08 de agosto, de 2025 | 08:40

Município de Coronel Fabriciano registrou 349 ocorrências de violência contra mulher em 2025

Bruna Lage
Violência contra a mulher ainda é uma realidade no Brasil e que deve ser denunciada, alerta sargento da Polícia MilitarViolência contra a mulher ainda é uma realidade no Brasil e que deve ser denunciada, alerta sargento da Polícia Militar
Por Bruna Lage - Repórter Diário do Aço
No mês em que são feitas ações de combate à violência contra a mulher, autoridades e profissionais ligados à área de segurança pública destacam a necessidade de denunciar as agressões. O Agosto Lilás é uma campanha de conscientização promovida em todo país, mas as ações devem ocorrer diariamente, como alerta a sargento Simone Costa, integrante da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica do 58º Batalhão de Polícia Militar de Coronel Fabriciano.

Ela informa que, este ano, já foram registradas 349 ocorrências envolvendo violência doméstica e familiar contra a mulher em Fabriciano. O crime de ameaça correspondeu a maior parte desse registro, seguido de lesão corporal, vias de fato e agressão.

“A gente percebe que as vítimas têm procurado mais os órgãos que prestam assistência para as mulheres em situação de violência doméstica, têm denunciado mais. Inclusive, essas campanhas de conscientização que levam a informação, que divulgam os canais de denúncia, são importantes por causa disso, porque muitas mulheres tomam consciência que estão sofrendo alguma forma de violência e procuram os órgãos competentes e são encorajadas a realizar a denúncia, romper com esse ciclo da violência doméstica”, avalia.

A sargento lembra que a campanha Agosto Lilás visa informar a população quanto às formas de violência doméstica familiar contra a mulher, divulgando a Lei Maria da Penha, que este mês completa 19 anos. Ela visa também fortalecer as redes de apoio às vítimas e incentivar a denúncia.

Fases da violência
A militar acrescenta que é muito importante que a mulher identifique quando ela está no ciclo da violência doméstica, que tem três fases: a fase da criação da tensão, onde começam as gritarias, os xingamentos, as ameaças, quando a mulher fica sem entender direito o que está acontecendo.

“Aí depois a gente pode passar para uma segunda fase, que é da explosão da violência, onde a vítima sofre agressões físicas e verbais mais severas do parceiro. E, por último, a gente tem a fase da lua de mel, quando esse agressor pede desculpa, ele fala que está arrependido, ele pede uma nova chance, e aí a vítima acredita nessa mudança e reata o relacionamento. Mas depois essas agressões vão voltar, essas agressões vão ficando cada vez piores e pode chegar ao feminicídio”, alerta.

Denúncias
Sargento Simone salienta que é muito importante que a mulher busque ajuda e denuncie, procure os órgãos competentes. “E quando está acontecendo a violência, a vítima tem que ligar no 190, que uma viatura vai até o local para prestar assistência a essa vítima e efetuar a prisão do agressor. Se for um momento pós-fato, a vítima pode deslocar ou para o quartel da Polícia Militar ou para a Delegacia de Polícia Civil para registrar essa ocorrência. E há ainda a Central de Atendimento à Mulher, que é o 180. Lá, a mulher consegue obter informações e fazer uma denúncia, que será enviada aos órgãos competentes para apuração”, detalha.

Outra ferramenta de amparo à mulher é a medida protetiva de urgência. “Essa mulher, após fazer o registro da ocorrência, pode deslocar até a Polícia Civil e solicitar sua medida protetiva de urgência. Uma vez aí deferida pelo poder Judiciário, essa medida vai chegar na residência da mulher por meio do Oficial de Justiça. Hoje existe o crime de descumprimento de medida protetiva, então, caso o agressor viole alguma restrição que está lá na medida, é só ela acionar o 190 que cabe a prisão em flagrante”, orienta.

Julgamentos
Por fim, a sargento Simone lembra que é importante que as pessoas não julguem a mulher que está sofrendo violência doméstica, e sim apoiem, porque ela precisa de apoio para conseguir sair do ciclo. “Porque a gente sabe que existem alguns fatores que prendem a mulher nesse ciclo da violência doméstica, ela precisa desse apoio, para que tenha força para denunciar esse agressor. E caso alguém saiba de alguma mulher que esteja sofrendo violência doméstica, que possa também denunciar, porque desta forma, ela poderá salvar uma vida”, conclui.

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