09 de setembro, de 2025 | 08:45

Construção foi o setor que mais gerou empregos no mês de julho, na RMVA

Fernando Frazão-Agência Brasil
Apesar do bom desempenho, a construção civil também é marcada pela informalidadeApesar do bom desempenho, a construção civil também é marcada pela informalidade
Por Bruna Lage - Repórter Diário do Aço
Levantamento feito pelo Observatório das Metropolizações Vale do Aço mostra os dados do mercado de trabalho metropolitano. As informações são do coordenador do Observatório, William Passos, referentes ao mês de julho de 2025 e mostram que na Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) a construção civil foi a que mais contratou dentre as outras áreas.

Observando os números com dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) de empregos com carteira assinada, explica William, o Brasil vem gerando números positivos: mais de 1,3 milhão de novas vagas foram geradas no acumulado de 2025. Minas Gerais acompanha essa trajetória e gerou mais de 152 mil novas vagas. Já as quatro cidades da RMVA geraram mais de 1.800 vagas, considerando o período de janeiro a julho de 2025.
No mês de julho, o Brasil gerou quase 130 mil novas vagas, Minas Gerais quase 3.500 com carteira a mais, um mês fraco de maneira geral para o estado; e o Vale do Aço registrou um mês ruim, com déficit, foram 539 demissões a mais do que admissões, neste mês.

“Quando a gente olha para os setores, vemos que no mês de julho só construção e agropecuária registraram números positivos, com 127 e cinco novas vagas, respectivamente. Construção é um setor com muita informalidade, é importante destacar isso, mas os números da RMVA foram tão ruins em julho que até o setor de serviços, que tradicionalmente puxa o emprego mais forte, veio negativo com menos 68, comércio também vem negativo e a indústria da região, com 398 demissões”, salienta.

Municípios
O coordenador destaca que observando os dados por município, do mês de julho, Coronel Fabriciano gerou saldo de 20, Santana do Paraíso teve saldo de 14, mas Timóteo registrou déficit de 26 vagas, assim como Ipatinga, com 547 vagas. “Essa eliminação de 547 vagas ajuda a explicar por que na região os números foram tão ruins, foram 539 demissões a mais do que admissões. No entanto, quando a gente olha o acumulado do ano, dos 1.832 novos empregos com carteira assinada, vemos que muito disso vem do setor de serviços que gerou 1.511 vagas entre janeiro e julho de 2025”, detalha.

Ainda conforme William Passos, a indústria vem apresentando um desempenho em termos de geração de emprego com carteira assinada negativo, com 572 demissões a mais do que admissões. “A construção civil vem registrando um número positivo, mas esse número tem relação com o setor de serviços, são os empregos do setor que geram consumo, que fazem movimentar o setor da construção civil. O comércio também acaba sendo movimentado pelo setor de serviços e isso ajuda a explicar o saldo de 174 vagas no ano. A agropecuária surpreende, porque a agropecuária do Vale do Aço não tem muito volume, muita densidade, é muito informal, de subsistência, mas ainda assim conseguiu formalizar 37 novos empregos com carteira assinada no ano de 2025”, frisa.

Desaceleração
William destaca que os dados do mês de julho, em relação aos dados dos meses anteriores, mostram que a região vem numa trajetória de desaceleração na comparação com o movimento nacional e estadual do emprego. Ou seja, que a RMVA gera emprego, mas num ritmo mais reduzido.

“E há meses, como aconteceu com o mês de julho, que vem realmente mais fraco e desacelera tanto, que acaba vindo um mês bastante negativo. Há questões relacionadas ao fato de o Vale do Aço ser muito dependente da indústria, que ajuda a explicar os números da região, e há questões internas da indústria no sentido de reorganização. Nós, do Observatório das Metropolizações, percebemos um movimento de desaceleração da geração de emprego na indústria do Vale do Aço da pandemia para cá. Parte disso pode ser explicado pelo movimento de automação que vem acontecendo na indústria nacional como um todo e na indústria siderúrgica e metalúrgica também, em particular”, avalia.

Reprodução
Dados do Observatório das Metropolizações Vale do Aço apontam como está o mercado de trabalho Dados do Observatório das Metropolizações Vale do Aço apontam como está o mercado de trabalho

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