
05 de setembro, de 2025 | 07:30
Brasil: sensatez, diálogo e responsabilidade para o futuro
Coronel Ailton Cirilo *
O Brasil atravessa um momento de desgaste. A população está cansada de disputas políticas intermináveis e de discursos que não enfrentam os problemas reais do dia a dia. Esse cansaço mina a confiança nas instituições e enfraquece a percepção de que mudanças concretas são possíveis.Precisamos de líderes com sensatez, equilíbrio e visão de futuro. Lideranças capazes de construir pontes, dialogar com diferentes setores da sociedade e assumir responsabilidades com clareza e transparência. Sem isso, políticas públicas permanecem fragmentadas e desafios estruturais continuam sem solução.
Enquanto a política se concentra em interesses restritos, questões urgentes seguem abertas: carga tributária elevada, desigualdade crescente, sistema de saúde sobrecarregado e falta de investimento em segurança, tecnologia e inovação. O impacto é sentido em todos os níveis da sociedade.
Na área de segurança pública, por exemplo, a ausência de coordenação compromete tanto a proteção da população quanto o trabalho das forças policiais. É fundamental que haja diálogo entre instituições, investimentos em tecnologia, treinamento e protocolos claros, para que cada órgão cumpra sua função constitucional sem sobreposição de atribuições.
O desafio do Brasil é de gestão, mas também de consciência cívica”
Mas o fortalecimento do país não depende apenas dos governantes. A cidadania precisa ser exercida para além das eleições. Entre um mandato e outro, decisões que afetam diretamente a vida de todos são tomadas, e ignorar esse processo significa abrir espaço para que interesses restritos se sobreponham ao bem comum.
O relatório Democracia Inacabada, da Oxfam Brasil, mostra que, apesar da criação de conselhos e orçamentos participativos desde a Constituição de 1988, a participação efetiva da população ainda é baixa. Essa ausência enfraquece as instituições e amplia desigualdades, ao passo que experiências como o orçamento participativo em Porto Alegre e Belo Horizonte revelam que, quando a sociedade se engaja, surgem políticas mais consistentes e inclusivas.
O desafio do Brasil é de gestão, mas também de consciência cívica. Avançaremos apenas se líderes, instituições e cidadãos trabalharem juntos, com equilíbrio, planejamento e compromisso com o bem comum. Fortalecer a democracia significa valorizar boas lideranças e, ao mesmo tempo, assumir o papel de protagonista na vida pública. O fortalecimento da democracia passa tanto pela qualidade da liderança quanto pela disposição cidadã de participar.
Esse é o caminho para reconstruir a confiança, fortalecer políticas públicas e construir um país mais seguro, justo e equilibrado.
* Especialista em Segurança Pública.
Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
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