
14 de setembro, de 2025 | 06:00
Time pronto
Fernando Rocha
A diferença entre os atuais times de Cruzeiro e Atlético pode ser resumida em uma frase: a Raposa é um time pronto e o Galo está em construção.Nos dois confrontos pela semifinal da Copa do Brasil, o Cruzeiro foi melhor individualmente, mais organizado, determinado, erra muito pouco, e por isso mereceu com sobras a classificação.
Sampaoli bem que tentou mexer o doce, começou com uma formação diferente, escalou jogadores pouco utilizados pelo antecessor Cuca, mas tudo o que planejou foi por água abaixo ao tomar o primeiro gol com cinco minutos de partida, em lance muito parecido com o que ocorreu na primeira partida, novamente, de bola parada pelo alto, numa falha de marcação da defesa.
No segundo tempo, outro gol com menos de cinco minutos e outro balde de água fria. Ficou a impressão de que, se quisesse, o Cruzeiro poderia ter feito mais um ou dois gols tranquilamente. Sem tempo para lamentações, o Galo se volta agora para o Campeonato Brasileiro, onde precisa vencer hoje o Santos, na Arena MRV, para se descolar dos times que estão brigando a mais tempo na zona de rebaixamento.
Até que enfim!
Acabou, finalmente, este insuportável torneio eliminatório sul-americano para a Copa do Mundo de 2026, com 18 intermináveis rodadas em turno e returno, ida e volta.
Tudo isso para classificar até sete de dez seleções participantes, sendo que a maioria delas não está no nível dos times da Série B nacional.
A derrota de 1 x 0 da nossa seleção, na última rodada, para a Bolívia, não serviu para Ancelotti observar muita coisa, pois jogar a 4.088 metros de altitude invalida qualquer análise técnica de jogadores.
Foi um jogo de sobrevivência, no qual se faz o possível. E como o resultado não mudaria nada para a seleção brasileira, também, não houve um algo mais, um empenho extra.
O italiano Carlo Ancelotti e sua comissão técnica vão agora poder implantar sua filosofia de trabalho e planejar o futuro, para que o Brasil busque o hexa no Mundial/2026, onde a quantidade será um obstáculo à qualidade do espetáculo.
FIM DE PAPO
Quem pisou na bola, fez um papelão, foi a seleção venezuelana: precisava vencer a Colômbia, em casa, para manter suas chances de disputar uma Copa do Mundo pela primeira vez, e perdeu por 6 a 3. Esteve com o jogo empatado em 2 x 2, mas entregou a paçoca e aliviou a barra da Fifa, já às voltas com o maluco do Trump, que não quer dar vistos de entrada ao seu país para jogadores de países que ele considera seus inimigos. A Venezuela está nessa lista que tem também o Irã, mas este já está classificado para a Copa do Mundo.
Faltando pouco mais de dois meses para a decisão, a Conmebol anunciou a mudança de sede da final da Copa Sul-Americana, que saiu de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para retornar a Assunção, capital do Paraguai, onde fica a sede da entidade. A data do dia 22 de novembro foi mantida e o motivo alegado para a mudança de local é o estádio boliviano, que não passou na vistoria e não há tempo hábil para as obras de adaptação.
A pergunta de todo atleticano que não quer calar é se Jorge Sampaoli, com este elenco atual, vai conseguir fazer do Galo um time de futebol decente, capaz de não correr riscos maiores de rebaixamento no Brasileirão, como foi no ano passado, além de conquistar a Copa Sul-Americana? É possível no primeiro caso, mas improvável no segundo, o que já seria, a meu juízo, um feito importante. Como deve ter recebido da diretoria a promessa de ganhar refuerzos” para a próxima temporada, a expectativa de dias melhores do atleticano deve ficar para 2026.
Quanto ao futuro do Cruzeiro, parece promissor, pois conta com um grupo bom, que tende a melhorar ainda mais na medida em que os reforços recém-contratados entrem no ritmo dos demais colegas. Está na briga pelo título brasileiro, mas em relação aos adversários nesta reta final de Copa do Brasil é amplamente favorito para conquistar o título pela sétima vez. (Fecha o pano!)
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