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11 de setembro, de 2025 | 07:00

A importância da autonomia financeira na vida das mulheres vítimas de violência doméstica

Fernanda Rodrigues *


Atualmente, percebemos uma mudança nas relações econômicas, principalmente no que se refere à atuação da mulher no mercado de trabalho, comparada aos tempos passados. Se por um lado, ainda há uma parcela de mulheres que escolhe dedicar-se exclusivamente ao lar, ou seja, ao cuidado da família, por outro, a realidade brasileira mostra que muitas, na maioria das vezes, precisam dividir tais cuidados com o exercício da profissão.

Quando esse assunto envolve mulheres que são vítimas de violência doméstica, a discussão ganha uma abordagem ainda mais significativa. Isso ocorre porque a dependência econômica faz com que essas pessoas tenham cada vez mais dificuldade de sair desta “prisão”. Infelizmente, existe muito preconceito no sentido de que a vítima não se distancia de tal situação por escolha, mas a realidade é que uma das questões que a impede de se desvincular do agressor é a condição financeira.

A pergunta é: como a mulher, simplesmente, vai pegar suas coisas e seus filhos e vai embora? Ir embora para onde? Viver, financeiramente, como? Ao julgá-la, a sociedade não faz uma reflexão acerca dos diversos motivos que permeiam essa situação. Entre eles, está a tão importante AUTONOMIA FINANCEIRA, que consiste em ter condições para arcar com suas despesas, como manutenção da casa, saúde, alimentação e cuidados pessoais.

Posto isso, é válido destacar, também, como é primordial a elevação da autoestima que será influenciada por tal autonomia. Além disso, a mulher tem a oportunidade de viver em um ambiente diferente, ter outros tipos de amizades, ou seja, descobre que há um mundo diferente daquele em que ela está inserida, e passa a se sentir valorizada e útil por meio da sua força de trabalho.
“A realidade é que uma das questões que a impede [a vítima] de se desvincular do agressor é a condição financeira”


Em relação ao Poder Público, há uma prerrogativa legal que permite que essas mulheres tenham acesso a vagas de trabalho. Nas contratações públicas, por meio da Lei de Licitações nº 14.133/2021, há a previsão da possibilidade de os órgãos públicos reservarem cota para que as empresas, que prestam serviços públicos de mão de obra, contratem as mulheres vítimas de violência doméstica.

Essa medida, permite que elas participem de um processo seletivo, respeitado o sigilo necessário, por meio de entrevista de emprego em conformidade com sua qualificação e com as normas trabalhistas, para que elas possam, de fato, conquistar sua independência financeira, bem como ter condições de tentar sair da situação de violência doméstica.

Diante disso, tanto a sociedade, bem como as empresas, devem apoiar e estar atentos a essas políticas para que juntos possam: Valorizar e Empoderar as mulheres!

* Servidora Pública do Município de Timóteo e Aluna do curso de Lideranças Femininas em Finanças Públicas (parceria do INSPER, Banco do Brasil e Tesouro Nacional).

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