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16 de outubro, de 2025 | 08:45

Simpósio em Ipatinga discute estratégias de atendimento e prevenção às arboviroses

Divulgação
O evento ocorre no Hospital Municipal e reunirá diversos profissionais da área da saúdeO evento ocorre no Hospital Municipal e reunirá diversos profissionais da área da saúde

Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço

A administração municipal de Ipatinga promove nesta quinta-feira (16), das 13h às 16h, o IV Simpósio Arboviroses de Ipatinga - suporte assistencial pleno, que visa preparar não somente a rede pública de saúde, mas também o setor privado para o período sazonal da doença.

O evento ocorre no Núcleo de Educação Permanente, Pesquisa e Práticas em Saúde (NEPPS), no Hospital Municipal Eliane Martins (HMEM). O encontro terá profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e também estudantes da área, para debater o tema, como prestar uma assistência adequada e evitar que os pacientes evoluam para formas graves.

“Vamos reunir médicos, enfermeiros, médicos especialistas, infectologistas e também gestores da área da saúde, para debater a maneira mais adequada de atender esses pacientes com arboviroses, um atendimento rápido, um atendimento eficiente para que a gente possa estar atualizando os profissionais de saúde no protocolo do Ministério da Saúde para que ele seja seguido da maneira mais efetiva possível e assim prestar uma assistência rápida, eficaz e precoce para os casos que vão chegar e assim evitar ao máximo as complicações e óbitos por causa de dengue, chikungunya, zika e também por causa de oropouche”, detalhou Carmelinda Lobato, médica infectologista e referência técnica em Ipatinga.

Especialistas ressaltam que já na segunda quinzena do mês de outubro, mas sobretudo a partir do mês de novembro, a Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) entra no período de sazonalidade das arboviroses, propiciada pelas altas temperaturas e chuva, que favorece a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, chikungunya e zika. Além disso, há a circulação da Oropouche, transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido também como maruim ou mosquito-pólvora.

Carmelinda Lobato explicou ao Diário do Aço que pelo menos a cada 10 anos, a região, assim como o Brasil, costuma enfrentar grandes epidemias causadas pelos arbovírus, mas que uma boa preparação para esse período crítico, pode evitar internações, sobrecargas nas unidades de saúde, e principalmente, mortes.

No caso, a mais importante delas é a dengue, mas também nós temos aqui no nosso meio a circulação de chikungunya, do Zika vírus e até mesmo do Oropouche, que é o novo arbovírus que nós já sabemos que temos em circulação aqui na nossa região.

“Nós tivemos no ano de 2024 uma epidemia muito grande envolvendo, principalmente, o vírus chikungunya, onde tivemos muitos casos de pacientes, tivemos óbitos também relacionado a esse grande número de pacientes que são infectados, o que é uma característica do próprio surto de chikungunya. Porém, é importante frisar que nós tivemos uma taxa de internação relacionada à arboviroses e até mesmo de óbito, inferior àquela que foi identificada pelo Ministério da Saúde a nível Brasil. Estamos falando do município de Ipatinga, onde nós tivemos um índice de letalidade relacionada à chikungunya inferior àquela que foi demonstrada em relação a todo o território nacional. Tudo isso se deve a assistência que nós dedicamos aqui aos nossos pacientes da melhor maneira possível, com a realização há quatro anos, fazendo o simpósio de arbovirose aqui no município”, evidenciou a especialista.

Papel da população
Carmelinda também ressalta o papel da comunidade para evitar a proliferação das doenças. Cerca de 70% dos focos do mosquito transmissor encontram-se dentro das residências, e por isso, a conscientização da população sobre as arboviroses, seus sintomas e medidas preventivas é considerada fundamental para reduzir a propagação das doenças e minimizar os impactos na saúde pública.

“É importante aproveitar esse momento para poder estar contando com a colaboração da população, para que as medidas preventivas com relação às arboviroses sejam efetivadas da melhor maneira possível, com o controle dos focos do mosquito dentro das residências na nossa região, evitando água parada ao máximo também, reforçando a necessidade da população aderir mais a vacinação da dengue que está sendo votada até o momento para os adolescentes, mas a gente também tem uma expectativa que o Ministério da Saúde possa aumentar essa idade para que essa vacina seja oferecida com o objetivo de evitar formas graves da dengue, que continua sendo a arbovirose mais importante do ponto de vista urbano que nós temos aqui no nosso país”, ponderou a infectologista.

De acordo com dados da SES-MG, 10.048 pessoas tomaram a 1ª dose da vacina contra a dengue, na área da SRS Coronel Fabriciano, enquanto 3.181 receberam a 2ª dose, o que representa apenas 31,6% do público-alvo com o ciclo vacinal completo. O imunizante está disponível para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
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