25 de setembro, de 2025 | 07:00

Farra do golpe com o Pix está com os dias contados

Miguel dos Santos *


Tenho lido sistematicamente no Diário do Aço notícias sobre os golpes aplicados em vítimas em que o dinheiro é transferido via Pix, das vítimas para os estelionatários. Um dos casos chama a atenção pelo fato de a vítima ter ido à agência do Bradesco no Horto, a gerente ter descoberto que o dinheiro foi parar na conta de um bandido em São Paulo e alegar que nada podia fazer para estornar o valor.

É nessa toada, aproveitando-se das brechas legais, que os criminosos que agem na internet praticam seus ilícitos, desfalcando a economia de gente que, em muitos casos, economizou a duras penas um dinheirinho para comprar um veículo, um telefone ou um eletrodoméstico. Sem piedade, os marginais surrupiam o dinheiro de idosos, de jovens desatentos, de acamados, não importa. Deu bobeira, eles rapam até o último centavo.

Pois agora vejo um anúncio do Banco Central sobre mudanças no Pix para acabar com essa farra dos espertalhões.

Três mudanças estão em andamento neste momento. A primeira é a contestação direta no aplicativo. A partir do dia 1º de outubro próximo, o chamado Mecanismo Especial de Devolução (MED) vai se tornar 100% digital, ou seja, os aplicativos dos bancos vão ter uma nova funcionalidade que permitirá ao cliente registrar a contestação de uma transferência fraudulenta diretamente no aplicativo, sem necessidade de entrar em contato com a instituição financeira, seja pelo telefone ou diretamente na agência, o que torna o processo mais rápido.
“Em resumo, o que se espera é que o Pix fique mais seguro contra fraudes e, ao mesmo tempo, mais controlado para grandes valores”


A segunda mudança: atualmente, quando uma denúncia é feita, o bloqueio do valor ocorre na primeira conta que recebeu o Pix. Entretanto, muitas vezes, senão todas, os golpistas já desviaram a quantia para outras contas, dificultando o rastreio. O novo recurso do Banco Central vai permitir identificar essas transferências subsequentes e possibilitar o bloqueio, para facilitar a devolução à vítima do golpista.

Por fim, a terceira mudança é no limite do Pix. O Banco Central decidiu que somente instituições autorizadas podem fazer transferências via Pix ou TED acima de R$ 15 mil. Se a instituição que a pessoa usa não tiver essa autorização, a operação vai travar nesse limite.

O que se espera? Em resumo, é que o Pix fique mais seguro contra fraudes e, ao mesmo tempo, mais controlado para grandes valores. Golpe na lavagem de dinheiro, golpe na cabeça dos marginais que tomam dinheiro de pessoas inocentes ou que, debilitadas pela idade, ou mesmo pessoas desatentas e desinformadas, sofriam perdas irreparáveis com esses crápulas desalmados.

*Economista.

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