27 de agosto, de 2025 | 08:45
Shopping 3 Cidades: imbróglio envolvendo restituição financeira pode estar perto fim
Por Bruna Lage - Repórter Diário do AçoO grupo de empresários do Vale do Aço que investiu na construção do Shopping 3 Cidades, pode finalmente ter um retorno sobre a restituição financeira, quase 30 anos depois. A informação é do advogado Jayme Rezende, que representa os investidores que compraram uma área naquele espaço. O lote, que tem mais de 30 mil metros quadrados, fica localizado em frente ao Unileste, em Coronel Fabriciano.
Atraídos pela oportunidade econômica, lojistas e empresários de diversos setores da região firmaram contrato, em 1997, com a incorporadora Investplan Empreendimentos Imobiliários Ltda., para a construção do Shopping 3 Cidades. A localização nobre, na avenida Tancredo de Almeida Neves, era um dos fatores promissores para o negócio.
A obra não foi à frente, com a paralisação dos trabalhos logo após a concretagem da base e instalação das primeiras pilastras. Com isso, o grupo de investidores propôs uma ação anulatória com pedido de ressarcimento, ainda no ano de 1997. Com cerca de R$ 2,2 milhões empatados no negócio, o grupo de investidores iniciou uma longa disputa na esfera judicial. Em junho de 2006, foi proferida sentença e julgada procedente a ação, condenando a Investplan a pagar aos autores do processo e investidores no negócio, a título de reparação de danos materiais, o valor correspondente às despesas suportadas pelos autores em decorrência do fracasso do empreendimento.
Na primeira fase, saiu a sentença favorável, foi confirmada pelo Tribunal. Agora nós estamos em fase de liquidação, ou seja, execução de sentença, face a uma liquidação. Foi feita uma primeira perícia que foi anulada pela outra parte e agora estamos na segunda. O juiz agora está nomeando um novo perito para levantar os valores dos investidores, com isso pronto, praticamente define a situação”, detalha.
Jayme Rezende explica que o grupo possui 50 lojistas, que fizeram o aporte e deram o dinheiro comprando as lojas. Nos demais shoppings, a exemplo do de Ipatinga, paga-se a franquia ou luva. No de Fabriciano (que seria construído) a pessoa estava comprando a sua loja. Seria uma inovação muito grande. Então hoje nós somos 50 que estão pleiteando isso”, reitera.
Tempo estimado
O advogado observa que, dentro da morosidade da Justiça, a fase de liquidação pode demorar mais um ano. Porque a perícia pode ter recurso para Belo Horizonte, qualquer discordância de valores, qualquer valor que eles acharem que não está a razoável, tanto de um lado quanto de outro, então eu acredito que mais um ano esteja resolvido”, vislumbra.
Sobre uma possível venda do terreno, Jayme Rezende explica que ele pode ser vendido, desde que a empresa dê uma garantia. Entretanto, no registro de imóveis da Investplan, existe um impedimento por parte da ação e por causa dos lojistas. Nesse caso, avalia Jayme, dificilmente alguém compraria um imóvel que tem impedimento.
Eu acredito que está liberado e não está ao mesmo tempo. Depende de o comprador assumir a corresponsabilidade solidária. O valor da área, inclusive, está sendo feito levantamento por três grandes imobiliárias, a gente não sabe, mas varia por metro quadrado. Vai depender, então, dessas avaliações. E o valor dos lojistas, o levantamento estava entre R$ 9 e 10 milhões. Essa novela, agora, em no máximo um ano a gente termina. Está perto do fim e com perspectiva boa”, conclui Jayme Rezende.
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