17 de outubro, de 2025 | 13:00

Grupo Galpão volta a Ipatinga e faz sarau no Parque Ipanema

“Há encontros que reorganizam o tempo. O retorno do Grupo Galpão a Ipatinga depois de 2009, quando apresentou ‘Pequenos Milagres’, é desses marcos: um gesto artístico que aciona a memória coletiva e reposiciona o público no centro da experiência”. Assim começa o convite do Hibridus Ponto de Cultura para anunciar o espetáculo “De Tempo Somos - Um sarau do Grupo Galpão”, neste sábado (18), na programação da segunda edição do Festival Roda Cultural, que vai reunir 11 atrações no Parque Ipanema.

“Trazer o Galpão de volta à cidade é reconectar Ipatinga ao seu próprio desejo de estar junto. Eles fazem do palco uma roda e nós, como público, completamos o desenho”, descreve Wenderson Godoi, curador da programação do Roda Cultural e membro fundador do Hibridus Ponto de Cultura.

“De Tempo Somos” é dirigido por Lydia Del Picchia e Simone Ordones, tem 70 minutos, classificação livre e formato de sarau literário-musical que costura 25 canções executadas ao vivo com fragmentos de autores como Eduardo Galeano, José Saramago, Paulo Leminski, Nelson Rodrigues, entre outros. A direção musical e os arranjos são de Luiz Rocha; o elenco reúne nomes emblemáticos do grupo e reforça a assinatura poética-musical que atravessa a história da companhia.

Desde 1982, o Galpão inventa uma linguagem que concilia pesquisa rigorosa e enorme comunicação com o público, fundado na tradição do teatro de rua e na ideia de que a arte circula melhor quando encontra a cidade de portas abertas. “Esse sarau tem a coragem do futuro”, comenta Godoi. “É ao mesmo tempo celebração e reinvenção: o Galpão revisita canções e textos para perguntar como seguimos juntos. E a resposta acontece ali, ao vivo, quando a praça respira com o espetáculo”, completa.

Toda a programação do Festival Roda Cultural é gratuita e realizada pelo Hibridus Ponto de Cultura, com patrocínio da Prefeitura de Ipatinga por meio das emendas impositivas. Além de democratizar o acesso, o festival gera emprego e renda para uma cadeia ampla: técnicos, produtores, intérpretes de Libras, comunicação, montagem e operação, rede hoteleira, restaurantes, gráficas, fotógrafos, entre outros, consolidando a cultura como política pública e vetor de desenvolvimento local. “É arte como direito e como economia solidária”, conclui Godoi.

Programação do Festival Roda Cultural
● Grupo Farroupilha - 14h
● Marley Tal - 15h
● A Rua Declama - 15h45
● Gamorah Lovi - 16h15
● ZG MC - 16h45
● Bloco Afoxé - 17h15
● Baque Mulher Ipatinga - 17h45
● Sérgio Biazin e Sofi Luz - 18h15
● Leila Cunha - 18h45
● Yauaretê - 19h15
● Grupo Galpão - 20h

Sobre o Grupo Galpão
O Grupo Galpão, de Belo Horizonte, é uma das companhias teatrais mais conhecidas do Brasil, tanto por seus 43 anos de atividade contínua quanto por sua pesquisa de linguagem. Criado por cinco atores, em 1982, a partir do espetáculo “A alma boa de Setsuan”, montagem conduzida por diretores do Teatro Livre de Munique, da Alemanha, o Galpão se valeu dessa rica experiência para se lançar na construção de um teatro de grupo, com raízes ligadas à tradição do teatro popular e de rua.

Fazem parte do Galpão: Antonio Edson, Arildo de Barros, Beto Franco, Chico Pelúcio, Eduardo Moreira, Fernanda Vianna, Inês Peixoto, Júlio Maciel, Lydia Del Picchia, Paulo André, Simone Ordones e Teuda Bara. Ao montar espetáculos com diferentes diretores convidados - como Gabriel Villela, Cacá Carvalho, Paulo José, Yara de Novaes, Marcio Abreu, Rodrigo Portella, além dos próprios integrantes -, o Galpão desenvolve um teatro que alia rigor e investigação de linguagens, com grande poder de comunicação com o público.