01 de outubro, de 2025 | 17:26

Um reforço no combate à violência contra a mulher no Vale do Aço

Levantamento revela contrastes nos índices de medidas protetivas e destaca o projeto “PCMG por Elas”

Divulgação
O Delegado-geral de Polícia e Chefe do 12º DPC Gilmaro Alves explicou que a análise levou em consideração não apenas os números absolutos, mas também taxas proporcionais à população femininaO Delegado-geral de Polícia e Chefe do 12º DPC Gilmaro Alves explicou que a análise levou em consideração não apenas os números absolutos, mas também taxas proporcionais à população feminina

Em alusão ao Dia Mundial da Não Violência, celebrado em 2 de outubro, o 12º Departamento de Polícia Civil de Ipatinga divulgou um levantamento sobre as solicitações de medidas protetivas de urgência encaminhadas ao Judiciário. O estudo, que analisou 34 cidades da região entre janeiro de 2021 e agosto de 2025, apontou diferenças expressivas entre os municípios.

Segundo o Delegado-Geral de Polícia e Chefe do Departamento, Gilmaro Alves, a análise levou em consideração não apenas os números absolutos, mas também taxas proporcionais à população feminina.

“Esse método nos dá uma visão mais fiel da realidade, mostrando não apenas a quantidade de pedidos, mas também o impacto real em relação à população feminina de cada município”, destacou o Delegado-Geral.

Contrastes entre os municípios

De acordo com o levantamento, em 2024 a taxa de medidas protetivas em todo o 12º Departamento foi de 51 para cada 10 mil mulheres. Já em 2025, até agosto, esse índice caiu para 36,7.
Nos números absolutos, foram registradas 3.743 medidas em 2021, 3.474 em 2024 e 2.499 apenas até agosto deste ano.

Açucena aparece com a maior taxa em 2025 - 93,8 medidas por 10 mil mulheres – , seguida por Matipó, Rio Casca e Manhumirim. No outro extremo, estão Santa Maria de Itabira (11,2) e Ipatinga (16,0), apesar de esta última ser o maior polo urbano da região.

“Municípios menores, em geral, têm rede de proteção mais frágil e menos serviços especializados, o que pode aumentar a proporção. Já cidades maiores, como Ipatinga e Timóteo, contam com estrutura policial e judiciária mais robusta, além de campanhas de conscientização mais abrangentes. É preciso, no entanto, considerar o risco da subnotificação, quando as mulheres deixam de procurar ajuda por medo ou barreiras sociais”, alertou Gilmaro Alves.

Estratégias para enfrentar o problema

O estudo também apresenta três eixos de atuação prioritária para reduzir a violência contra a mulher:

• Prevenção e conscientização – com campanhas educativas em escolas e comunidades, especialmente nas cidades mais críticas;
• Fortalecimento institucional – por meio da ampliação do efetivo policial, capacitação de agentes e fortalecimento da rede de apoio;
• Monitoramento e apoio local – criação de comitês municipais, uso de tecnologia para acompanhamento das ocorrências e parcerias com prefeituras, associações e igrejas.

A importância da prevenção

O Delegado-Geral enfatizou que a prevenção deve ser tratada como prioridade absoluta:

“Cada número desse levantamento representa uma mulher em risco. Não podemos atuar apenas após a violência acontecer. Precisamos investir em campanhas de conscientização, levar informação às escolas, às comunidades e envolver toda a sociedade nesse enfrentamento. A prevenção é o instrumento mais poderoso para salvar vidas”, afirmou.

Projeto PCMG por Elas

Dentro dessa perspectiva, o Delegado ressaltou a relevância do projeto ‘PCMG por Elas’, que vem sendo implementado em todo o estado com foco na aproximação da Polícia Civil das mulheres.
A iniciativa envolve ações educativas, palestras, rodas de conversa e fortalecimento da rede de proteção em parceria com órgãos públicos e entidades da sociedade civil.

“O ‘PCMG por Elas’ é uma iniciativa que vai além dos números. Ele representa o compromisso de transformar dados em políticas públicas, promovendo um ambiente mais seguro, informando os direitos das mulheres e estimulando a denúncia. Violência contra a mulher é crime, e enfrentá-la é responsabilidade de todos nós”, concluiu o Delegado-Geral Gilmaro Alves.
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