16 de agosto, de 2025 | 09:00

Conheça a história da Baiana da Feirinha

Uma mulher que veio do nordeste do estado, trazendo sua forte personalidade e o tempero baiano

Dani Roque
Baiana está com sua barraca na feira do Ipatingão há 20 anosBaiana está com sua barraca na feira do Ipatingão há 20 anos
Por Dani Roque - Estagiária sob supervisão
Maria Imaculada Rocha Oliveira das Noivas, 44 anos, natural de Nanuque, mais conhecida como Baiana da Feirinha, trouxe para Ipatinga há exatos 22 anos o tempero baiano e se tornou um exemplo de superação. A cidade natal de Maria Imaculada fica perto da divisa com a Bahia. Como ocorre em toda zona de transição, a cultura de um lugar se entrelaça com a de outro facilmente. Por isso, Maria desembarcou no Vale do Aço trazendo traços da cultura baiana, embora fosse mineira. Em entrevista ao Diário do Aço, Baiana que mora e trabalha no bairro Caravelas, conta a sua trajetória e os desafios enfrentados.

“Eu deixei tudo para vir para Ipatinga. Vim com meu marido, Gilberto, não conhecia nada. No início, eu fiquei triste. É que, quando a gente chega em um lugar que você não tem nada, não tem um conhecimento, as pessoas não te dão muita confiança. Então foi isso aí. Eu tive uma dificuldade muito grande até ganhar a confiança do povo aqui. Mas não fico triste por isso, não, agora eu tenho um nome grande aqui dentro. Inclusive, fui apelidada de Baiana da Feirinha por ter um sotaque de baiana, e as pessoas daqui me apelidaram. Daí, desde então, tudo que faço é Baiana da Feirinha. E eu falo sempre com as pessoas a mesma coisa: é confiar, acreditar e ser honesto sempre”, contou.

Reprodução Instagram
Com variedade em seu cardápio, o seu restaurante oferece um misto entre a comida mineira e baianaCom variedade em seu cardápio, o seu restaurante oferece um misto entre a comida mineira e baiana

Baiana também fala sobre o seu restaurante fixo no bairro Caravelas, em Ipatinga, e sua rotina entre administrar a empresa e trabalhar na feira do Ipatingão: “O filé de tilápia tem grande saída. Ele bate recorde de vendas, graças a Deus. Consigo vender cerca de 500 quilos por mês. O que eu mais vendo mesmo é o camarão: 700 quilos. Então, todas as minhas porções são baseadas em peixe e camarão”, detalha.

A comerciante conta que atualmente 20 pessoas trabalham entre a feira e o restaurante. No fim de semana, para garantir o atendimento, mais postos de trabalho são abertos.

Baiana acrescenta que, com o passar dos anos e a demanda, conseguiu conquistar sonhos que não imaginava que seriam possíveis de realizar e promete a expansão do seu comércio, sem abrir mão da feira livre. “Já prometi que, quando eu fizer outro salão, eu não vou voltar mais para a feira, mas eu creio que está no sangue. Eu sou louca com a feira, gente. Se pudesse, eu mudaria tudo lá, para que todo mundo vendesse bem. Queria que a feira fosse como antes, um cartão-postal de Ipatinga, né? Queria que voltasse isso”, enfatizou.

Empreender
Reprodução Instagram
A entrevistada conta que vende, em média, mais de uma tonelada de frutos do mar por mêsA entrevistada conta que vende, em média, mais de uma tonelada de frutos do mar por mês

A comerciante orienta a quem tem vontade de abrir algo no ramo de alimentação ou a quem já é dono do seu próprio negócio: “Muitas vezes as pessoas olham para o sucesso dos outros e se perguntam quem ajudou, mas no meu caso foi Deus em primeiro lugar. Também sou grata aos meus clientes e às pessoas que conheci no começo, porque sem elas eu não estaria onde estou hoje. Nada vem fácil, é preciso paciência, honestidade e muito trabalho. Sempre preguei a honestidade em tudo que faço, e isso reflete nas relações com funcionários e parceiros”, detalha.

Dedicação
Baiana destaca que na receita para levar o negócio adiante não pode faltar uma boa dose de amor, tempo para os filhos e a compreensão que, para realizar sonhos, às vezes é preciso abrir mão de algumas coisas. “O importante é confiar, manter a humildade e não deixar o sucesso subir à cabeça. O verdadeiro dono não pisa em ninguém, ele trabalha com dedicação e respeito. Comecei a trabalhar aos nove anos e continuo firme, sem cansaço, porque acredito no que faço. E, se um dia eu partir, meus filhos já estão sendo preparados para seguir com honestidade e oferecendo sempre o melhor”, disse.

Além do restaurante no Caravelas, cujo perfil pode ser acessado no Instagram: @pointdabaianadafeirinha, a barraca de Maria Imaculada, a Baiana, pode ser visitada nos dias da feira atacadista, às segundas e quintas-feiras, no estacionamento do Ipatingão.
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