06 de agosto, de 2025 | 08:30

Vale do Aço fecha 1º semestre com mais de 2 mil empregos formais gerados

A indústria permanece como destaque negativo, com mais demissões do que admissões, enquanto o setor de serviços puxa a empregabilidade

Tiago Araújo/Arquivo DA
Município ipatinguense é responsável por 78,62% das vagas formais geradas na regiãoMunicípio ipatinguense é responsável por 78,62% das vagas formais geradas na região
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
A Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) fechou o primeiro semestre de 2025 com um saldo positivo de 2.334 empregos gerados formalmente, por meio da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), plataforma vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego.

O destaque fica para o município de Ipatinga, que continua como o principal gerador de empregos na região, com 1.835 novas vagas nos seis primeiros meses. Coronel Fabriciano aparece em segundo lugar, com 509 vagas, seguido por Santana do Paraíso, com 104. Timóteo é a única da cidade da região a ter déficit, com a perda de 144 postos de trabalho.

“Um ponto que chama a atenção é que Timóteo continua registrando uma geração negativa e isso em função da indústria localizada no município, mas essa geração negativa residual não afeta o saldo positivo na região. A esse respeito cabe destacar que o Vale do Aço, por ser uma região metropolitana, muitas pessoas moram num município, mas trabalham em outro. A gente precisa olhar a região em conjunto, e não separadamente por município”, analisa William Passos, coordenador do Observatório das Metropolizações Vale do Aço/IFMG.

Setores
O setor de serviços continua como a principal atividade empregadora na região, gerando 1.533 empregos formais neste período. Por outro lado, o setor industrial permanece com desempenho ruim, sendo o único a ter saldo negativo em junho.
Bruna Lage
Coordenador estatístico avalia cenário atual e prospecções para os próximos mesesCoordenador estatístico avalia cenário atual e prospecções para os próximos meses

“No primeiro semestre, a gente ainda tem uma indústria muito fraca na geração, com o saldo negativo de 174, ou seja, 174 demissões a mais que admissões no primeiro semestre de 2025, o que faz com que o grande motor da geração de emprego formal no Vale do Aço em 2025, a exemplo do que vinha acontecendo nos meses anteriores, seja o setor de serviços, que gerou 1.533 novas assinaturas em carteira. Isso vem puxando a economia do Vale do Aço, sendo o grande responsável pelo saldo de 2.334 novos empregos”, acrescenta William. “Também chama atenção a geração da construção civil, que é um setor majoritariamente informal. Em termos de formalização, é um setor que formaliza em torno de 30% das vagas, e no acumulado de 2025, gerou 558 novos empregos. É uma geração bastante positiva que ficou, inclusive, à frente do comércio, que gerou mais 385 vagas. A gente tem uma agropecuária também na região gerando 32 vagas. Esse setor tem uma geração fraca tradicionalmente [no Vale do Aço], isso significa que o saldo é realmente muito bom a ser considerado”, afirma Passos.

Preocupação com a indústria
Desde o ano passado que o setor industrial tem sofrido com a forte concorrência de aços oriundos da China, que recebem subsídios do governo local e chegam ao Brasil com valor mais acessível, gerando uma “desleal concorrência”.

De acordo com Instituto Aço Brasil, no segundo trimestre deste ano foi registrado um volume recorde de importação de aço, de 1,2 milhão de toneladas. Nos primeiros seis meses, as importações atingiram 2,3 milhões de toneladas, um aumento de 50% em relação ao mesmo período de 2024, e representaram 28% do consumo aparente de aço plano no Brasil, mesmo com o governo brasileiro adotando o sistema de cotas-tarifa.

Cenário
Para William Passos, a região vem sentindo os efeitos comerciais do fraco desempenho industrial, e que apesar do cenário atual ser de estabilidade, sem grandes mudanças de um mês para o outro, é necessário observar o comportamento na empregabilidade nos próximos meses.

“Num cenário de incerteza global, de guerra comercial liderada pelos Estados Unidos com a questão das tarifas, é um cenário em que a gente precisa observar como que o mercado de trabalho brasileiro vai responder a esse ambiente de incerteza e como o mercado de trabalho de Minas Gerais e do Vale do Aço também vão responder a esse ambiente”, pontua o coordenador.
Divulgação
Setor de serviços impulsiona empregos no Vale do Aço; indústria preocupaSetor de serviços impulsiona empregos no Vale do Aço; indústria preocupa

“Há expectativa de que haja uma desaceleração no segundo semestre em função dessa incerteza toda internacionalmente, mas nós precisamos observar os registros administrativos do Caged, que são informações que as empresas enviam para o Ministério do Trabalho, para que a gente tenha certeza se essa desaceleração vai se confirmar ou não”, continua William.

Ipatinga lidera geração de empregos em junho

Quando analisados apenas os dados de junho, Ipatinga também aparece na liderança da geração de empregos formais, com 343 vagas, com uma ampla vantagem para Fabriciano, que figura na segunda posição e teve um saldo positivo de 35 novos cargos. Santana do Paraíso abriu cinco empregos CLT, enquanto Timóteo teve 18 demissões a mais do que admissões, fechando o mês de forma negativa.

O Vale do Aço teve 365 novos empregos no mês, 59,27% a mais do que em maio, quando foram abertas novas 248 vagas. “O Vale do Aço também permanece numa trajetória de geração de emprego formal bastante regular com pequena variação, pequeno aumento em junho em relação a maio. Progressivamente, a cada mês, o Vale do Aço vai gerando mais empregos com carteira assinada, numa situação crescente lenta, progressiva e gradual”, conclui William Passos.
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Comentários

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Gildázio Garcia Vitor

06 de agosto, 2025 | 22:50

“Senhora Ju, obrigado pelo comentário! A carapuça serviu certinha em mim.

"Por esta pequena sentença me elogiaram de 'jumento'.
Fiquei emocionado e chorei.
Sou fraco para elogios".

Perdão, Manoel de Barros, por esta rasteira intertextualidade. Além disso, aprendi, com o meu saudoso e querido Pai, "Meu Maluco Favorito", gênio de hospício, que não devemos ofender os animais.”

Ju

06 de agosto, 2025 | 20:09

“Divertido ver jumento relinchar”

Informe

06 de agosto, 2025 | 17:16

“Seria muito importante que houvesse um pronunciamento do Secretário de Desenvolvimento Econômico de Timóteo dando informações a respeito dos números NEGATIVOS DE TIMÓTEO. O que está acontecendo? Não é algo "natural". Em quatro cidades analisadas, apenas a cidade de TIMÓTEO apresenta números distantes das outras. Qual a causa desses números? Sabemos que em Timóteo, existe a Aperam. Além dessa grande empresa, centenas de outras de porte menor que são fornecedoras da Aperam. Além dos setores de serviços. O QUE SE PASSA EM TIMÓTEO?”

Metalúrgico

06 de agosto, 2025 | 14:12

“A crise já está batendo a porta. A indústria, motor da economia regional está encolhendo e logo mais teremos os reflexos nos comércios. Para quem é qualificado (nível técnico ou superior) está muito difícil encontrar emprego no Vale do Aço.”

Jose Alcantara

06 de agosto, 2025 | 13:52

“Timóteo Merece Mais - Slogan. Ia fazer 10x melhor.”

Gildázio Garcia Vitor

06 de agosto, 2025 | 10:30

“Agora os PATRIOTAS estão obstruindo todas as votações à favor do povo brasileiro, como a isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000,00, só porque o Minto ganhou uma prisão domiciliar em uma de suas lindas mansões.”

Gildázio Garcia Vitor

06 de agosto, 2025 | 09:05

“Apesar dos PATRIOTAS torcerem contra o Brasil e a favor dos EUA, alguma coisa está dando certo. Vamos ver a partir de amanhã, com o tarifaço do Trump, conseguido pelos PATRIOTAS, Deputado Federal Eduardo Bolsonaro e o "influencer" Paulo Figueiredo, neto do último General ditador, em troca da liberdade do ex-Presidente Bolsonaro e seus comparsas golpistas.
"Brasil: sem união, mas com reconstrução".”

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