16 de setembro, de 2025 | 08:30

Governo municipal se manifesta após criança autista ser conduzida pela PM em Timóteo

Reprodução
Menino de 9 anos foi levado no banco de trás da viatura da PM após incidente numa escola municipal localizada no AlphavilleMenino de 9 anos foi levado no banco de trás da viatura da PM após incidente numa escola municipal localizada no Alphaville

Uma criança de 9 anos foi levada pela Polícia Militar até o Conselho Tutelar de Timóteo, após episódio ocorrido na Escola Municipal Professora Maria Aparecida Martins Prado, no bairro Alphaville. Conforme o boletim de ocorrência, o fato aconteceu dia 11/9. O caso ganhou destaque nas mídias sociais, após a mãe filmar e divulgar um vídeo do menino no banco de trás da viatura.

No vídeo, a mãe (que não aparece na cena, somente sua voz), indignada com o filho naquela situação, diz ser um absurdo o diretor da instituição optar por chamar a PM em vez de resolver a situação entrando em contato com ela ou com o pai.

Segundo o boletim, uma professora relatou aos militares que o menino se recusou a obedecê-la após pedir para não sentar no lugar de outro colega de sala; “que explicou para o menino que aquele momento não era para realizar atividade em dupla e mesmo assim, a criança permaneceu ‘importunando’ a aula; que ele levantou, a segurou pelos dois braços e tentou jogá-la ao chão, bem como passou a chutá-la e socá-la; que voltou a pedir para o aluno voltar para o seu lugar e ele disse que não voltaria; que não é a primeira vez que a criança causa transtorno na escola e que diante do medo de que as outras crianças da sala fossem atingidas quando o estudante pegou uma cadeira e tentou jogar no chão, acionou a direção da escola e, esta, a polícia”.

Ainda conforme o boletim de ocorrência, os pais relataram aos militares que a criança possui laudo emitido por psiquiatra, com o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtorno Opositor-Desafiador (TOD).

O que diz o governo
Em entrevista à imprensa, o prefeito de Timóteo, Vitor Prado (Republicanos), disse que a professora precisou intervir numa situação. “Ao ver que o diretor estava sendo chamado, reagiu, ficou realmente mais agressivo, estou dizendo agressivo no sentido de reação. E aí foram feitas ligações para o Conselho Tutelar, que não atendeu, e então a Polícia Militar, que atende pelo 190, foi acionada e compareceu ao local. A PM tem os procedimentos dela e é lógico, temos que respeitar e entender que policiais ainda não estão treinados adequadamente de forma a atender esse tipo de ocorrência, que é um fato novo”.

Ainda conforme o prefeito, “não houve nenhuma ofensa à integridade física da criança, ela foi contida. Por que foi colocada na viatura?  Porque o instrumento de trabalho do militar é a viatura, é o equipamento dele, ele não tinha outro local para colocar. E aí ele foi conduzido. Então, desse fato todo, e que nós não podemos permitir, é que vire bandeira de um ou de outro, é bandeira de todos nós, do poder Executivo, do governo do Estado, dos vereadores, da comunidade em geral, é uma situação que nós temos que nos adaptar, fazer de tudo para fazermos o melhor. Agora, nós teremos falhas e as falhas devem ser corrigidas”, salientou.

Atípicos
O prefeito acrescentou que o governo estuda medidas para estruturar e poder atender melhor as famílias atípicas, tanto no ambiente escolar, quanto fora dele. A secretária de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, France-Jane Pereira, referendou o que o prefeito disse e afirmou que o governo é “extremamente contrário a qualquer tipo de desrespeito, não só às crianças atípicas, como às típicas também”. 

Salientou ainda que “nós estamos todos trabalhando pela melhoria da qualidade da educação. Temos estudado e criado momentos de reflexão junto às nossas equipes para construirmos um protocolo de atendimento a todas essas necessidades dentro da escola. E também temos o projeto Afetar, capacitando os professores, os assistentes de educação especial, os diretores, no sentido de como lidar melhor com a causa das crianças neurodivergentes, mas também com as outras crianças e adolescentes que estão dentro do ambiente escolar”, garantiu.  

Entidade
A Associação Amor Azul manifestou sua indignação: “Esse ato viola o ECA (Lei 8.069/90), a Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015) e a Lei 12.764/2012, além da Lei Municipal 4.048/2025. Crianças com deficiência não são criminosas e não podem ser submetidas a esse tipo de violência e discriminação”.

A associação “exige apuração imediata, atendimento psicológico à criança e sua família, formação adequada aos profissionais da educação e garantia de tratamento multidisciplinar. Não toleraremos retrocessos ou violações de direitos”, conclui a nota da entidade, publicada em um perfil nas mídias sociais.
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Comentários

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Renato

22 de setembro, 2025 | 11:54

“Esse povo trabalha com criança sem conhecer o Estatuto da Criança e do Adolescente? Deveria ser leitura obrigatório para quem convive no dia-a-dia com crianças. Lá está escrito, não se chama polícia para uma criança com menos de 12 anos.”

Ponto de Vista

17 de setembro, 2025 | 11:05

“A situação foi controlada ?Parece que sim.
Se houve falhas ou não, tem sim que ser apurado.
O que jamais pode acontecer é o "incidente virar palanque político".”

Analista

16 de setembro, 2025 | 23:56

“Esse conselho tutelar de Timóteo, Fabriciano,e belo oriente só existe pra pagar salário porque nunca funciona os funcionários parecem fantasmas só estão lá pra receber pagamento.”

Ana Maria

16 de setembro, 2025 | 22:31

“A pior equipe de sec. De Educação nos últimos tempo, é essa atual. Vc reclama com coordenadora das escolas e creches situações q são de demandas de ambas e ninguém faz nada, não resolve nada.preferem maquiar a situação ao invés de resolver efetivamente os problemas. Oq tem de reclamação de diretores (as) de escolas e creches esse ano não é normal não.
Tem muita gnt na sec. De Educação q não faz o trabalho como deveria ser feito. Moro perto de uma das creches da prefeitura e vivo escutando as mães reclamarem da diretora, e dizendo q, ligam na secretaria e ninguém resolve nada. Preferem fingir q resolvem do q fazer oq realmente precisam fazer. Agora a pergunta q eu me faço: é faz de autonomia ou só é falta de capacidade dessa atual equipe ?????”

Roberto

16 de setembro, 2025 | 19:23

“Um pessoal querendo saber pq o conselho tutelar não atendeu a ligação, e o que o conselho tutelar iria fazer? Nada, a orientação iria ser a mesma, pq se teve agressão, no mínimo tem que se fazer um boletim de ocorrência, e se tivesse furado os olhos da professora ou de um coleguinha com um lápis? Ou se tivesse terminado em morte? Ou se fosse um aluno mais velho com 12 anos e com mais força? Então tem muita relevâncias , por isso o melhor é criar um protocolo, e realmente todos saberem o que fazer nessas situações, pq nem conselho tutelar, polícia ou pessoas das escolas sabem qual é o melhor procedimento, e ainda dependendo da situação, pq se não pode nem tentar segurar uma criança nervosa em crise, que vão alegar que foi agredida, e mesmo com tratamento psicológico etc, a criança sempre pode agredir alguém, principalmente colegas de sala de aula, principalmente se tem TOD , mas graças a Deus , pelo que vi nas reportagens, não teve mais consequências!”

Oliveira

16 de setembro, 2025 | 18:13

“A Policia Militar é uma insituição que também visa trabalho social, quantas pessoas a PM já socorreu em viaturas, quantos apoio social já fizeram na viatura.

A PM é o unico braço do estado que está em todo campo social, enquanto o Estado falha em otimizar formas de trabalho como a presente situação, o policial que está na linha de frente tem que "se virá nos 30"; depois um monte de julgadores, sentados em suas poltronas, em ar climatizado irão analizar a situação daquele que interviu para trazer a paz.

Não há nenhuma irregularidade por parte da PM, e nem despreparo, pelo contrário, foram certeiros, e trouxeram a paz naquele momento. A crianaça vai bem, obrigado.

Etta mundo!! me ajuda mamãe..”

Gildázio Garcia Vitor

16 de setembro, 2025 | 15:43

“Nós, Professores e Equipes Diretivas, em geral, com raríssimas exceções, não temos, ainda, competências e habilidades para entender grande parte das reações das crianças e adolescentes atípicas e/ou com algum transtorno neurodivergente.”

Da Silveira

16 de setembro, 2025 | 14:58

“Boa tarde, o que tem o conselho tutelar a dizer sobre esta situação?”

Justiceiro

16 de setembro, 2025 | 14:47

“Primeiro o prefeito deveria esclarecer porque ninguém do conselho tutela atendeu as ligações, segundo se a polícia foi atender uma ocorrência e os pms não está preparado em atender uma criança em surto liga pro bombeiros ? ou samu este é o certo a ser feito”

Johnathan Braga

16 de setembro, 2025 | 14:19

“Absurdo! Isso é um absurdo! Despreparo total do município em receber alunos especiais! Quem é a Secretária de Educação? Ruim demais!”

Marilsa

16 de setembro, 2025 | 14:09

“O Viewer melhor ficar calado,se fosse um responsável atípica entenderia a situação, somente país atípicos conhece a situação, pois passam 24 horas com as crianças, então a solução é convidando-os para juntos resolver, mas neste caso mandar embora a direção da escola,pois é cargo comissionado.”

Viewer

16 de setembro, 2025 | 13:39

“Em vez de politizarem a situação porque a entidade não propõe soluções práticas para amenizar nessas situações de crise ?

Acaso os professores deveriam aguardar o menino colocar fogo na escola ?”

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