
27 de julho, de 2025 | 08:25
Com cinco mortes em MG, governo amplia campanha contra febre amarela
Rovena Rosa/Agência Brasil
A Vacina é o meio mais eficaz de prevenir a doença e suas formas de complicações

Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) iniciou neste mês de julho a ampliação de ações de prevenção e controle da febre amarela em todo o estado. A principal medida é a vacinação. O governo justificou que a iniciativa ocorre diante do aumento de casos registrados em 2025.
Até o momento, foram confirmados 14 casos da doença, com cinco óbitos. Todos os pacientes eram não vacinados e moradores da região Sul de Minas. A SES-MG atua de forma coordenada com os municípios para conter a circulação do vírus e proteger a população.
Na Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA), os quatro municípios apresentam índices de imunização abaixo da meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS), que é de 95%.
Conforme números do MS, extraídos pela reportagem do Diário do Aço do painel de Cobertura Vacinal, atualizado na última sexta-feira (25), com base em dados contidos na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) referentes às doses aplicadas até o dia 1/5/25, Coronel Fabriciano tem a taxa de vacinação de 85,54%; Ipatinga tem 81,04% do público-alvo vacinado; Santana do Paraíso alcançou 79,55% e Timóteo registrou apenas 82,39% de cobertura.
Quando analisados os números referentes ao ano de 2024, pode-se dizer que apenas Fabriciano e Ipatinga conseguiram atingir a meta, com 94,84% e 97,31% de cobertura vacinal, respectivamente. Paraíso conseguiu imunizar 88,47% do público-alvo e Timóteo teve 86,55% de taxa de vacinação.
Imunizantes
A SES-MG reforça que a vacina contra a febre amarela está disponível em todas as unidades de saúde do estado. É segura, eficaz e indicada para pessoas entre 9 meses e 59 anos. O esquema vacinal é o seguinte:
Primeira dose aos 9 meses de idade; Reforço aos 4 anos; Uma dose única para adultos até 59 anos sem histórico vacinal; Reforço para quem recebeu dose fracionada em 2018; Pessoas com 60 anos ou mais devem passar por avaliação médica.
Atualmente, a cobertura vacinal em Minas Gerais em crianças menores de 1 ano está em 87,63%. A meta é alcançar 95%. No segundo semestre, vamos intensificar as estratégias junto aos municípios para atingir essa meta”, afirma o subsecretário de Vigilância em Saúde, Eduardo Prosdocimi.
A SES-MG reforça que a vacinação é a forma mais eficaz de prevenir a febre amarela. A população deve procurar a unidade de saúde mais próxima para verificar sua situação vacinal e se proteger.
Panorama
Conforme a SES-MG, até 30 de junho deste ano, foram notificados 675 casos suspeitos de febre amarela. Desses, 14 foram confirmados, com cinco mortes. Os casos ocorreram nos municípios de Extrema, Cambuí, Pouso Alegre, Silvianópolis, Monte Sião, Soledade de Minas, Maria da Fé, Sapucaí-Mirim, Poços de Caldas, Gonçalves e Carmo de Minas.
Embora o número represente aumento em relação aos anos anteriores, quando a incidência era considerada residual, a SES-MG esclarece que o cenário está sob controle e que não há motivo para alarme. A prioridade é ampliar a cobertura vacinal e manter a vigilância ativa.
A doença
A febre amarela é uma doença viral aguda, imunoprevenível, transmitida ao homem e a primatas não humanos (macacos), por meio da picada de mosquitos infectados. Possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano.
O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. Em áreas de mata, os principais vetores são os mosquitos Haemagogus e Sabethes. Já nas áreas urbanas, o vetor do vírus é o Aedes aegypti.
A maior frequência da febre amarela ocorre entre os meses de dezembro e maio, período com maior índice de chuvas, quando aumenta a proliferação do vetor, o que coincide ainda com maior atividade agrícola.
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