27 de julho, de 2025 | 06:00

Virar a chave

Fernando Rocha

Se procurava um combustível ou fato novo para mexer com o brio dos jogadores e fazer com que o time volte a jogar bem, o Atlético achou na dramática classificação contra o Bucaramanga, na ultima quinta-feira, pela Copa Sul-Americana.

Hulk e seus companheiros vão encarar hoje um poderoso rival, o Flamengo, que terá ainda a seu favor o apoio do Maracanã lotado, mas devem estar bastante motivados por tudo o que aconteceu na última semana, desde a crise interna entre jogadores e direção até a suada e honrosa classificação diante dos colombianos.

O Atlético tem um bom elenco e pode ser incluído no top 5 do futebol brasileiro, mas alguns jogadores não estão rendendo o que se espera deles, ou podem entregar, o que tem prejudicado os resultados.

O técnico Cuca também não está conseguindo extrair o máximo dos atletas e o time dentro de campo se mostra desorganizado.

Sofrendo as consequências do nosso calendário insano, que lhe imputou cinco jogos seguidos fora de casa, o alvinegro tem agora a chance de virar a chave.

Em alta
O Cruzeiro tem tudo, hoje, no Mineirão, para manter a liderança do Campeonato Brasileiro e a invencibilidade de 16 jogos, sendo 11 deles pela maior competição nacional.

Enfrenta o Ceará que vem de duas derrotas seguidas em casa, contra o Corinthians e, na última rodada, o Mirassol, ocupando a 12ª colocação, com 18 pontos.

O Cruzeiro fez quatro jogos nos últimos dez dias, o que levará certamente o técnico Leonardo Jardim a mudar o time titular para poupar alguns jogadores, como foi feito na vitória de 4 x 0 sobre o Juventude.

A diretoria continua no mercado atrás de reforços, mas sem fazer “loucuras”, tendo como prioridades um atacante de velocidade para atuar pelas pontas e um jogador de criação para o meio de campo.

A boa fase do time, além do ótimo desempenho individual de alguns jogadores como Matheus Pereira, Fabrício Bruno, Lucas Romero e do artilheiro do Brasileirão, Kaio Jorge, dão tranquilidade à diretoria celeste para buscar os reforços sem sofrer pressões externas.

FIM DE PAPO

A crise entre jogadores e a direção da SAF do Atlético, na última semana, deixou em segundo plano a venda do meia/lateral Rubens ao Dínamo, da Rússia, que até o fechamento desta coluna não havia sido anunciada oficialmente. O valor da transação seria 9 milhões de euros, a serem pagos em muitas e suaves prestações pelo time russo. Com essa grana, a SAF vai precisar contratar ao menos dois jogadores com características de marcação para o meio-campo. Do jeito que a banda toca atualmente no alvinegro, periga no fim das contas nenhum jogador ser contratado e o dinheiro do negócio desviado para pagar os salários dos jogadores.

Uma das exigências mais comuns hoje em relação aos gramados é que sejam cortados baixos com até 2 cm de altura, o que possibilita mais rapidez nas jogadas. Além disso, os campos são molhados antes e nos intervalos das partidas. Por conta disso, não vi sentido na reclamação do técnico do Cruzeiro, Leonardo Jardim, em relação ao gramado da arena do Corinthians. "Uma relva muito boa, que deu uma velocidade ao jogo que meus jogadores não estão habituados”, disse o português, acrescentando que a equipe celeste “não se adaptou bem e errou alguns passes”. Ou Jardim se confundiu na análise, ou o Mineirão e a Toca II precisam passar por uma atualização para se igualarem ao piso do estádio corintiano.

A recente entrada em vigor do artigo da Lei Geral do Esporte, que obriga o reconhecimento facial para acesso de torcedores em estádios com capacidade superior a 20 mil pessoas, pode estar por trás da queda de público em vários jogos de grandes clubes no Brasileirão. Um deles é o Corinthians, que registrou as duas piores bilheterias do ano: públicos de 34 mil na derrota por 1 x 2 para o Bragantino e de 31 mil no 0 x 0 contra o Cruzeiro. A má fase do “Timão” não pode ser levada em conta, pois houve uma sequência acima da média normal dos 40 mil, em julho do ano passado, quando o Corinthians frequentava a zona de rebaixamento.

No Maracanã, a queda de público nos jogos do Flamengo foi explicada em nota oficial pela diretoria rubro-negra: "Com identificação pelo rosto, não vão mais ao estádio os adolescentes de 25 anos nem os aposentados de 40”, diz a nota. Nos jogos do Cruzeiro no Mineirão e do Atlético na sua arena, também, houve queda no público presente depois da facial. Uma hipótese que vem ganhando força é o fato de muitos temerem ser reconhecidos e, por isso, não comparecem mais aos jogos do seu time. O Allianz Parque, do Palmeiras, primeiro estádio brasileiro a implantar o uso do rosto como ingresso, já registrou muitas prisões de procurados pela polícia. Há, isso sim, muito mais segurança nos estádios com esse novo sistema que, além de evitar fraudes, impede o acesso de marginais que poderiam praticar violência e causar prejuízos aos clubes, uma vez que o sistema é interligado com a Justiça e os órgãos de segurança. (Fecha o pano!)

Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário