03 de setembro, de 2025 | 14:11

A comunidade do interior começa a discutir investimentos digitais


Investimentos digitais ganham espaço em comunidades do interior do Brasil, impulsionados por conectividade, aplicativos financeiros e ações locais de educação econômica. O interesse por investimentos digitais não se limita mais aos grandes centros urbanos e está mudando a relação dos brasileiros com o dinheiro. Em comunidades do interior, termos como "renda passiva", "fundo imobiliário" e até nomes de criptomoedas como shiba inu já fazem parte do vocabulário de quem está buscando informação para decidir melhor sobre o futuro financeiro.

O acesso à internet de qualidade, o uso constante do WhatsApp e a popularização de aplicativos financeiros vêm criando um novo cenário em regiões onde, até pouco tempo atrás, os principais canais sobre economia eram o noticiário da TV e o gerente do banco.

Quando o digital ultrapassa os limites dos grandes centros

As melhorias na cobertura de internet móvel e banda larga têm papel central nesse movimento. Segundo dados da Anatel, o acesso à internet 4G e 5G segue em expansão nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além do interior do Sudeste e Sul.

Ao lado disso, o uso de redes sociais e aplicativos de mensagem, especialmente o WhatsApp, facilita a troca de conteúdo sobre finanças entre vizinhos, amigos e grupos de família. E é justamente nesse ambiente que surgem links para vídeos, podcasts e tutoriais que explicam o básico sobre investimentos.

Plataformas como NuInvest, Rico, Inter e XP têm contribuído para tornar o acesso mais simples. Com poucos cliques, é possível abrir uma conta digital, simular investimentos e acompanhar o rendimento. O que antes exigia deslocamento até uma agência bancária agora cabe no bolso.

Com esse novo cenário, temas como criptomoedas, renda fixa e fundos de investimento começam a surgir com frequência até em rodas de conversa no interior.

Criptomoedas: o ativo digital que ganhou espaço fora dos grandes centros

O uso de criptomoedas vem crescendo também em cidades pequenas e médias. Segundo reportagem do Valor Econômico de março de 2025, mais brasileiros possuem criptomoedas do que ações na bolsa. Esse dado evidencia que o acesso aos criptoativos já ultrapassou as grandes cidades.

Bitcoin, Ethereum e Solana são os nomes mais populares, embora outras moedas como a Shiba Inu também apareçam em conversas e tutoriais. Com um smartphone e uma carteira digital, qualquer pessoa pode adquirir, armazenar e utilizar criptomoedas.

Até mesmo lugares como Jericoacoara (CE) e Rolante (RS), comércios locais adotam pagamentos em bitcoin - um exemplo concreto de como essa tecnologia está sendo incorporada à economia regional, conectando comunidades do interior a um mercado financeiro digital global.

Educação financeira como motor da transformação local

O crescimento do interesse por investimentos tem sido acompanhado por um movimento de educação financeira de base comunitária. ONGs, cooperativas de crédito, escolas estaduais e instituições técnicas têm promovido oficinas, cursos e eventos voltados a orientar a população sobre como lidar com dinheiro.

O acesso gratuito a conteúdos digitais também tem papel relevante. Canais como Me Poupe!, O Primo Rico e Economista Sincero, com milhões de inscritos no YouTube, oferecem conteúdo introdutório e avançado sobre temas como Tesouro Direto, fundos imobiliários, criptomoedas e educação financeira familiar.

Professores, lideranças religiosas e até comerciantes têm assumido o papel de disseminadores locais do conhecimento. Isso fortalece a confiança e estimula novas adesões ao universo dos investimentos digitais.

Fintechs e bancos digitais impulsionando o interior

O avanço das fintechs foi decisivo para ampliar o acesso bancário e os serviços financeiros no interior. De acordo com a Febraban, oito em cada dez transações bancárias no Brasil já eram digitais, e o número de transações cresceu mais de 30% em relação ao ano anterior.

Bancos como Nubank, Inter, C6 e PagBank oferecem abertura de conta gratuita, sem necessidade de comprovante de endereço ou visita presencial. Isso tem beneficiado comunidades em que a presença de agências bancárias é limitada ou inexistente.

Essas plataformas também passaram a oferecer produtos de investimento com linguagem simples e aplicações mínimas acessíveis, o que ajuda a incluir perfis com pouca experiência ou renda.

Além disso, o crédito digital passou a atender pequenos empreendedores locais, fortalecendo o comércio e o negócio familiar em comunidades menores.

Eventos, feiras e rodas de conversa sobre finanças

Por todo o Brasil, cooperativas, sindicatos, escolas e associações comunitárias têm promovido encontros presenciais sobre educação financeira e investimentos. Esses eventos funcionam como ponto de partida para muita gente que nunca teve contato com aplicações digitais.

Em algumas regiões, essas iniciativas contam com apoio de bancos públicos, universidades e empresas privadas, que oferecem conteúdo acessível e prático. Os temas mais comuns são: como usar o PIX com segurança, quais os tipos de investimento mais populares, o que é uma criptomoeda e como abrir uma conta digital.

A troca de experiências nesses espaços tem gerado confiança entre os moradores e incentivado a adoção de novos hábitos financeiros.

O interior também investe no futuro

A ampliação do acesso à internet, o crescimento das plataformas digitais e o avanço da educação financeira vêm mudando a forma como as comunidades do interior lidam com o dinheiro.

Investimentos digitais passaram a fazer parte da realidade local, com presença em conversas cotidianas e eventos comunitários. Assim, à medida que a tecnologia se torna mais acessível, cresce também o número de pessoas envolvidas nessa nova dinâmica econômica.

Portanto, para quem vive no interior, entender esse movimento é uma forma prática de acessar novas oportunidades, melhorar o planejamento financeiro e participar de um mercado que já faz parte da rotina de milhões de brasileiros.
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