
03 de setembro, de 2025 | 08:45
Clínica de Santana do Paraíso reinsere na sociedade mulheres com dependência química
Enviada ao Diário do Aço
O volume de mulheres atendidas varia conforme o período, capacidade da casa e novas admissões
Por Isabelly Quintão - Repórter Diário do Aço 
Santana do Paraíso é sede de uma instituição que acolhe, trata e reinsere na sociedade mulheres em situação de dependência química. A Associação Amar e Renascer (AAMAR) é uma clínica de recuperação feminina que oferece apoio físico, emocional, espiritual e social para que as acolhidas consigam reconstruir suas vidas com dignidade.
Conduzida por uma equipe de voluntários, profissionais, parceiros e colaboradores, sob a coordenação da presidência e da diretoria, a instituição funciona com atendimento em regime de acolhimento 24 horas por dia, durante todos os dias da semana. Atualmente, cerca de 12 mulheres estão em recuperação. O volume varia conforme o período, capacidade da casa e novas admissões.
As acolhidas, geralmente em situação de vulnerabilidade social, familiar ou emocional, buscam ou aceitam ajuda para mudar o percurso de suas vidas. Sem apoio ou perspectivas, encontram acolhimento e esperança.
O presidente da associação, Pablo DÁvila, menciona que as mulheres chegam por meio de encaminhamentos familiares, indicações de igrejas, órgãos públicos, assistência social, ou até mesmo voluntariamente. São atendidas não só as que residem no Vale do Aço, como também em outras regiões, conforme a necessidade e a disponibilidade das vagas.
Na clínica fazemos atividades variadas, como: atendimentos terapêuticos e espirituais, acompanhamento psicológico e social, atividades ocupacionais, oficinas, artesanato e jardinagem, estudos bíblicos, rodas de conversa e cultos, além de momentos de lazer, convivência e reflexão”, detalha.
Recuperação
Já a recuperação é feita por meio de um programa terapêutico estruturado, que inclui acolhimento humanizado, espiritualidade, disciplina, apoio psicológico, atividades ocupacionais e reintegração social. Trabalhamos também o fortalecimento da autoestima, dos vínculos familiares e da fé. O tempo de recuperação varia conforme o caso, mas normalmente o programa tem duração de seis a nove meses, podendo ser estendido ou adaptado às necessidades individuais de cada mulher”, pontua Pablo.
Segundo afirma o presidente, após a recuperação, muitas mulheres conseguem retomar suas vidas com dignidade, reconstroem suas relações familiares, ingressam no mercado de trabalho e, principalmente, mantêm-se firmes na caminhada de sobriedade.
A AAMAR faz diferença ao oferecer uma nova chance de vida a mulheres que, muitas vezes, foram rejeitadas ou invisibilizadas. Nosso trabalho vai além da recuperação física ele envolve amor, fé, transformação e dignidade, atuando onde o poder público muitas vezes não alcança”, conclui.
Contato
É possível entrar em contato com a associação por meio do telefone/WhatsApp (31) 99563-7785 ou pelo perfil do Instagram @aamarsantanadoparaiso.
Mulher relata o recomeço
Uma mulher de 30 anos, residente de Machacalis, no Vale do Mucuri, conta que perdeu o controle do uso de bebidas e de maconha assim que completou a maioridade. Aos 22 anos, descobriu a cocaína e, há cerca de um ano, o crack. Ela internou-se em uma clínica de Belo Horizonte, mas permaneceu apenas por 45 dias. Fazendo tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de sua cidade, foi encaminhada para a AAMAR, onde está há quatro meses.A clínica é muito diferente da outra onde eu me internei. Cuidam da gente com muito carinho. Apesar de todas as dificuldades, estou indo para meu quinto mês e pretendo ficar até os nove meses, que é o tratamento completo. Enquanto estou aqui, tenho oportunidade de fazer minha faculdade, que eu tinha abandonado”, conta em depoimento enviado ao jornal.
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