30 de setembro, de 2025 | 06:00

Rei da sofrência

Fernando Rocha

A vitória dramática de 1 x 0, sobre o Mirassol, atual sensação do Campeonato Brasileiro, jogando com um a menos desde os 43 minutos do primeiro tempo, devido à expulsão infantil do zagueiro Alonso, trouxe um novo ânimo ao Atlético.

O técnico argentino Jorge Sampaoli surpreendeu ao escalar um time diferente, com alguns titulares absolutos e intocáveis, como Arana, Scarpa e Hulk, no banco de reservas.

Deu novamente oportunidade a Biel, Bernard, Igor Gomes e Caio Paulista, que não decepcionaram e fizeram do primeiro tempo a melhor atuação da equipe, desde a chegada do técnico argentino.

Na segunda etapa, o Galo conseguiu se defender muito bem, mesmo com um jogador a menos, e até na reta final, sem também contar com Junior Santos devido a uma contusão muscular.

Hoje, contra o Juventude, a primeira equipe da zona de rebaixamento, o time abre a 26ª rodada, na Arena MRV, com o astral renovado para buscar outra vitória, de preferência sem sofrer tanto.

Outro foco
O Cruzeiro entrou em campo para enfrentar o Vasco da Gama com o pensamento voltado no jogo da próxima quinta-feira, contra o Flamengo, no Maracanã, em confronto direto pela disputa do título.

Só se falou antes dessa recente partida dos muitos titulares importantes pendurados com dois cartões amarelos, incluindo o zagueiro Fabrício Bruno, os meio-campistas Lucas Romero, Walace, Matheus Henrique e Matheus Pereira, além dos atacantes Wanderson e Kaio Jorge, que poderiam ficar de fora caso fossem “amarelados” novamente.

Esqueceu-se que do outro lado estava um clube também gigante, em casa, apoiado por sua torcida, que apesar da campanha irregular, apoia o time de bons jogadores e um treinador diferente, Fernando Diniz, que ao conseguir taticamente se fazer entender pelos comandados consegue alcançar bons resultados, o que tem lhe sustentado à frente do cruzmaltino.

Numa noite onde alguns jogadores do Cruzeiro estiveram muito abaixo do rendimento normal, a vitória de 2 x 0 do Vasco da Gama acabou sendo justa, merecida e incontestável sob todos os aspectos.

FIM DE PAPO

Analisando o lado meio cheio do copo, ao menos um objetivo foi alcançado, pois nenhum dos “pendurados” com dois cartões receberam o terceiro amarelo, o que possibilita ao técnico Leonardo Jardim ter à disposição todo o elenco para encarar o Flamengo, inclusive o zagueiro argentino Villalba e os atacantes Gabriel Barbosa e Sinisterra, que ficaram de fora da partida de sábado. Os dois primeiros cumpriram suspensão por cartões e o terceiro foi por conta de uma contusão muscular.

O primeiro gol vascaíno teve como contribuição a falha de marcação do lateral Kaique, mas é preciso elogiar a construção da jogada, pois foi bem no estilo do “dinizismo”: a bola saiu da defesa cruzmaltina com mais de dez toques até chegar ao lateral direito, Paulo Henrique, que cruzou na medida para o jovem promissor Rayan marcar de cabeça. Matheus Henrique foi o autor da patinada que facilitou para o Cruzeiro tomar o segundo gol. O problema para o Cruzeiro não são estes pontos perdidos fora de casa, mas sim o que deixou escapar no Mineirão contra adversários que não estão brigando no topo da tabela.

Desta vez, o terceiro cartão amarelo de Hulk dado pelo árbitro gaúcho Rafael Kleim, que o tirou da próxima partida do Atlético, foi injusto e as suas reclamações após a partida contra o Mirassol são verdadeiras. A questão é como dizia minha mãe: “quem faz a fama, deita na cama”. A frase significa que as ações passadas de uma pessoa determinam o seu destino, ou seja, seu futuro. Hulk construiu pelos seus atos a imagem de jogador responsável, inteligente, grande caráter, mas dentro de campo ganhou a fama de “reclamão”, o que deixa os árbitros prevenidos contra ele. Ao menor gesto lhe aplicam logo o cartão como medida preventiva.

A decisão de deixar de ser o capitão da equipe foi o primeiro passo importante para tentar mudar essa fama ruim, que vem prejudicando a reta final de sua carreira vitoriosa. Parece que o técnico Sampaoli está empenhado em recuperar o seu grande futebol, que o tornou um dos maiores jogadores na história centenária do Atlético. Hoje, contra o Juventude, na Arena MRV, além de Hulk, o técnico argentino não vai poder contar com o zagueiro Alonso, expulso infantilmente contra o Mirassol, além do goleiro Everson e do lateral Guilherme Arana, ambos também por cartões recebidos. A falta mais sentida será de Everson, que também precisa ser chamado a atenção pelo excessivo número de cartões que recebe. A exemplo de Hulk, Everson figura na lista de visados pela arbitragem por fazer “cera” exagerada quando o placar é favorável ao Galo. (Fecha o pano!)

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