20 de setembro, de 2025 | 08:45

Cidades do Vale do Aço registram boa situação fiscal, aponta Firjan

IFGF mostra que 150 prefeituras mineiras não produzem receita suficiente para manter o custeio do Executivo e da Câmara Municipal

Alex Ferreira
O prefeito Bruno Morato avaliou o bom desempenho de Santana do ParaísoO prefeito Bruno Morato avaliou o bom desempenho de Santana do Paraíso

Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
Os municípios da Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) conseguiram boas notas na nova edição do Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF). Conforme os dados acessados pelo Diário do Aço, Coronel Fabriciano conseguiu a maior nota, com 0,91. Também em destaque como Gestão de Excelência aparecem Santana do Paraíso, com 0,87 e Timóteo, com 0,82. Por fim, Ipatinga, com 0,75, nota mais baixa entre os quatro, conseguiu a classificação de Boa Gestão. Os dados são referentes ao ano de 2024.

O estudo, conforme a organização, é construído com base em resultados fiscais oficiais, declarados pelas próprias prefeituras à Secretaria do Tesouro Nacional (STN), e é composto por quatro indicadores: Autonomia, Gastos com Pessoal, Liquidez e Investimentos.

Após a análise de cada um deles, a situação das cidades é considerada crítica (resultados inferiores a 0,4 ponto), em dificuldade (resultados entre 0,4 e 0,6 ponto), boa (resultados entre 0,6 e 0,8 ponto) ou de excelência (resultados superiores a 0,8 ponto).

Para Bruno Morato (Avante), prefeito de Santana do Paraíso, o índice reflete o resultado de um trabalho que vem sendo feito ao longo dos anos.

“Um trabalho que busca sempre a eficiência da gestão pública, a solução dos problemas das pessoas, o controle dos gastos públicos e a eficiência também dos gastos públicos. E na realidade, desde que nós entramos em Santana do Paraíso, nós profissionalizamos a gestão pública, ou seja, aqui tudo tem meta, tudo tem índice, tudo tem resultado, tudo é apurado e quando você profissionaliza a gestão, você entrega melhores resultados para o cidadão”, analisou.

Morato, que está no 1º ano de seu 2º mandato à frente do município, garante que continuará a trabalhar para otimizar resultados. “Quem ganha com isso é a população de saber que está numa prefeitura que, de acordo com a própria Secretaria do Tesouro Nacional, conseguiu atingir 87% do índice de gestão de excelência, o que sem dúvida nenhuma é um número significativo, mas é claro que nós vamos continuar trabalhando para buscar os 100%”.

Crescimento dos municípios
Analisando a série histórica do Índice Firjan de Gestão Fiscal, é possível perceber que as quatro cidades conseguiram o melhor resultado desde o início do estudo.

Em 2023, por exemplo, apenas Fabriciano havia conseguido uma nota de excelência, com 0,88. Antes disso, a melhor nota havia sido em 2016, com 0,83. Paraíso havia conseguido 0,78 em 2023, melhor nota até então.

Timóteo teve a nota de 0,64 em 2023. O melhor resultado havia sido em 2022, quando atingiu a marca de 0,7. Já Ipatinga conseguiu a nota de 0,74 no ano anterior, que era o recorde até então.

Resultado por indicadores
No estado, foram avaliadas as contas de 824 municípios. O indicador Autonomia avalia se as receitas geradas pela atividade econômica local são suficientes para cobrir as despesas essenciais ao funcionamento da administração municipal.

Ipatinga e Timóteo conseguiram nota máxima: 1,0. Coronel Fabriciano ficou com 0,6, enquanto Santana do Paraíso apresentou o resultado de 0,5.

Despesa com pessoal
Na avaliação de Gastos com Pessoal, Fabriciano e Paraíso conseguiram notas máximas, o que significa que as administrações tiveram uma excelente flexibilidade orçamentária e baixo peso da folha de pagamentos de salários e aposentadorias de servidores.

Ipatinga alcançou a nota de 0,73, resultado considerado bom, enquanto Timóteo, com 0,86, o que é avaliado em um nível de excelência.

Recursos em caixa
Já no IFGF Liquidez, que avalia se as prefeituras apresentam recursos em caixa para cumprimento das obrigações financeiras de curto prazo, Fabriciano e Paraíso voltaram a ter nota máxima. Timóteo conseguiu apenas 0,55, o que representa dificuldade nesse índice. Ipatinga, com 0,69, teve um bom desempenho, conforme os métodos de avaliação.

Investimentos
Por fim, no IFGF Investimentos, que mede a parcela da receita destinada aos investimentos públicos, Fabriciano e Paraíso fazem novamente a dobradinha com nota máxima. “A destinação de recursos para investimentos públicos é fundamental para a geração de bem-estar para a população quanto para o desenvolvimento do ambiente de negócios local”, avalia a Firjan em nota.

Timóteo conseguiu 0,87, o que é considerado bom, enquanto Ipatinga alcançou apenas 0,59, o que é analisado pela instituição como uma situação em dificuldade.

A pontuação média entre os municípios mineiros foi de 0,8057 ponto, 14,4% acima da média dos municípios brasileiros (0,7043). Dos 824 municípios analisados, 474 (57,5%) apresentaram elevado nível de investimento público em 2024, dentre os quais 342 prefeituras ficaram com nota máxima no indicador ao destinarem mais de 12% do orçamento para esse tipo de despesa.
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