19 de outubro, de 2025 | 06:00

Ainda repercute

Fernando Rocha

No fim das contas, se clássico bom é o que rende assunto uma semana antes e outra depois, este que terminou em 1 x 1, disputado na quarta-feira última, na Arena MRV, atendeu às expectativas.

Antes do jogo, qualquer atleticano assinaria um acordo pelo empate, devido aos inúmeros desfalques de titulares importantes da equipe que fizeram do Cruzeiro favorito absoluto para vencer o confronto.

Quando a bola rolou o que se viu foi algo muito diferente: um Galo surpreendentemente ofensivo, que se impôs como dono da casa, melhor e merecedor da vitória, que, outra vez, não veio mesmo com um jogador a mais por quase todo o segundo tempo.

O ponto negativo foi a atuação do árbitro mineiro Paulo César Zanovelli, que prejudicou o espetáculo e desagradou as duas equipes com lambanças que começaram no início do primeiro tempo, ao tirar duas vezes o cartão vermelho do bolso para jogadores cruzeirenses quando queria mostrar o amarelo.

Além disso, Zanovelli mudou o critério de marcações durante a partida, picotou o jogo todo, que teve apenas 47 minutos de bola rolando, 20% a menos do que o recomendado pela Fifa.

Soma-se à incompetência da arbitragem a irresponsabilidade e a falta de educação e esportividade dos jogadores, das comissões técnicas, que em nada colaboram para o bom andamento do jogo, reclamando e simulando faltas para tentar levar vantagens ilícitas ou indevidas.

Hora de definições
A seleção brasileira tomou conta dos noticiários na última semana, nesses dois amistosos de preparação para a Copa do Mundo de 2026, com uma goleada de 5 x 0 na Coréia do Sul, mas em seguida tomou uma virada de 3 x 2 e pela primeira vez perdeu para o Japão.

O técnico italiano Carlo Ancelotti pegou o bonde andando e deve ter se assustado com o que aconteceu no segundo tempo da derrota para os japoneses.

Houve um grande apagão do time, que foi muito modificado de um jogo para outro, com direito a falhas individuais grotescas, sobretudo do zagueiro cruzeirense Fabrício Bruno, além do goleiro Hugo Souza, do Corinthians, curiosamente, dois dos três convocados que não atuam na Europa.

A seleção terá mais uma Data Fifa este ano, em novembro, quando deverá enfrentar seleções africanas, ao que tudo indica, com quase a totalidade dos 26 jogadores que estarão na Copa do Mundo.

As últimas dúvidas terão de ser eliminadas nas duas últimas partidas, em março de 2026, às vésperas do Mundial a ser disputado pela primeira vez em três países: Estados Unidos, México e Canadá.

FIM DE PAPO

Jamais emitirei opinião sobre qualquer jogador ou clube de futebol para agradar torcedores dessa ou daquela agremiação. Dito isso, achei que o zagueiro cruzeirense Fabrício Bruno, endeusado pela crônica azul, cometeu erros bizarros e imperdoáveis no amistoso contra o Japão, reflexo talvez de uma enorme autoconfiança, até maior que a qualidade do futebol que possui. Acho que seu futuro com a amarelinha foi comprometido e dificilmente será convocado novamente pelo técnico italiano, portanto, está fora do Mundial.

Não basta jogar bem em nossas equipes tupiniquins para se habilitar a uma vaga no time que terá a responsabilidade de conquistar o hexa mundial. Outro vilão, o goleiro corintiano Hugo Souza, só entrou nesta última lista provavelmente devido a um ato falho do técnico Ancelotti. Há, na sua frente, pelo menos cinco goleiros bem melhores e mais seguros: Alisson, Ederson, Bento, Weverton, Everson e Léo Jardim. O treinador italiano já deve ter percebido e não irá mais convocá-lo.

O técnico Jorge Sampaoli mandou muito bem na escalação e armação do Atlético no clássico e surpreendeu o Cruzeiro com um esquema ofensivo, além de anular o ponto forte do time comandado pelo português Jardim, que é a rápida e eficiente transição defensiva. Ambos, porém, foram muito mal nas substituições que, no caso do Atlético, fez a equipe cair de produção e, no lado do Cruzeiro, ficou no mais do mesmo. Sampaoli não deveria ter tirado Dudu, que fazia uma ótima partida, enquanto Jardim demorou a colocar o equatoriano Arroyo para ao menos ter um contra-ataque e levar perigo à defesa do Galo.

Lamentável foi o comportamento de Kaio Jorge, artilheiro do Cruzeiro e do Campeonato Brasileiro, além de jogador de seleção brasileira. Foi merecidamente expulso por chamar o árbitro de ladrão e prejudicou toda a sua equipe. Muito pior foi seu gesto covarde e antidesportivo, ao apertar propositalmente o punho lesionado do zagueiro Ivan Román, com o objetivo de agravar a contusão e tirar vantagem usando de deslealdade contra um companheiro de profissão. Kaio Jorge pediu desculpas nas redes sociais após a partida, mas como a gente costuma dizer aqui nos nossos grotões: “de arrependido o inferno está cheio”. (Fecha o pano!)

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