07 de setembro, de 2025 | 16:00

Ato pró-Bolsonaro une governadores e parlamentares de direita em SP

Tarcísio de Freitas classificou a atuação de Moraes como "tirania", em entrevista, governador reiterou que dará anistia geral se for eleito presidente em 2026

Com informações da Agência Brasil
Pessoas participam do evento Reaja Brasil, na Avenida Paulista. Foto: Paulo Pinto/Agência BrasilPessoas participam do evento Reaja Brasil, na Avenida Paulista. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Em ato organizado em São Paulo por movimentos da direita e grupos religiosos, manifestantes assistiram neste domingo (7) a discursos defendendo pautas como a liberdade e a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Reunidos na Avenida Paulista, o grupo também se manifestou contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em alguns casos pedindo sua prisão.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, falou em uma celebração incompleta pela ausência do direito de ir e vir de Bolsonaro. Disse ainda que o que se assiste é a construção de uma série de narrativas por parte da esquerda na condução do julgamento em torno do 8 de janeiro, para incriminar o ex-presidente.

"O que eles têm é uma única delação de um colaborador, mudada seis vezes em três dias, sob coação. Não se pode destruir a democracia sob o pretexto de resgatá-la".

Para o governador, a anistia tem de ser ampla e para todos os envolvidos, em favor da tradição nacional pela pacificação, "para que a gente possa se livrar do PT". Freitas reafirmou ainda a ascensão de uma direita anti-sistema, de um estado pro-business, de uma direita que não tem vergonha de ir para as ruas e classificou a atuação de Alexandre de Moraes como "tirania".

O pastor Silas Malafaia fez um longo discurso defendendo a unidade da direita em torno de Bolsonaro. Ele citou o que considera uma injustiça do processo contra o ex-presidente e abusos da parte do STF e do ministro Alexandre de Moraes, que caracterizou como um "ditador" e alguém que desrespeita a liberdade política e a religiosa. O pastor lembrou a apreensão de seus cadernos de oração há dez dias, quando retornava de uma viagem a Portugal, e negou estar dialogando com autoridades estrangeiras.

No fim de agosto, Malafaia foi alvo de busca e apreensão determinada por Moraes. Segundo a Procuradoria-Geral da República, o pastor teria agido como “orientador e auxiliar das ações de coação” promovidas por Bolsonaro e pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Paulo Pinto/Agência Brasil

A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro foi a última a discursar. Ela fez diversas falas religiosas e lembrou da dificuldade em ver seu marido sem poder sair de casa, não poder realizar cultos e de ter de lidar com uma vigilância que ocorre de maneira desproporcional, segundo ela.

Durante o evento, os manifestantes estenderam uma bandeira gigante dos Estados Unidos. O ato também teve a participação do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, senadores e deputados.

Os atos em defesa da anistia e de Bolsonaro também ocorreram em outras capitais. No Rio de Janeiro, a manifestação ocupou um quarteirão de Copacabana e reuniu o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os deputados federais do PL Alexandre Ramagem, Luiz Lima, Eduardo Pazuello, Hélio Lopes e Clarissa Garotinho.

Ramagem é réu no julgamento da tentativa do golpe, em andamento no Supremo Tribunal Federal. Em seu discurso no ato, ele defendeu anistia ampla, geral e irrestrita para quem atentou contra a democracia no dia 8 de janeiro de 2023.
Paulo Pinto/Agência Brasil
Além da bandeira dos Estados Unidos, mensagens de agradecimento a Trump e bandeiras de Israel marcaram o cenário nas manifestações bolsonaristas Além da bandeira dos Estados Unidos, mensagens de agradecimento a Trump e bandeiras de Israel marcaram o cenário nas manifestações bolsonaristas

Soberania
Neste 7 de setembro, mais de 45 mil pessoas acompanharam o desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e ministros do Executivo estavam presentes no evento. Parte do público se manifestou com gritos de "sem anistia" e "soberania não se negocia". O mesmo ocorreu nos atos do Grito dos Excluídos, sindicatos e movimentos sociais pelo país.

O principal tema do desfile oficial de 7 de setembro deste ano foi justamente a soberania do país. Outros eixos temáticos foram a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém, em novembro, e o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O pronunciamento do presidente Lula em rede nacional de rádio e TV também tratou desses temas. Lula chamou os brasileiros que trabalham contra o Brasil de "traidores da pátria".

Este ano, as comemorações do 7 de setembro - Dia da Independência do Brasil ocorre em meio à crise bilateral entre Brasil e Estados Unidos, provocada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, que impôs tarifas comerciais aos produtos brasileiros para pressionar o país a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está sendo julgado pelo STF pelos crimes de tentativa de golpe e abolição do Estado Democrático de Direito. O julgamento deve ser concluído esta semana.

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Comentários

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Bom

08 de setembro, 2025 | 11:19

“O que o fizeram com a mente desse povo?
Enaltecer os Estados Unidos, Israel , é o fim, misturar religião evangélica com política é uma lavagem cerebral que fizeram com essa turma.
Israel está assassinando inocentes e o brasileiro torcendo por isso é de dar medo.”

Lu Magalhães

08 de setembro, 2025 | 10:03

“? difícil de acreditar. Uma criatura se entitular patriota e no dia de comemoração da independência do seu país exibir a bandeira de um país quê literalmente está ferrando com o seu país.. o quê será que se passa na cabeça dessas criaturas ? Será quê FREUD explicaria um troço desse...eita lasqueira..”

Cidadão Desanimado Com o Brasil

08 de setembro, 2025 | 09:14

“Hoje li uma frase assim: ?No Dia da Independência, é oportuno reiterar que a verdadeira liberdade não nasce de ataques às instituições, mas do seu fortalecimento?. Ver brasileiros carregando bandeira gigante dos estados unidos e de israel e ainda cartazes de agradecimento a Trump por sacionar o Brasil é de desanimar qualquer um.”

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