04 de setembro, de 2025 | 08:45

Vale do Aço se mobiliza para participar do Grito dos Excluídos

Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
No próximo domingo (7), feriado da Independência do Brasil, a Diocese Itabira-Coronel Fabriciano irá celebrar mais uma edição do Grito dos Excluídos em João Monlevade, no Médio Piracicaba.

O evento está programado para começar às 7h30 com acolhida na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de João Monlevade (Sindmon-Metal), com caminhada até a Praça do Povo, local em que terá a apresentação dos seis eixos deste ano e o Grito, às 12h. Após o encerramento, está previsto um almoço para os participantes no prédio do sindicato.

Tradicional, a programação inclui caminhadas, reflexões e momentos de oração, com uma programação que integra espiritualidade e reivindicações sociais, reforçando a união entre fé e cidadania.

Aurélio Moreira de Souza, secretário-geral da CUT Vale do Aço e um dos organizadores do evento, conta que os eixos do Grito dos Excluídos deste ano tratarão de temas diversos, como democracia, cidadania, cuidados com o ambiente, emprego, renda, trabalho, dentre outros, e convoca a comunidade a participar.

“É sempre muito importante a participação popular neste evento para que as pessoas possam se apossar dos temas que lá serão trabalhados, entender a temática e, se ainda não faz parte das lutas, passar a fazer parte das lutas na defesa dos temas que lá serão abordados”, frisou em entrevista ao jornal.

Casa comum
A edição de 2025 tem como lema: “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”. A organização da manifestação entende que o Grito coloca em voga os debates globais sobre as crises climáticas, a importância do cuidado com o meio ambiente, e uma reflexão sobre o que é democracia e os cuidados sociais.

“O primeiro ponto de reflexão, quando a gente fala de cuidar da Casa Comum, é cuidar do nosso planeta tão destruído pelas poluições de todos os tipos, poluição atmosférica, sonora, poluição do solo, a falta de cuidado com essa Casa Comum. O saudoso Papa Francisco, em sua encíclica Laudato si, chamava a nossa atenção para os cuidados com o planeta, os cuidados com a ecologia, com o meio ambiente, o trato respeitoso com os povos originários, sejam os povos indígenas ou nossos irmãos quilombolas”, afirmou Aurélio.

“Nossa democracia é também extremamente ameaçada, nós tivemos depois de décadas de uma certa solidez, após o término da ditadura militar, uma tentativa de Golpe de Estado, que inclusive começou a ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal”, pontuou o sindicalista.

Evento
Criado em 1995, o Grito, que reúne a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pastorais, movimentos sociais e sindicais, também faz um contraste ao desfile cívico em alusão à Independência do Brasil.

“O Brasil é de fato um país independente? Por exemplo, a nossa soberania é duramente atacada, o presidente de uma outra nação tenta interferir no julgamento da Justiça brasileira, onde diz categoricamente que se não houver o abrandamento ou até absolvição do réu, além das sanções já estabelecidas, vão ser colocadas novas sanções contra o Brasil”, questionou Aurélio.

Caravana
O Vale do Aço se organiza para estar presente no Grito dos Excluídos com caravanas representantes das 23 paróquias, com um público estimado de 500 pessoas.