
10 de setembro, de 2025 | 10:59
Voto de Luiz Fux no STF é no sentido de não aceitar condenação de réus acusados de trama golpista
Com informações da Agência Brasil
Ao abrir seu voto no julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, nesta quarta-feira (10), o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que não cabe à Corte fazer julgamento político, mas agir com cautela e responsabilidade ao decidir o que é legal sob o ponto de vista criminal.
Não compete ao Supremo Tribunal Federal realizar um juízo político do que é bom ou ruim, conveniente ou inconveniente, apropriado ou inapropriado. Compete a este tribunal afirmar o que é constitucional ou inconstitucional, legal ou ilegal”, disse Fux.
O ministro acrescentou que trata-se de missão que exige objetividade, rigor técnico e minimalismo interpretativo. A fim de não se confundir o papel do julgador com o do agente político”.
"Com a mesma cautela e responsabilidade que orientam a jurisdição constitucional, deve também o Poder Judiciário exercer sua atuação de igual maneira na esfera criminal”, afirmou Fux.
A Primeira Turma do Supremo retomou nesta quarta, com o voto de Fux, o julgamento sobre uma trama golpista que teria atuado para manter Bolsonaro no poder mesmo com derrota nas eleições de 2022.
Fux é o terceiro a votar, depois que os ministros Alexandre de Moraes, relator da ação penal, e o ministro Flávio Dino votaram pela condenação de todos os oito réus pelos cinco crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Luiz Fux já indicou que vai divergir em questões preliminares e também sobre o mérito do caso. Entre as divergências está a opinião de que a competência para julgar o caso não é do Supremo, mas da primeira instância da Justiça Federal. O ministro alertou que seu voto será longo.
Quem são os réus
Jair Bolsonaro ex-presidente da República;
Alexandre Ramagem - ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
Almir Garnier - ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres - ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
Augusto Heleno - ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
Paulo Sérgio Nogueira - ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto - ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro na chapa de 2022;
Mauro Cid ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Quais os crimes praticados?
Todos os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
A exceção é o caso do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem que, atualmente, é deputado federal. Ele foi beneficiado com a suspensão de parte das acusações e responde somente a três dos cinco crimes. A regra está prevista na Constituição.
A suspensão vale para os crimes de dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado, relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro.
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Jose Afonso
10 de setembro, 2025 | 12:34Que voto mais estranho. Ele mesmo contradisse vários outros votos que ele emitiu.”
Analista
10 de setembro, 2025 | 11:57Bom pelo resumo e tempo com as leis fracas e o jeitinho brasileiro isso não dará em nada daqui uns dias sai a centensa e todos caíram no esquecimento da impunidade e ainda mais vão recandidatar aos cargos de autoridades deste país que não puni ninguém e ficara tudo na mesma farofa de sempre um lambendo o outro e morrendo de rir das leis brasileiras e brindando em seus gabinetes se fosse em outro país com leis severas e dolorosas iriam todos para a cadeia com a proibição de se afastarem para o resto da vida de cargos públicos e dependendo do grau do crime cometido poderiam até concorrer a uma vaga para eutanásia.”
Antonio
10 de setembro, 2025 | 11:07Provavelmente o voto dele não vai fazer falta. Não será um golpe válido.”