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14 de setembro, de 2025 | 09:00

Profissionais destacam benefícios e desafios na implementação das bicicletas compartilhadas em Ipatinga

Conforme o IBGE, o município ipatinguense tem apenas 2,4% das vias sinalizadas para ciclistas, o que é considerado um dos obstáculos para a implementação do sistema integrado

Divulgação
Professor Guilherme Leiva também está à frente do processo de elaboração do PlanMobProfessor Guilherme Leiva também está à frente do processo de elaboração do PlanMob

Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço

Sancionada recentemente pelo prefeito de Ipatinga, Gustavo Nunes (PL), a lei que institui o programa de bicicletas e equipamentos de mobilidade individual compartilhados cria as bases legais para um sistema integrado ao transporte público municipal. A iniciativa prevê estações físicas, aplicativos para retirada e rastreamento e pontos distribuídos pela cidade, priorizando áreas com menor cobertura de transporte coletivo.

No entanto, o governo terá que lidar com as poucas sinalizações para ciclovias em sua malha viária, bem como estruturar uma forma que garanta segurança aos usuários e interligação entre os modais de transporte.
Dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que apenas 2,4% das vias do município possuem sinalização para ciclistas, evidenciando os desafios de implantação da nova política. A proposta faz parte de um conjunto de medidas previstas no Plano de Mobilidade Urbana (PlanMob) de Ipatinga, que visa ampliar a oferta de meios de transporte sustentáveis e reduzir a dependência de veículos motorizados individuais.

Procurado pelo Diário do Aço, o vereador Major Ednilson (Republicanos), vice-presidente da Comissão de Urbanismo, Transporte, Trânsito e Meio Ambiente da Câmara Municipal, destaca que a implantação exige investimentos e planejamento para garantir segurança aos usuários. “O desafio não é implantar, o desafio é fazer com que esse programa tenha continuidade e dê certo com segurança a todos os usuários que vão estar inseridos no trânsito, seja como condutor da bicicleta elétrica, do patinete elétrico ou outro equipamento”.

Cultura
Para Guilherme Leiva, professor de Arquitetura e integrante do Departamento de Engenharia de Transportes do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), a medida é um passo importante para incentivar o uso de bicicletas.

“Acredito que isso cria uma cultura. Uma vez que a população começa a compreender que é uma prioridade, está na pauta e que investimentos estão sendo feitos, você vai estimular que mais pessoas passem a utilizar esse modo de transporte, que é muito sustentável economicamente, para a saúde e ambientalmente”.

Ainda segundo o professor, a localização estratégica das estações será um dos pontos centrais para garantir o funcionamento do sistema. Ele defende que as bicicletas estejam disponíveis não apenas em áreas centrais, mas também em bairros mais afastados, integrados a polos de geração de viagens e conectados ao transporte público. “Gradativamente, logicamente, ampliando essa infraestrutura cicloviária, tanto de ciclovias, como de ciclofaixas e até mesmo redução de velocidade dentro dos bairros, para que a bicicleta possa ser utilizada de forma conjunta com outros modos, como o carro e o ônibus, mas com controle de velocidade, dando mais segurança ao ciclista”, completou.

Major Ednilson também reforçou a relevância da política. “A gente consegue fazer com que as pessoas se desloquem sem depender de outros veículos movidos a combustão, como no caso de táxi, de Uber, até mesmo do próprio ônibus coletivo. Onde ele existe é um sucesso. Na verdade, isso só vem para ajudar o deslocamento das pessoas”, argumentou.

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Vereador vê com bons olhos o programa, mas entende que a infraestrutura de Ipatinga carece de melhoriasVereador vê com bons olhos o programa, mas entende que a infraestrutura de Ipatinga carece de melhorias

Infraestrutura
O parlamentar reconhece a deficiência estrutural do município em propiciar ciclovias integradas e em bons estados, para que de tal modo, possa incentivar o uso da bicicleta como meio de deslocamento. Ele ainda ressalta a importância do Plano de Mobilidade como instrumento para buscar recursos junto aos governos estadual e federal para obras estruturais.

“Nós precisamos de alguns elevados, alguns viadutos, melhorar o entroncamento nas principais avenidas e também precisamos construir novas ciclovias”, explicou. Ele citou vias que já possuem ciclovias, como as avenidas Minas Gerais, Selim de Sales, JK e Macapá, mas alertou que muitos trechos carecem de conexões seguras.

A falta de sinalização para ciclistas também foi apontada como um dos principais gargalos. “Realmente em Ipatinga existem poucas sinalizações para os ciclistas. A gente pode dizer que não existe nenhuma. Nós precisamos avançar muito nisso. Temos que criar novas ciclovias e ter a devida atenção para a colocação de faixas, de placas indicando ao ciclista onde ele deve andar, indicando também ao motorista que à frente pode ter um ciclista e que ele tem que ter a distância regulamentar desse ciclista”, finalizou o vereador.

Para Guilherme Leiva, a implantação deve ser acompanhada de campanhas educativas e uma rede cicloviária conectada, evitando ciclovias isoladas e sem continuidade. “Você construindo gradativamente essa rede, trazendo uma sinalização de forma ativa da presença de maior número de ciclistas, fazendo campanhas educativas, orientando as pessoas a utilizarem da forma adequada e que os motoristas passem a respeitar isso, você vai garantir muito mais efetividade e segurança ao usuário com a implementação desse programa”, avaliou.

Já publicado:
Ipatinga lança projeto para implantar bicicletas e patinetes compartilhados
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Comentários

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João

16 de setembro, 2025 | 06:19

“Quando existem as pistas de pedestres e ciclistas, apresentam elevações do asfalto e concreto provocado pelas raízes das árvores, tornando inseguro e inviável a circulação. Falta sinalização com placas das vias, no Parque Ipanema os pedestres circulam na pista de ciclistas e chegam a bloquear a passagem. Há locais, onde a pista acaba, mesmo tendo espaço para prosseguir. Prefeitura sempre ignorou esse tipo de via. E o número de bicicletas tem aumentado consideravelmente. O programa é muito bom, mas a administração municipal deixa muito a desejar com manutenção, construção e sinalização!”

Luiz Sincero

15 de setembro, 2025 | 18:15

“Leitor sensato na teoria a ideia e o objetivo da proposta é excelente, o problema é colocar na prática, a dúvida é saber se a prefeitura irá conseguir tornar viável, uma vez que, o poder público municipal não consegue solucionar nem mesmo o trânsito caótico na cidade atualmente.”

Leitor Sensato

15 de setembro, 2025 | 16:31

“Luiz Sincero, cabe à administração municipal, junto ao Legislativo e com base no Plano de Mobilidade Urbana, criar meios de assegurar a segurança dos ciclistas, de criar interligações de ciclovias, e sobretudo, de fazer um processo intermodal, onde o usuário pode chegar de ônibus até certo local, e a partir dali, usar a bike, ou vice-versa. Isso poderia, inclusive, diminuir, com tempo, é claro, o fluxo de veículos em algumas vias. Obviamente que o plano também vai identificar outras deficiências e oportunidades para poder otimizar o processo e vai depender da prefeitura colocar tudo em prática, claro. Além de receber recursos para poder fazer obras estruturantes.

Jão, Felisardo, e Nóis, quanto aos possíveis furtos do equipamento, muito possivelmente as bicicletas compartilhadas serão administradas por empresa privada, como a Tembici, que opera no Rio de Janeiro e outras capitais. As viagens realizadas com as bicicletas compartilhadas são monitoradas por GPS e, em casos em que o tempo de uso excede o limite previsto, sua equipe entra em contato com o usuário para verificar a situação e evitar cobranças indevidas.

Em caso de extravio, o time de recuperação é acionado, tendo sucesso na grande maioria dos casos, conforme a empresa citada, que diz ainda ter parceria com órgãos de segurança para garantir a proteção de seus usuários e equipamentos.

É impressionante como vocês pensam pequeno e acham que mobilidade é somente sobre carros. Nossas vias não comportam tantos carros e é necessário pensar fora da caixa. Se dá certo até no RJ, por que não pode dar aqui?

Quanto ao comentário do verdade, infelizmente o governo ipatinguense levanta dúvidas sobre a lisura mesmo, no entanto, basta aos órgão de imprensa acompanhar, junto aos munícipes também, assim como os vereadores, e no mínimo indício de corrupção, acionar o MPMG.”

? Nóis

15 de setembro, 2025 | 09:21

“O que vai ter de nóia trafegando com as bikes e depois vendendo na feira do rolo, vai ser de perder de vista.”

Felisardo

15 de setembro, 2025 | 08:34

“Morador da manaim agradece”

Verdade

14 de setembro, 2025 | 21:21

“Outra maneira de desviar verbas do governo.”

Luiz Sincero

14 de setembro, 2025 | 10:18

“A prefeitura não consegue organizar o trânsito que já é caótico em Ipatinga e já está querendo implantar mais um complicador na cidade, haja SAMU vai dobrar a demanda de acidentes.”

Jao

14 de setembro, 2025 | 09:19

“Os noia vai roubar tudo!”

Atenta

14 de setembro, 2025 | 09:18

“O projeto de Mobilidade deveria dar urgência na reforma das calçadas e rampas para cadeirantes. Hoje os cadeirantes têm que rodar nas ruas,pois, não há qualidade nas calçadas nem rampas de acesso a elas.”

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