12 de agosto, de 2025 | 08:40

Rapel ganha popularidade no Vale do Aço

Por Isabelly Quintão - Repórter Diário do Aço
O rapel, atividade vertical praticada com uso de cordas e equipamentos adequados para a descida de paredões e vãos livres, criada a partir das técnicas do alpinismo, tem crescido no Vale do Aço. Na região, a prática pode ser observada no viaduto do bairro Horto, em Ipatinga, e na ponte que liga a cidade de Coronel Fabriciano a Timóteo, bem como em cachoeiras.

Em entrevista ao Diário do Aço, o policial Miguel Marliere, um dos praticantes mais antigos do “Loucos de Pedra”, conta que o grupo existe desde 2019 e foi formado sem fins comerciais, a fim de fomentar o esporte e seus benefícios. Segundo afirma Miguel, qualquer pessoa pode participar do rapel, inclusive pessoas com deficiência (PcD) ou limitação física. Por isso, muitas vezes, a prática é chamada de inclusiva.

“O rapel é uma atividade considerada radical, mas, se praticada com todas as medidas de segurança, torna-se segura. Deve ser feita uma avaliação de cada cenário e usar todos os meios de segurança para mitigar os riscos. Praticar com pessoas inexperientes e sem conhecimento técnico pode expor os praticantes a riscos de acidentes”, alerta.

O praticante destaca que tanto as cordas quanto os mosquetões e pontos de ancoragem (equipamentos utilizados no rapel) são rigorosamente inspecionados antes de ocorrer qualquer evento. Os membros da equipe também recebem treinamentos de técnicas verticais.

“Temos treinamento de primeiros socorros e brigadistas. Nossos membros participam de equipes de resgate e contamos com materiais e equipamentos de primeiros socorros. Buscamos sempre parcerias com equipes especializadas para capacitação, como Altec, Nerea e Corpo de Bombeiros Militar”, menciona.

Acrescenta, ainda, que embora não seja exigida uma capacitação específica, os instrutores têm certificação no Rapel e no Canionismo, um esporte de aventura que percorre cursos de água na vertical ou na horizontal.


Miguel pontua que o rapel oferece diversos benefícios para a saúde física e mental, incluindo o desenvolvimento da capacidade motora, aprimoramento do equilíbrio, fortalecimento muscular, melhora da coordenação e redução do estresse. “Além disso, o rapel auxilia no controle da ansiedade, estimula a concentração e promove a superação de limites pessoais”, conclui.

Procura pelo rapel
Rodrigo Câncio Andrade é instrutor do “Rapeleiros do Vale”, um grupo que existe há dois anos em Ipatinga. Ele detalha que o público à procura do rapel consiste em moradores e visitantes da região. “Temos o objetivo de proporcionar altas doses de adrenalina para as pessoas. Nossa região conta com muitos lugares propícios à prática, como viadutos, cachoeiras e cânions. A partir de oito anos, os interessados já podem participar, desde que autorizados pelos responsáveis”, pontua.

O instrutor ressalta que a prática sempre conta com duas ou mais pessoas para a segurança. Essas pessoas controlam a descida, garantindo que, se houver algo de errado com o praticante, ela pode ser interrompida de imediato.

Caso necessário, a corda é fortemente puxada para baixo em direção ao chão, o que provoca um travamento automático do sistema de freio, aumentando o atrito e impedindo o deslizamento.

Nos casos em que o rapelador apresenta dificuldades para descer, o segurança controla e libera a corda aos poucos, para que ele continue descendo devagar, mesmo sem força ou coordenação.

“Faço um convite a todos para que venham conhecer o esporte, que é bom para o ecoturismo. Uma oportunidade para conhecer lugares em Ipatinga e todo o Vale do Aço”.

Para obter outras informações, é possível saber mais sobre o trabalho por meio dos perfis no Instagram @loucosdepedramg_oficial ou @rapeleiros_do_vale_mg.