05 de setembro, de 2025 | 07:30

O poder da imagem na política: símbolos, cores e identidade visual

Ana Lopes * Michel Ribeiro *

Na política, a mensagem que se transmite vai muito além das palavras. Antes mesmo de um eleitor ouvir um discurso ou ler uma proposta, ele já formou uma impressão — e essa impressão, muitas vezes, é construída pela imagem: os símbolos escolhidos, as cores predominantes e a identidade visual que envolve um candidato ou partido.

A comunicação visual é um dos pilares da persuasão política. Ela atua em um nível rápido e inconsciente, conectando-se às emoções e memórias do eleitor, reforçando narrativas e posicionamentos. Em tempos de campanhas digitais, onde a disputa pela atenção é intensa, uma identidade visual coerente pode ser tão determinante quanto uma boa estratégia de marketing.

Símbolos têm o poder de condensar ideias complexas em formas simples e de fácil reconhecimento. Bandeiras, logotipos, ícones e até gestos feitos pelo candidato podem se tornar marcas registradas.

Na política, símbolos carregam história, pertencimento e valores. Um exemplo é o uso da estrela vermelha em partidos de esquerda, ou da bandeira nacional em movimentos de viés patriótico. Eles funcionam como um atalho mental: basta um olhar para que o eleitor associe imediatamente a marca a um conjunto de ideais.

As cores não são escolhidas ao acaso. Cada tonalidade desperta sensações específicas e influencia percepções:
- Vermelho: energia, urgência, paixão, luta.
- Azul: confiança, estabilidade, serenidade.
- Verde: esperança, renovação, ligação com causas ambientais.
- Amarelo: otimismo, alegria, proximidade com o público.
- Preto e branco: sobriedade, tradição, clareza.
“A comunicação visual atua em um nível rápido e inconsciente, conectando-se às emoções e memórias do eleitor”


Na política, a cor escolhida para uma campanha precisa refletir o posicionamento e a mensagem central. Além disso, a consistência no uso das cores fortalece o reconhecimento e a lembrança do eleitor.

Mais do que um logo ou um conjunto de cores, a identidade visual é o pacote completo de elementos gráficos que representam um político ou partido: tipografia, fotografias, enquadramentos, padrões e até o estilo dos vídeos. Quando bem construída, ela:
- Cria uniformidade na comunicação.
- Facilita a memorização pelo eleitor.
- Transmite profissionalismo e credibilidade.
- Uma identidade visual fragmentada, por outro lado, pode confundir o público e enfraquecer a mensagem. A força de uma identidade visual está em dialogar com a narrativa política. Não basta ter um logo bonito ou fotos bem produzidas: é preciso que cada elemento esteja alinhado ao discurso e aos valores defendidos.
Se um candidato defende inovação e futuro, mas utiliza visual antiquado, há um choque de percepção. Da mesma forma, quem defende proximidade e simplicidade deve refletir isso em imagens mais humanas e menos engessadas.

Na política, a imagem não é apenas um detalhe estético: é um instrumento de persuasão. Símbolos, cores e identidade visual atuam como mensagens silenciosas, capazes de conquistar ou repelir eleitores. Compreender o poder desses elementos e integrá-los de forma inteligente à comunicação é um passo essencial para qualquer estratégia política eficaz.

Em um cenário onde a atenção é disputada segundo a segundo, quem domina o poder da imagem conquista mais do que votos - conquista presença e memória na mente do eleitor.

* Jornalista - formada em Comunicação Social, pós-graduada em Políticas Públicas e em Ciência Política, sócia da AL9 Comunicação.

** Fotojornalista, cinegrafista e designer gráfico - com formação em Rádio e TV, sócio da AL9 Comunicação.

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