12 de agosto, de 2025 | 15:09
Caged Minas Gerais: pequenos negócios registram 80% do total de novos empregos gerados em junho
Victor Fagundes/Ascom Sede MG
Microempresas e empresas de pequeno porte garantem ao estado a segunda colocação na geração de novos postos de trabalhos no Brasil
Segundo levantamento feito pelo Sebrae Minas, a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Minas Gerais registrou 24.228 novos postos de trabalho em junho, aumento de 15,2% em relação ao mês anterior. O resultado é a diferença de 237.555 admissões e 213.327 desligamentos. O estado mantém a segunda posição na geração de empregos formais no país, ficando atrás de São Paulo.
As micro e pequenas empresas (MPE) foram responsáveis por 80,4% do total de novos empregos gerados, totalizando 19.476 contratações segundo maior saldo no ano, com avanço de 8,2% em relação ao mês de maio, terceira alta consecutiva. As médias e grandes empresas (MGE) registraram saldo positivo de 4.734 vagas 18,5% do total de contratações.
O saldo de vagas nas MPE foi positivo em todos os setores avaliados, com destaque para Agropecuária (9.491), Serviços (4.267) e Comércio (2.245). As atividades econômicas que se destacaram foram cultivo de café (5.558), cultivo de alho (2.141), atividades de apoio à agricultura (435), comércio atacadista de alimentos (419) e supermercados (376).
O perfil dos trabalhadores contratados pelos pequenos negócios é de jovens (28,8%), na faixa etária de 18 a 24 anos, e possuem ensino médio completo (64,7%). 63,2% das vagas foram ocupadas por homens e 36,8% por mulheres. O salário médio de admissão foi de R$ 1.995,19, valor R$ 51,16 abaixo do salário médio de demissão (R$ 2.046,35).
Primeiro semestre
Atualmente, Minas Gerais conta com um estoque de 4.950.087 empregos formais, sendo que 56,3% desse total estão concentrados em MPE (2.788.660). Considerando os seis primeiros meses de 2025, os pequenos negócios foram responsáveis por 65,5% dos novos postos de trabalho (97.766 empregos). Mesmo com saldo positivo, o valor é 12,4% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Na análise do mês de junho em relação ao mesmo mês de 2024, a retração na quantidade de novas vagas efetivadas foi de 7,9%, o que corrobora a tese de desaceleração do ritmo de contratações.
No acumulado do ano, os setores que lideraram as contratações foram Serviços (41.420), Agropecuária (28.985) e Indústria da Transformação (11.819). Os segmentos que mais admitiram trabalhadores no período foram cultivo de café (17.330), cultivo de alho (3.082), serviços administrativos (2.409), transporte rodoviário de carga (2.150) e construção de edifícios (1.910).
Contexto econômico
O mercado de trabalho formal em Minas Gerais segue apresentando saldo positivo entre admissões e desligamentos, registrando média mensal de criação de novas vagas acima de 20 mil. Nesse cenário, MPE mineiras permanecem como protagonistas na geração de empregos, sendo responsáveis por 80,4% dos novos postos criados no mês e 65,5% no primeiro semestre de 2025.
Mesmo com o resultado positivo, os sinais de moderação no ritmo de contratações continuam a surgir. Nas MPE, o saldo de novas vagas apresentou queda de 7,9% em junho frente ao mesmo mês do ano anterior, e recuo de 12,4% no acumulado semestral, em relação ao mesmo período de 2024, o que pode indicar maior cautela por parte dos empregadores diante de incertezas vigentes.
O ambiente econômico segue marcado por um elevado grau de incertezas. Os efeitos da tensão comercial com os Estados Unidos, somados às indefinições fiscais como as negociações em torno do IOF e a liberação de emendas parlamentares aumentam os riscos e demandam constante acompanhamento. Esses fatores podem, em efeito cascata, encarecer o crédito, reduzir a capacidade financeira de diversas empresas e, consequentemente, impactar o varejo e pressionar os preços ao consumidor”, avalia a analista do Sebrae Minas Bárbara Castro.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]