
11 de setembro, de 2025 | 15:32
Acusada por homicídio de pessoa em situação de rua no Olaria é julgada hoje no Tribunal do Júri em Timóteo
Divulgação TJMG
Mulher trans é julgada pelo Tribunal do Júri em Timóteo por homicídio de morador de rua

A mulher trans Thyfany de Almeida, de 32 anos, é julgada pelo Tribunal do Júri da Comarca de Timóteo nesta quinta-feira (11). Ela responde pela morte de seu companheiro, Arlindo César da Silva, de 52 anos, ocorrida em outubro de 2024, conforme noticiado à época pelo Diário do Aço.
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais, o crime ocorreu na madrugada de 21 de outubro de 2024, na Rua vinte e dois, bairro Olaria, em Timóteo.
Durante uma discussão motivada por ciúmes, Thyfany teria agredido a vítima com chutes e socos, inclusive na cabeça, o que provocou traumatismo craniano e levou Arlindo à morte.
A vítima, que estava em situação de rua, tinha mobilidade reduzida devido a uma fratura na perna, o que, segundo a acusação, dificultou sua defesa. O Samu foi acionado, mas encontrou Arlindo já sem vida.
Duas qualificadoras
O Ministério Público denunciou a ré por homicídio qualificado, alegando motivo torpe (insatisfação por ser questionada sobre uma possível traição) e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.
Durante a instrução processual, testemunhas relataram que o casal mantinha um relacionamento marcado por brigas e episódios de violência. A defesa negou as acusações e pediu a impronúncia, ou ao menos a retirada das qualificadoras, além da revogação da prisão preventiva, todos os pedidos foram rejeitados pelo juiz Maycon Jésus Barcelos.
A acusada do crime foi presa logo em seguida, conforme noticiado naquela ocasião. Thyfany, ao ser interrogada na época, negou os fatos, mas confirmou que houve uma discussão por ciúmes em que Arlindo acusava a mulher de sair para rua para ficar com outros homens. Na discussão houve alguns empurrões recíprocos, mas não ao ponto de provocar as lesões constatadas na vítima pela manhã.
A ré ressaltou que foi agredida pela vítima, não tendo sido a primeira vez que sofria a violência, inclusive já foi atingida pela vítima com uma facada.
A trans ressaltou que, na madrugada dos fatos, foi até um posto de gasolina próximo da sua casa para fazer um lanche, o que justifica sua aparição, nas imagens de segurança, saindo e retornando do imóvel.
Na decisão de pronúncia, o magistrado destacou que os indícios de autoria e a materialidade do crime eram suficientes para levar a acusada a julgamento pelo júri popular. Ele também manteve a prisão preventiva de Thyfany, ressaltando a gravidade do crime e a necessidade de preservar a ordem pública.
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