07 de outubro, de 2025 | 06:00
Flores, danças, esperança...
Nena de Castro *
Dia, meus amados cinco leitores! Dia, Ioni Aparecida e sua meiguice! Sentada para escrever, ouço o coro dos passarinhos que vivem no meu quintal/jardim e não me dão sossego! Humpf! Deve ser causa de quê tem aqui na frente de casa um pé carregado de mangas, um de limão, um cajazeiro se abrindo em flor, o pezinho de pitangas e a parreirinha que não sei como vai se ajeitar, uma escumillha enorme e um monte de outras plantas, buganvílias, gardênias um tipo de jasmim-mirim, um pé de manacá-de-cheiro explodindo de flores e muito mais.
Não sei todo os nomes, pra mim tudo é flor, e contemplar o verde me acalma, me seduz, alimenta-me a alma, me faz voltar às minhas origens e no vórtice do tempo revejo Dona Inês cuidando de sua horta enorme e dos jardins carregadinhos de beleza... Sem contar lá atrás o pé de jabuticabas pretim de frutinhas deliciosas, eita que bem me faz! Por ter perdido o contato com a natureza e estar saturado de engenhocas eletrônicas é que o ser humano está doente, nervoso, sem chão, se perdendo nas teias das aranhas tecnológicas que infelizmente nos levam do nada para lugar nenhum.
Tanto ódio cruzando os ares, credo, quero falar disso não, afeee! Tenho que contar de coisas lindas que aconteceram no fim de semana, fui assistir ao espetáculo da Cia. Esmeralda de Danças comemorando seus 10 anos no teatro Zélia Olguin e me enchi de beleza ritmos e sons. Afinal, mi fadazita Nancy Nogueira faz parte do grupo que nos envolveu em chamas de beleza, o público não se continha ante tanta graça, corpos dando o recado de que é possível ser feliz na feérica dança que evoca as gitanas e seus segredos mágicos de alegria.
Gosto que me enrosco de pensar nas pessoas sensíveis e artistas que levam a beleza e a alegria ao povo. Pois alegrar-se é resistir, é encontrar forças para prosseguir na jornada, como tão bem acentuou o filósofo francês Gilles Deleuze:
O poder requer corpos tristes. O poder necessita de tristeza porque consegue dominá-la. A alegria, portanto, é resistência, porque ela não se rende. A alegria como potência de vida, nos leva a lugares onde a tristeza nunca nos levaria”.
E crendo nisso a APAE fez com seus alunos um espetáculo sábado no Centro Cultural, digno de ser reapresentado para toda Ipatinga. Sob o mote Disney na APAE”, encantaram o público com personagens amados pelo público. Pateta, Mickey, Minnie, as Princesas, danças com os alunos interpretando os animais em magníficas fantasias, um sonho! Cenas de filmes como Encanto, Moana, o Rei Leão belissimamente interpretadas.
A alegria dos alunos no palco, os sorrisos de que EU TAMBÉM SEI fazer coisas lindas, os pais no maior encantamento... Parabéns, Sueli, Jô, Tail, também a todos os professores e à família apaena.
Minhas meninas viram e vibraram, não falam de outra coisa nessa manhã primaveril em que respiro ares de encanto e flores e pássaros e danças e risos, esquecendo tanto trem ruim pelaí e pensando no encanto de saber de pessoas dedicadas como o pessoal da APAE que brilha apesar das dificuldades. Enquanto houver dançarinas como a da Companhia Esmeralda, artistas e seus espetáculos corajosos, Contadores de Histórias e Palhaços (ebaaaa!) Músicos, Cantores e gente que espalha o bem, há esperança para esse nosso mundo velho sem porteiras! E nada mais digo, pois as lágrimas enchem meus olhos e meu ser vibra de emoção. Boa terça-feira para nós! Au revoir.
* Escritora e Contadora de Histórias.
Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
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