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24 de setembro, de 2025 | 14:32

Sob protestos de sindicatos e parlamentares, governo defende privatização da Copasa

Daniel Protzner/ALMG
Trabalhadores denunciam em audiência pública impactos de PEC que retira exigência de referendo para venda de estataisTrabalhadores denunciam em audiência pública impactos de PEC que retira exigência de referendo para venda de estatais

Com informaçoes da ALMG
Com gritos de “Zema ladrão, a Copasa é do povão” e “fora Zema”, trabalhadores da Companhia de Saneamento de Minas Gerais ocupam, na manhã desta quarta-feira (24/9/25), o Auditório José Alencar e o Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Eles denunciam possíveis impactos da privatização da estatal.

A audiência pública da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social acontece a pedido de 14 parlamentares da oposição, entre eles o presidente da comissão, deputado Betão (PT).

“O Zema desde que assumiu o governo do Estado só fala de privatização, em todas as áreas: saúde, educação, energia, saneamento. Ele quer privatizar tudo o que for possível”, afirmou Betão.

A possibilidade de privatização da Copasa é objeto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/23, de autoria do governador. A PEC propõe retirar a exigência de referendo e de quórum qualificado para aprovação de lei que autorize a desestatização ou federalização de empresas estatais. A proposta integra o pacote de medidas do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag).

Representante do governo presente na audiência, o secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) Frederico Amaral e Silva defendeu a necessidade de adesão ao programa. Ele explicou que é preciso garantir o abatimento imediato de 20% do saldo devedor para que Minas Gerais consiga as melhores condições para a repactuação da dívida. A privatização da Copasa faz parte dessa estratégia.

"É importante dizer que o Marco Legal do Saneamento já é uma política que estimula a participação da iniciativa privada no serviço do saneamento", pontuou Frederico, se referindo à Lei Federal nº 11.445, de 2007. O secretário-adjunto da Sede explicou ainda que essa legislação permite a alteração dos contratos de concessão para possibilitar a ampliação dos serviços no Estado, a partir da privatização.

Segundo ele, o Marco Legal estabelece ainda que o Estado e os municípios têm até o ano de 2033 para universalizar o fornecimento de água e saneamento. “Isso quer dizer que 99% das residências precisam ter o serviço de água e 90% do serviço de saneamento onde a empresa atuar”, disse.

Frederico finalizou sua fala lembrando que, junto ao processo de privatização da Copasa, o governo pretende modernizar a gestão da Agência Reguladora de Saneamento e Energia de Minas Gerais (Arsae), por meio do Projeto de Lei (PL) 3.739/25. A ideia é modernizar os mecanismos de gestão do órgão e aperfeiçoar a fiscalização dos serviços.
Para oposição, privatização levaria à precarização.

Para o deputado Betão, outros exemplos demonstram que a privatização levaria, na verdade, à precarização dos serviços. Ele lembrou o caso de São Paulo, cujo fornecimento de energia elétrica hoje está nas mãos da empresa Enel, alvo de muitas reclamações da população.

A deputada Bella Gonçalves (Psol) afirmou que “é indignante escutar as mentiras do governo para vender a Copasa”.
"Ao contrário do que foi dito aqui, todos os casos de privatização levaram à elevação do custo da água. A água vira preço de ouro e a população depois não tem como arcar."

Para a parlamentar, o ataque aos trabalhadores vem acontecendo antes mesmo do anúncio de privatização, com episódios de assédio moral, cortes de benefícios, perseguição e ampliação de terceirização na empresa “Um grupo se apropriou da diretoria da Copasa, dificultando o trabalho que é feito na ponta para depois defender a necessidade de privatização”, disse.

Ela questionou o envolvimento do BTG Pactual no processo de negociação da estatal. Segundo a parlamentar, o banco tem participado de várias ações dentro do governo, o que levanta suspeitas sobre essa relação. “O banco tem informações privilegiadas sobre as ações e a administração das debêntures da Copasa. O plano dele é jogar as ações lá embaixo no momento da venda, para depois lucrar milhões com a empresa”, afirmou.

O deputado Celinho Sintrocel (PCdoB) parabenizou os sindicalistas na audiência pela manifestação. Já o deputado Leleco Pimentel (PT) pediu a retirada de tramitação da PEC e cobrou os parlamentares da base do governo para que atuem nesse sentido. “É deles a responsabilidade para que a Copasa não seja a primeira da fila daquilo que Zema quer: colocar tudo em liquidação a preço de banana”, disse.
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Comentários

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Rodrigo

24 de setembro, 2025 | 16:37

“Privatizar a Cemig e a Copasa, em plena crise climática e hídrica é uma insensatez absoluta.Como esperar economia e uso consciente, de energia e água, se o objetivo principal de empresas privadas é maximizar lucros por meio do aumento do consumo?Como!?? Hein...”

Marco Túlio

24 de setembro, 2025 | 16:37

“Sindicato ser contra normal, sindicato tá olhando somente o lado dele, nunca sendo a Copasa empresa pública,vai conseguir a universalização do saneamento básico em minas gerais, políticos da oposição só pensam no seu ideológica, também se a Copasa não for mais pública, acaba também os cargos comissionados, chamados pinduricai, para Fins de indicação política,não deixando por exemplo os deputados estaduais a fiscalizar o executivo estadual,se não perde os cargos da sua base aliada, eleitores que votaram nele por troca de favores.Ai se tiver está privatização, vamos ter a universalização do saneamento básico, menos corrupção e mais fiscalização dos órgãos regulamentares de fiscalização desta área de atuação, controle de cobranças abusivas e da qualidade do serviço prestado,tendo risco de perda da concessão de prestação de serviço,de coleta, tratamento de esgoto e fornecimento de água e saneamento básico.”

Verdade

24 de setembro, 2025 | 14:39

“Isso é o medo dos concursados fica desempregado, pois agora vai ter que trabalhar mostra serviço diz de passagem ,antes deixava a água potável vazar por 5 dias.”

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