07 de setembro, de 2025 | 06:00

Vai, Brasil!

Fernando Rocha

A seleção brasileira passou fácil pelo Chile, 3 x 0, em um jogo de ataque contra defesa, onde não houve qualquer risco para o time de Carlo Ancelotti, como já era esperado.

Se o Brasil já estava classificado para o Mundial/2026, o Chile é o lanterna dessas eliminatórias, está fora da Copa e iniciando um processo de renovação de sua seleção.

Muito bom ver que a seleção brasileira, cuja camisa verde e amarela foi apropriada por um grupo político, está de volta agora para ser de todos os brasileiros.

Isso muito se deve ao técnico, o italiano Carlo Ancelotti, multicampeão respeitado no mundo inteiro, que colocou a casa em ordem, convocou os melhores jogadores, que estão jogando bem em seus times e, com vontade, capacidade para vestir a camisa mais vitoriosa do futebol mundial.

A seleção brasileira ainda está em formação, mas já se vê sinais da construção de um coletivo com a cara do treinador, que tem competência para nos levar ao sonhado hexa mundial.

Ficou barato
A condenação do atacante do Flamengo, Bruno Henrique, a 12 jogos de suspensão e multa de R$ 50 mil, mesmo com a comprovação de sua culpa em ação deliberada para levar um cartão amarelo, e assim beneficiar parentes em uma casa de apostas, deixou no ar a sensação de impunidade.

Quase pelo mesmo motivo, o então atacante do Coritiba, Alef Manga, pegou gancho de 360 dias e multa de R$ 30 mil. Recentemente, o atacante do Galo, Dudu, por ofender numa rede social a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, recebeu punição de seis jogos e multa de R$ 80 mil.

O caso de Bruno Henrique expõe, mais uma vez, o grande poder e influência do seu clube, o Flamengo, junto à CBF e seu tribunal que tem tradição de favorecer os grandes clubes do eixo Rio-SP em suas decisões.

Necessário se faz também reconhecer o excelente trabalho feito pelo advogado do Flamengo, Michel Assef Filho, que demonstrou enorme competência para descaracterizar o caso do artigo 243: "atuar deliberadamente, de modo a prejudicar a equipe que defende”, onde a pena poderia chegar a 360 dias, como aconteceu com Alef Manga.

O saudoso e folclórico ex-goleiro, ex-comentarista esportivo, Olavo Leite Bastos, o Kafunga, se estivesse entre nós, diria que Michel Assef é o mesmo advogado que conseguiu provar, em juízo, que o cachorro do seu cliente foi mordido pelo cidadão que passava na calçada, e não o contrário.

FIM DE PAPO

Diferente do que fez Felipão, em 2002, com Romário, o italiano Ancelotti deu uma lição de habilidade ao não convocar Neymar, ao mesmo tempo em que deixou as portas abertas para ele voltar a jogar pela seleção, desde que esteja bem fisicamente e fazendo a diferença no Santos. Ancelotti sabe que Neymar é o único craque extraclasse produzido pelo futebol brasileiro nas últimas duas décadas, mas não pode virar seu refém, como se viu até então com os treinadores que o antecederam no cargo. Qualquer outro treinador brasileiro teria convocado Neymar para esses dois últimos jogos contra Chile e Bolívia, mas, por ter estofo e personalidade, Ancelotti mudou essa dinâmica que não vinha dando certo.

O Estádio Governador Magalhães Pinto, Mineirão, o “Gigante da Pampulha”, completou 60 anos de inauguração na última sexta-feira, 5/9. O futebol mineiro se divide em duas etapas: antes e depois do Mineirão. Tenho ótimas, boas e más lembranças - muito mais boas do que más - nesses 42 anos ali vividos como cronista esportivo. O primeiro jogo como “repórter de campo” foi num clássico, Cruzeiro 2 x 1 Santos, em 1983, no segundo ano de existência da Rádio Vanguarda AM.

Foi emocionante naquela época trabalhar ao lado de ídolos, que até então só conhecia pela voz, através das ondas curtas das rádios Inconfidência e Guarani, como os saudosos Aloysio Martins e Lucélio Gomes, além de ter a oportunidade de conviver com ícones do rádio esportivo como Jairo Anatólio Lima, Osvaldo Faria, Villy Gonzer, Mauro Neto, Orlando Augusto, muita gente famosa, que me inspiraram a exercer essa profissão.

O Mineirão foi durante décadas a minha segunda casa. Passava mais tempo dentro dele do que com a minha família, pois havia jogos de terça-feira a domingo. Dormia no seu alojamento, para facilitar o trabalho. Os momentos de tristeza existiram e faço questão de relevá-los, pois me fizeram crescer e entender que é preciso lutar diariamente contra as nossas imperfeições. O Mineirão antigo, com público superior a 100 mil pessoas, ficará para sempre na nossa memória. Agora é uma “Arena” moderna, mas adequado e capaz de se manter como o “Gigante”, que nasceu para ser a casa do futebol mineiro. (Fecha o pano!)

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