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23 de setembro, de 2025 | 06:00

Pescaria...

Nena de Castro *


Bom dia aos pássaros, às flores, à brisa e tudo quanto existe de bom, como risos de crianças e o som de pessoas clamando nas ruas pela Liberdade, Justiça e Paz! E mostrando que “a gente não tem cara de panaca” e não vai aceitar as malfeitorias de políticos que deviam lutar pelo país e seu povo e não legislar em causa própria! Afeeeee! E que alegria ver desfraldada pelas ruas a bandeira verde-amarela, Brasil, Brasil, Brasil!

E vamos a mais um causo! Diz que Cumpá Zoca e Cumpá Dito se encontraro na bera da pirambêra que dava acesso ao corguim na terra de Totõe Canela. Iam moiá as minhoca e porveitá mode tumá umas pinga da boa e comê a farofa de Sá Mariquinha que levavam no embornal. Pararo pupará e cumeçaro a conversa um sodano o outro:
- Dia, cumpadi! Tatudo bem? Dia! - Respondeu o outro. Troxe tudo que percisa mode nóis pescá? -Inhô, sim, cumpadi!! Tô ca perengagem toda! E ainda troxe uns docimdeleite ca Sinfrônia feis! -Belezura!

Cumpadi, vamo descê logo queieu tô doidim mode fisgá uns lambari, umas traíra, bagre e o que mais tivé dano sopa no riachim! -Sossifô agora, respondeu o companheiro e começaram a descê a pirambêra carregando as sacolas com a matutagem, as varas, os anzóis, as iscas...

Ajeitaram tudo debaixo do pé de paud’alho, acenderam um foguim e começaro a perpará os anzóis, na maior alegria!
O sol da manhã dava um tom especial às folhas das árvores e o dia prometia! Os lambaris começaram a comer as iscas e os compadres gritavam eita! - puxando as varas com rapidez, pra não perder os peixes, que eram colocados numa fieira feita de vara de goiaba! E ia tudo bem até que ouviram um assobio, longo, irritante.

- O que será isso, Cumpadi? -Sei lá, respondeu Zoca, ocupado com uma minhoca que não queria ser espetada no anzol. Deve de sê coisa de minino! Vamo pescando, qui tá é bão! Continuaram a pescar e daí a pouco o assobio foi ouvido de novo.
- Epa, - disse Dito - num tô gostano disso não! Meu braço arrupiou todim, cumpadi! -Ara, cumpadi , falou Zoca – dexa de bestagem! Tem perigo por aqui, não! E tá de dia, nessa hora assombração num aparece, elas vêm é de noite!
- Mas e se fô o disgranhudo, o trem ruim, que qué judiá da gente? Diz que ele aparece a quarqué hora! Vamo simbora? Ieu perdi a vontade de pegá peixe, cumpadi! Vamo?

- Tu num é home, não, Zoca? Vamo fica aqui, pegá nossos peixim merendá, bebê pinga... Nisso, ouviram o assobio mais uma vez e um redemuin veio se formando e levantando as folhas! Aí, já foi demais!

Os cumpadis oiaram um pro outro, largaram tudo e subiram a pirambêra aos trancos e barrancos, escorregando e relepando a bunda e os joelhos! E suverteram correndo pela estrada de chão, coração supitano de susto! Daí a pouco saíram da moita Zuca, Pedrim e Taco, os moleques mais atentados do povoado!

Que riram até num poder mais, pegaram a farofa, a pinga, os peixes, as varas de pesca e se mandaram, agradecendo ao vento pelo redemuin! Que pena! Ninguém avisou pros cumpadis que o capeta tá no Planalto Central, inspirando os políticos a assombrar, defraudar e depenar o povo brasileiro de todas as maneiras, inclusive tentando se blindar! Vergonha nacional! Sai, trem ruim! E nada mais digo!

* Historiadora e contadora de história.

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