26 de setembro, de 2025 | 11:41
Em Ipatinga, presidente da CPMI do INSS defende celeridade para recuperar valores desviados
Matheus Valadares
Senador Carlos Viana pretende bloquear contas de envolvidos no esquema de corrupção

Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
O senador Carlos Viana (Podemos), em visita a Ipatinga na manhã desta sexta-feira (26), disse que trabalha para recuperar o dinheiro desviado no grande esquema de corrupção envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O parlamentar mineiro é o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o caso.
Nós temos muito trabalho pela frente para poder buscar esse patrimônio que é do povo brasileiro. Essa corrupção é um absurdo”, frisou Viana em entrevista coletiva na Usipa, antes do evento de comemoração do primeiro ano de implantação do projeto de Esporte e Cidadania no Vale do Aço. Então essas pessoas esconderam o dinheiro. E nós queremos, buscando agora os movimentos de aviões, os jatinhos que transportaram essas pessoas, onde eles foram, no exterior, quais os países que eles visitaram”, continuou o senador
Conforme divulgado pelo governo federal, foi ressarcido mais de R$1,53 bilhão a aposentados e pensionistas de todo o país que tiveram descontos indevidos em seus benefícios. Até agora, 2,46 milhões de beneficiários aderiram ao acordo de ressarcimento, o que representa 74% dos que estão aptos a receber (3,33 milhões). No entanto, essa quantia é retirada dos cofres públicos. Para Carlos Viana, é necessário descobrir onde o dinheiro desviado está, para que o restante da população não pague a conta.
À medida que nós conseguimos identificar o patrimônio, como já identificamos do Careca, do seu Maurício Camisotti, do Nelson William, nós vamos conseguir bloquear. E vocês já viram bem, foi muito bem divulgado, são a Adegas de R$ 7 milhões, carros de R$ 12 milhões de reais comprado com dinheiro dos aposentados. E se nós não corrermos, se a gente não tiver celeridade, nós vamos perder esse dinheiro, porque essas pessoas esconderam esse patrimônio. Esse patrimônio está em algum lugar, ou está fora do Brasil, ou em algum apartamento, alguma casa em espécie, porque foram sacados, antes da operação da Polícia Federal, foram sacados valores muito altos, quer dizer, há informação de que a operação teria vazado”, explicou o senador.
Pedidos de prisões
Nesta quinta-feira (25) a CPMI aprovou o pedido de prisão do advogado Nelson Wilians Fratoni Rodrigues. Ele é acusado de envolvimento no esquema de descontos ilegais de aposentadorias e pensões.
Quando eu fiz o pedido de prisão para 21 pessoas, o ministro André Mendonça, que está com os inquéritos, imediatamente nos atendeu nos dois primeiros, e eu espero que agora nos atende na prisão do Nelson Willians, que é um advogado bilionário, cujas contas são suspeitas de terem lavado quase R$ 4 bilhões da previdência. Esse dinheiro passou pelo escritório do Nelson, ele vai ter que explicar”, assegurou o senador
Fazer justiça é difícil
Ainda durante a entrevista, Carlos Viana exclamou como é difícil fazer justiça” no país, citou que houve vazamentos de informações da grande operação que a Polícia Federal iria fazer e que decisões monocráticas do Supremo Tribunal Federal (STF) atrapalham o andamento das investigações.E eu quero deixar claro aqui também um outro ponto, como é difícil fazer justiça no Brasil. Como é difícil. A gente começa a chegar perto de uma informação importante, vem um Habeas Corpus do Supremo Tribunal Federal. Eu tenho criticado sim, a legislação diz que a CPMI pode convocar uma testemunha e vem um ministro que dá um habeas corpus dizendo que a testemunha não é obrigada. É contra a lei, está fora da lei. E o que é pior, às vezes você vai observar, a testemunha tem relacionamento contratual com escritórios ligados a parentes de ministros. E isso é que mata a gente do Brasil, essa cumplicidade em que a gente não consegue vencer essa teia, de amizades e de cumplicidade. A gente precisa começar a separar o que é da legislação, o que é da república e o que é particular. Tá tudo muito misturado em Brasília”, manifestou o parlamentar mineiro.
O senador ainda garantiu que não fará da CPMI um palanque político e que serão expostos todos aqueles que têm ligação com o grande desvio de dinheiro do INSS.
Nós estamos avançando com muita dificuldade, porque as decisões da Justiça acabam nos impedindo, mas não vão nos parar. Isso eu tenho deixado claro. Quem acompanhar a CPMI vai saber de quem está envolvido, vai saber qual é a culpa de cada um. Nós não vamos expor quem não tem ligação, a gente não vai usar a política, mas a população vai saber o que aconteceu na previdência, por mais que se tente impedir a investigação, nós vamos dar satisfação ao povo brasileiro”, finalizou.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Verdade
26 de setembro, 2025 | 12:32O que esse camarada veio fazer aqui em Ipatinga-MG se a mídia está falando sobre esses assuntos, será que é para gastar dinheiro público com viagens e hotéis, churrasco etc..”