14 de julho, de 2025 | 08:00

Voltou voando

Fernando Rocha *

Se alguém tinha alguma dúvida sobre a intensidade que a equipe do Cruzeiro, comandada pelo técnico Leonardo Jardim, voltaria após a paralisação do Mundial, o recado ficou claro: voltou voando.

A goleada de 4 x 1 imposta ao Grêmio, na noite fria da capital mineira neste último domingo, levou ao delírio os mais de 30 mil torcedores da Raposa presentes no Mineirão

Em grande fase, o atacante Kaio Jorge foi o destaque da partida, marcou três vezes (hat-trick) e se tornou artilheiro isolado do Brasileirão com 11 gols, cabendo ao zagueiro Villalba marcar o outro gol, primeiro dele com a camisa celeste.

Outro que contribuiu para o verdadeiro “amasso” da equipe celeste sobre o tricolor gaúcho foi Matheus Pereira, que teve uma atuação impecável, dando assistências e organizando todo o time.

O Cruzeiro continua na perseguição ao Flamengo, ambos na ponta da tabela com 27 pontos, só perdendo no saldo de gols (22 x 12), e volta a campo nesta quinta-feira para enfrentar o Fluminense, no Maracanã.

Derrota brochante
O Atlético até começou bem a partida e passou a impressão de que poderia abrir o marcador, mas aos poucos o Bahia foi crescendo e o jogo ficou igual com alguns lampejos de lado a lado.

Não gostei das mexidas do técnico Cuca, que além de ter demorado a intervir no time, deixou os inoperantes Gabriel Menino e Dudu em campo, sacou Scarpa, o que acabou piorando o que já estava ruim.

Depois, quando o Galo perdia, foi ao desespero empilhando atacantes, sacou Alonso, que era o melhor da zaga e deixou Lyanco, que fez a sua pior partida com a camisa do Galo.

O substituto do goleiro Everson, Gabriel Delfim, sentiu a falta de ritmo de jogo e, a meu juízo, mal colocado falhou nos dois gols do “Superman” baiano.

Só os deuses do futebol ou algum anjo torto para explicar o que aconteceu na reta final com o Galo: golaço olímpico de Hulk, aos 45 do 2º tempo, o terceiro dele na carreira, para cinco minutos depois, no último lance do jogo, tomar o segundo gol.

Esta derrota pode ser classificada como brochante, mas o atleticano que se prepare, pois vem coisas piores ou mais difíceis na sequência: Bucaramanga neste meio de semana pela Sul-Americana, Palmeiras domingo que vem, depois o Flamengo duas vezes seguidas, todos os jogos fora de casa.

FIM DE PAPO
Depois de um mês assistindo ao Mundial de Clubes e vendo as boas arbitragens, atletas querendo jogar e respeitando as marcações, além da tecnologia usada que não deixa dúvidas nos impedimentos, a ficha caiu com a volta do Brasileirão. Um desastre as fracas atuações dos nossos assopradores de apito na volta da maior competição nacional. O pior de todos no fim de semana foi a atuação do trio capixaba comandado por Davi de Oliveira Lacerda, que dirigiu a partida Bahia 2 x 1 Atlético.

Por muito pouco não interferiu no resultado, ao ser alertado erroneamente pelo auxiliar e marcar um pênalti inexistente contra o Atlético. Felizmente o VAR interferiu e o assoprador de apito capixaba voltou atrás e marcou a falta que claramente havia sido cometida fora da área. Minutos antes, fez vistas grossas a uma entrada do jogador baiano, que era para cartão vermelho direto, pois atingiu com as travas da chuteira a cabeça de Rubens.

Filipe Luís, técnico do Flamengo, surpreendeu a todos na entrevista pós-jogo, que acabou se tornando mais importante até do que a vitória rubro-negra sobre o São Paulo. Expôs tudo o que vem acontecendo com o atacante Pedro, que sequer foi relacionado para a partida, segundo o treinador, por causa do seu comportamento debochado e desinteressado durante a semana de treinamentos. Nas minhas quatro décadas e meia cobrindo o futebol, nunca tinha visto um treinador expor um problema interno do seu clube da forma como fez o treinador rubro-negro. Não foi agressivo, não demonstrou qualquer revanchismo, maldade, simplesmente foi transparente. Que o exemplo de Filipe Luís possa ser seguido por outros treinadores neste país.

O futebol é um triturador de certezas. O PSG era muuuuuito favorito, como todos nós pensávamos, mas no futebol da Copa do Mundo de Clubes, que ficou marcado pela pressão, circulação rápida da bola e jogo coletivo, deu Chelsea, 3 x 0. O campeão da Conference League venceu com autoridade o ganhador da Champions League. Os “blues” não são o melhor time do mundo, mas foi o melhor da Copa do Mundo de Clubes. Resumo da ópera: o futebol não foi inventado para ser explicado, mas para ser estudado e jogado. (Fecha o pano!)
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