11 de outubro, de 2025 | 08:45

Preço do café pode voltar a encarecer antes de dezembro, estima coordenador da Emater

Bruna Lage
A alta dos preços do café observada em 2025 causou uma retração no consumo do produto no mercado brasileiroA alta dos preços do café observada em 2025 causou uma retração no consumo do produto no mercado brasileiro

Por Bruna Lage - Repórter Diário do Aço

A alta no preço do café tem chamado a atenção dos apreciadores da bebida. Ao longo dos últimos meses, o produto, que é comum na mesa dos brasileiros, encareceu em média R$ 10 nas prateleiras. E a estimativa é negativa para os próximos meses. O coordenador Técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater) em Ipatinga, Sebastião Braga, revela que até dezembro o café deve custar até 20% a mais. Um pacote de 500 gramas, de uma marca famosa na mesa da população, custa atualmente R$ 33, em média.

No fim do mês de setembro, a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) havia alertado sobre uma possível alta nos dias subsequentes, entre 10% e 15% nos preços do produto a serem repassados aos supermercados, já que os custos com a compra da matéria-prima foram alavancados.

A associação de produtores informa que a alta dos preços do café observada em 2025 causou uma retração no consumo do produto no mercado brasileiro. Segundo os dados que foram divulgados hoje pela Abic, houve queda de 5,41% nas vendas de café no mercado brasileiro, entre os meses de janeiro e agosto deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em números absolutos, as vendas caíram de 10,11 milhões de sacas para 9,56 milhões de sacas neste ano.

A Abic reconhece que a alta nos preços foi bem expressiva, fazendo com que alguns tipos de café, como o solúvel, acumulassem aumentos de até 50,59%.

Explicação
Conforme Sebastião Braga, nos últimos dois anos houve aumento do preço final para o consumidor de quase 70%, que passou um pouco desapercebido. “Então essa tendência já vem há mais de dois anos, agora de uma forma mais gritante. Nesse período de dois anos pra cá, principalmente em 2025, o aumento foi um pouco mais significativo em função de vários fatores. Primeiramente pelo clima. No café existe o que se fala um ano de bienalidade, um ano ele produz alto, outro ano ele produz mais baixo e esse foi um ano de produção mais baixa, isso é natural da cultura. Além disso, fatores como chuva e altas temperaturas também contribuíram muito para queda da produção”, pontua.

Economia x política
Sebastião lembra do efeito do tarifaço de Donald Trump imposto ao Brasil. O café acompanha o preço da Bolsa Internacional de Nova Iorque e o tarifaço elevou o preço, consequentemente, no resto do mundo todo e no Brasil. “Os produtores arranjaram outras formas de exportação para outros locais, aproveitando essa onda desse aumento de preço. É lógico que eles pagam umas taxas um pouco mais elevadas em outros caminhos de exportação, mas que se compensa pelo valor, então esse é outro fator (que motivou o aumento do preço praticado)”, acrescenta.

Perspectiva
Na avaliação do coordenador, até o fim do ano, deve haver um aumento de 10 a 20% no preço do café e a tendência não é de redução. “Podemos esperar um 2026 de novos aumentos. Isso porque o consumo caiu e consumindo café de pior qualidade, tentando compensar o preço. Se pensarmos que um saco de café ‘bom’, que é chamado de bebida tipo 6, o saco de café verde está valendo R$ 2.200, 2.300, comercializado até por mais. A torra agrega quase R$ 10 por quilo, de 8 a 10 reais. Então esses 60 quilos que passariam a ser R$ 45 só de custo de produção dele torrado, estaria em uma faixa de R$ 50 o quilo. Nós temos que considerar que esse café vai ser moído, que agrega mais valor, ele vai receber uma embalagem, na maioria das vezes está de R$ 2 a 3 ; tem as taxas de imposto, o custo da logística de transporte, a margem de lucro do supermercado, a margem de perda, então, café no supermercado a menos de R$ 100 é um café de qualidade duvidosa”, avalia.

Qualidade
Ainda segundo Sebastião, existe uma série de falsificações, de torra de produtos de qualidade inferior, “isso tudo mascarado no que chamam de torra extraforte, o café extraforte é algo que a gente deve evitar consumir, além de ser prejudicial à saúde, a gente não sabe muito bem o que compôs aquilo ali não, então investir um pouco mais num café de qualidade, apesar de parecer que o preço é muito alto, é interessante. Às vezes ao optar pelo mais barato, você está comprando alguma coisa que lembra café. O extraforte é uma torra, um café que foi queimado, as pessoas tomam e têm azia, têm refluxo e falam que são intolerantes a café. Mas a gente é intolerante a qualquer coisa que é ruim”, conclui.
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Comentários

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Tião Marreta

11 de outubro, 2025 | 11:36

“Mas o importante que o Trump conversou com o Lula. Enquanto isso a economia desanda. Está segurando essa crise até as eleições de 2026, depois de Outubro 2026, verás que não existe almoço grátis. Essa pandemia endêmica de benefícios sociais não cresce em árvores, mas são custeados pelo contribuinte. O fundo partidário é as emendas juntas saltaram de 2 Bilhões para 4 Bilhões. Aguardem.”

Jaime

11 de outubro, 2025 | 11:31

“O governo prioriza mais vender alimentos pra fora do que manter um bom estoque aqui. Por isso Cafe e outros produtos se torna caro e muitos passa falta de alimentos .”

Analista

11 de outubro, 2025 | 10:15

“O bom disso é que 9 brasileiro está desmamando de tomar café ? daqui uns dias o café será só uma estatística nada mais que isso lembrança do passado eu mesmo parei totalmente com o café só chá mate agora.”

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