03 de outubro, de 2025 | 07:40

Câmara de Timóteo vota hoje prestação de contas de ex-prefeito

Clima político no município esquentou depois de vir à tona movimentação que visa rejeição das contas de Douglas Willkys para tirar ex-prefeito da disputa eleitoral em 2028

Divulgação /Ilustração
Vereadores vão definir nesta sexta-feira (3) se aprovam ou rejeitam as contas do exercício 2019, quando a gestão municipal estava sob comando de Douglas Willkys Vereadores vão definir nesta sexta-feira (3) se aprovam ou rejeitam as contas do exercício 2019, quando a gestão municipal estava sob comando de Douglas Willkys

Os vereadores de Timóteo se reúnem nesta sexta-feira (3) em reunião extraordinária, para definir se aprovam ou rejeitam as contas do exercício 2019, quando a gestão municipal estava sob comando de Douglas Willkys (atualmente sem partido). Seria uma sessão normal, não fosse uma ferrenha disputa partidária por trás do assunto a ser tratado pelos parlamentares timotenses.

Conforme apurado pelo Diário do Aço, há uma intensa movimentação política nos bastidores para que o ex-prefeito se torne inelegível e, consequentemente, não participe das eleições municipais de 2028. A votação na Câmara ocorre às 16h.

Para aprovar o parecer inicial da comissão que analisou o assunto que veio do Tribunal de Contas do Estado, ou seja, para rejeição das contas, são necessários dez votos favoráveis (a Câmara de Timóteo conta com 15 vereadores).

Posição da Comissão de Orçamento
O presidente da Comissão de Orçamento e Finanças, vereador Lair Bueno, destaca que “existe uma irregularidade insanável, numa abertura de credito sem saldo de mais de R$ 2,6 milhões, no ano de 2019”.

Segundo ele, o relato do Tribunal de Contas do Estado “determinou que fossem aplicadas as sanções, mas acontece que o presidente do Tribunal de Contas pediu vista e que iria aplicar o princípio da insignificância e por 2 votos a 1 opinou por aprovação das contas com ressalva. Mas o parecer do Tribunal é prévio e quem deve analisar e julgar as contas do exercício financeiro é a Câmara Municipal. E o primeiro passo foi esse dado pela comissão da qual sou presidente e deliberamos pelo voto dos três membros, que deve prevalecer o entendimento do relator, que houve irregularidade insanável, abertura de créditos especiais sem os respetivos saldos. E nós aqui estamos observando o cumprimento da lei. Hoje entendemos pela rejeição das contas do exercício de 2019”, adianta o presidente da Comissão.

Perseguição política
A reportagem do Diário do Aço procurou o ex-prefeito Douglas Wilkys, que se disse tranquilo e informou sua versão para o fato e como se dará a sua defesa.

De acordo com Douglas, “os atuais vereadores irão votar se rejeitam ou aprovam as contas; a aprovação segue o parecer do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais que, a exemplo do Ministério Público de Contas, manifestou pela aprovação das contas de 2019 de nossa gestão”, pontuou.

O ex-prefeito afirma que a tentativa de rejeição vem por meio de um parecer de uma comissão da Câmara de Timóteo e atribui a uma ação partidária. “Existe um movimento político do atual prefeito e seu grupo político pressionando os vereadores da Casa para que o parecer do relator seja o aprovado, com o objetivo de me tirar das eleições de 2028. Sigo com a consciência tranquila e confiante que os vereadores vão saber separar as coisas”, vislumbra Douglas.

“Estarei presente à sessão”
O ex-chefe do Executivo municipal informou que pretende comparecer à sessão de votação na sexta-feira, mas acrescenta que a possibilidade de fala é destinada aos seus advogados, por se tratar de um pronunciamento técnico.
“Eu penso que quando a gente tem a consciência tranquila com relação aos fatos, mesmo que exista esse tipo de movimento político de me prejudicar, só cabe o sentimento de tranquilidade, porque estou em paz com o que foi prestado contas no ano de 2019 e teve a validação por parte dos conselheiros do Tribunal de Contas, que emitiram parecer prévio pela aprovação”, reiterou.

Entenda o caso
Conforme Douglas Willkys, o imbróglio envolvendo suas contas teve início em 2016, quando ele ainda não era o prefeito (era Keysson Drumond). Naquele ano, o município teve uma discussão sobre o valor do IPTU da Aperam, que não concordou com o montante de cobrança e o depositou em Juízo. No ano seguinte, já na gestão de Geraldo Hilário (cassado em 2018), o então gestor teve a necessidade de pagar despesas e esse dinheiro ainda não estava disponível, então ele usou um saldo referente à taxa de iluminação pública, com autorização da Câmara para essa movimentação. Em seguida, após a cassação de Hilário, assim que o valor do IPTU foi liberado pela Justiça, o dinheiro foi devolvido à rubrica de origem, ou seja, toda movimentação de alegada irregularidade teria sido de gestões anteriores.

Ainda segundo Douglas, veio o processo eleitoral e tudo o que tinha acontecido foi relatado. “Prestei contas disso, mas um conselheiro do Tribunal de Contas não entendeu o que houve e se manifestou. Quando percebemos isso, a equipe jurídica foi ao TCE e o caso foi explicado. Foi aprovado, mas fizeram uma única ressalva. As contas foram aprovadas com ressalva. O Ministério Público de Contas, que é tão exigente quanto, opinou pela aprovação. O que ocorre hoje é que um vereador pegou apenas um voto pra se apegar e criar este fato político”, defendeu Douglas Willkys.

Eleição de 2028
Questionado sobre sua participação no pleito de 2028, Douglas Willkys adiantou que seu nome sempre esteve à disposição do grupo político.

“Se estiver com vida e saúde e a cidade demonstrar que tem saudade do meu trabalho, concorrerei”, assegura o ex-prefeito, que atualmente é professor do ensino técnico numa instituição na cidade.

Não estaria inelegível
Ainda que as contas de Douglas Willkys sejam rejeitadas na Câmara de Timóteo, inicialmente, ele não estaria inelegível. Conforme apurado pelo Diário do Aço junto a um especialista, primeiro, as contas têm que ser rejeitadas frente a uma irregularidade que configure um ato doloso de improbidade administrativa. E essa decisão tem que ser irrecorrível, não pode ter mais nenhum tipo de exercício do contraditório.

Essa possível decisão de rejeição com base no alegado na CMT, é passível de ser suspensa ou pode ser anulada por uma ação, que é ingressada no poder Judiciário. Logo, esta possível ação na Justiça poderia vir a anular os efeitos de uma possível decisão de rejeição proferida pela Câmara Municipal.
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Comentários

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Servidor

03 de outubro, 2025 | 00:58

“? gnt ! Os políticos de Timóteo estão a cada dia pior. A falta de caráter e escrúpulos tomou conta; se salvar 3 vereadores é muito. Sem falar q a atual gestão do executivo,está horrível e vergonhosa. Em menos de 1ano já está no 3°ou4° sec. De governo, a sec. De Educação tá 1 vergonha; é reclamação né td q é setor e o bonito do atual prefeito parece q virou influenciados de Internet; pq a cada piscada é 1 stories diferente. Vive visitando outras cidades e cuidar de Timóteo q é bom nada. Muito post nas midias sociais não passam de maquiagem p os munícipes. Timóteo está 1 caos...”

Derlaine Novaes

02 de outubro, 2025 | 23:52

“Episódio lamentável e extremamente doloroso, eu sempre digo que existe na gestão uma contabilidade pública e uma câmara legislativa que sabe de tudo o que se passa numa gestão; o que entra e o que sai, gastos, lei orçamentária anual, orçamento para os quatro anos, e o mais incrível com pareceres da casa legislativa, inclusive com direito a votos e emendas. Sendo a maioria dos vereadores repetitivos " assim é o desejo da comunidade" muitas vezes provavelmente alguns que votam a favor em determinada época, votam contra em momentos atuais mesmo em vista de uma alavanche de obras dentro do município. Será que realmente um vereador votando por indução, mesmo sabendo da verdade, poderia olhar nos olhos de seus filhos?- ou ter consciência para fazer pelo menos um "Pai Nosso" cuidado com a lei da ação e da reação ou seja causa e efeito.”

Minha Opinião

02 de outubro, 2025 | 23:40

“Para mim isso parece mais uma farsa política para manchar a imagem do ex-prefeito. Um vereador, sem um reconhecido conhecimento técnico em finanças, auditoria e contabilidade, sendo relator de uma ação em que órgãos técnicos com profissionais devidamente competentes fizeram o julgamento e a avaliação como procedente. Percebo e noto que o vereador relator se prende a um único voto para dizer e julgar que os outros dois técnicos estão "errados" em suas avaliações.

Também, como a própria matéria explicita, a situação do contexto à época, quando Douglas entrou como prefeito por uma eleição extemporânea, ou seja, assumindo todo o imbróglio e caos precedentes, já que essa é uma situação alheia ao estado de normalidade. Principalmente considerando que, para uma boa administração, como chefe do executivo se reservam 4 anos para trabalhar, e, na retrospectiva, houveram no município 3 prefeitos em 4 anos, e isso é um caos para muitas ressalvas.

Mas com um ótimo trabalho durante sua gestão o ex-prefeito retirou a cidade do caos institucional e político que vivia. Se Douglas fosse corrupto, dessa forma como tentam imputar, sua gestão não teria conseguido trazer a cidade para a estabilidade, e muito menos teria recursos para cumprir tantos trabalhos como se pode observar. O pouco que noto é que, em 6 anos, Douglas restaurou e revitalizou todas as unidades de saúde, ampliou e modernizou a iluminação pública de toda a cidade para LED, criou e revitalizou todas as instituições de ensino, além de iniciar o programa de uniformes e materiais escolares gratuitos e de qualidade para todos os alunos da rede municipal. Falo isso porque foi algo que vi de perto. Ainda há de se contar as inúmeras praças construídas e reformadas, que possibilitaram muitas famílias a usufruir desses espaços para práticas de esportes, lazer e reavivamento da atividade econômica local.

Acredito na integridade do ex-prefeito e tenho um sentimento satisfatório sobre o trabalho que entregou à administração do município. E o que vejo nesse processo é muito mais uma tentativa midiática de desgastar sua imagem do que uma avaliação justa. Lamento que práticas políticas desse tipo sejam usadas para tentar manipular a opinião pública e também evitar o confronto direto nas urnas.”

Antonio Carlos Cabral

02 de outubro, 2025 | 23:25

“Esperamos que os julgamentos sejam puramente técnicos. Não cabe perseguição política nestas horas.... Na realidade nunca. Chega de golpe.”

Paulo

02 de outubro, 2025 | 21:55

“A política no Brasil não é coisa séria, que competência tem os vereadores pra analisar contas.?O.certo deveria ser realizado pelo tribunal de contas, formados por servidores concursados.”

Verdade

02 de outubro, 2025 | 19:04

“Quero apenas a VERDADE!
Quero apenas a JUSTIÇA!
Quero apenas o que seja CORRETO!
Quero ver, após os debates, como os vereadores que circulam com bíblia debaixo do braço, irão votar.
Quero, após a sessão, ver como sairão os vereadores que têm filhos. Se a verdade prevalecer, sairão de cabeça erguida. Terão coragem de olhar nos olhos dos filhos deles.
Veremos...”

Marcos

02 de outubro, 2025 | 09:34

“tudo farinha do mesmo saco”

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