02 de setembro, de 2025 | 07:00
De história, horrores e homenagem...
Nena de Castro *
Dia, meus cinco leitores do coração! Lá em Natal, no Rio Grande do Norte um homem conhecido como Chico Preto, contava que a Baleia era o bicho do mar mais veloz e mais comilão". Nadava mais do que todos os outros peixes e comia por peste. Nosso Senhor torceu o rabo da Baleia. Por isso ela nada mais devagar e é o único peixe que tem a barbatana do rabo virada para baixo, batendo água de baixo para cima, em vez de ser da direita pra esquerda, como todos os viventes dágua. Também a baleia comia tudo.Uma feita, uma moça devota de Santo Antonio viajando de navio, ia rezando com uma imagem desse santo, pedindo que a embarcação entrasse logo na barra. O SantAntonio escapuliu e txim bum! caiu no mar. A Baleia, vendo o clarear, veio em cima e, sem reconhecer, engoliu a imagem. SantAntonio, para castigar a gulodice, fez a Baleia ficar engasgada e tanto se engasgava, mais a goela ia ficando estreita. SAntonio desapareceu e a Baleia ficou, até hoje, só engolindo peixe pichititinho.
A Baleia é peixe nobre,
Não come senão sardinha!
Abre a boca, pega miles,
Engole a mais miudinha!...
Entonce a Bugra fica aqui, matutando nos tubarões políticos de Pindorama e no TUBARAÇO do cabelo louro, lá do Norte, que abriu a bocarra e quer abocanhar metade do mundo, taxando, ameaçando, mandando navios de guerra...
Teve um cara de bigodim ridículo lá pras bandas da Alemanha que sofreu uma crise expansionista e outra de exaltar a pureza da raça germânica fazendo perecer milhões de pessoas nas batalhas e campos de concentração, antes de perder a guerra!
Ai, meu SantAntõe do Categiró, de nóis tenha dó, causa de quê vivemos tempos horríveis de violência, crimes, insegurança, roubalheiras, ninguém suporta mais! E peço licença para honrar a memória do escritor Luis Fernando Veríssimo, que perdemos no domingo, e que deixou vasta e preciosa obra para os brasileiros.
Observador atento da vida, criou tipos imortais como O ANALISTA DE BAGÉ e usando a mais fina ironia, cutucava nossas mazelas com talento, gosto e arte, fazendo rir e pensar. Seus textos geniais deram nova dimensão à crônica brasileira!
A gia-cururu aprendiz aqui, ousa erguer os olhos para essa estrela da nossa Literatura, que usou as palavras com finesse, humor e amor, tecendo críticas de costumes! Vai, Veríssimo, encontrar Drummond e Bandeira e iluminar o firmamento, continuando a ser gauche, deliciosamente gauche, nas nossas vidas! E nada mais digo!
* Escritora contadora de histórias
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Tião Aranha
02 de setembro, 2025 | 10:47Bom texto, 'se brincar' é a melhor maneira de aprender / a ironia é a melhor maneira de encarar a realidade- , certos que quem nascer nas terras tupiniquins não passará do fundo do poço. Fundo do poço É só o a primeira etapa da nossa jornada aqui. Nem todos tiveram o privilégio de ter nascido num berço envolto de grandes Escritores. E de ter estudado em escolas de primeiro mundo. É nossa sina: sofrer! Infelizmente, De cima se vê melhor! Rs.”