empregos, inovação tecnológica e redução das emissões de carbono no setor de transportes.