05 de julho, de 2025 | 08:30
No Dia Mundial da Capoeira, capoeirista pontua como expressão cultural poderia ser mais aplicada na região
Divulgação
Dia Mundial da Capoeira destaca a prática como símbolo de resistência, ancestralidade e inclusão social
Por Isabelly Quintão - Repórter Diário do Aço 
O Dia Mundial da Capoeira é comemorado neste sábado (5), devido à oficialização do reconhecimento da capoeira como patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A data destaca o valor da capoeira como símbolo de resistência, ancestralidade e inclusão social, praticada, atualmente, em mais de 160 países. A Escola Abadá-Capoeira está presente em mais de 90, com representação em todos os estados do Brasil. Se faz presente, inclusive, no Vale do Aço.
A prática reforça a identidade afro-brasileira, valoriza mestres que mantêm a tradição viva, estimula o uso da capoeira como ferramenta de transformação social, como é feito no projeto Lutando Pela Vida. Além de que mostra ao mundo que é mais do que luta ou dança. É filosofia, arte, resistência e comunidade. É o que afirmou o capoeirista Ezequiel Batista dos Reis, presidente da Associação de Inclusão Desporto e Educação (Aidê).
Em entrevista ao Diário do Aço, Ezequiel relembrou que a capoeira nasceu da resistência dos negros escravizados no Brasil, carregando em seus movimentos a força da ancestralidade, o grito da liberdade e a beleza da convivência coletiva. Ela ensina valores como disciplina, respeito, solidariedade e autocontrole. Estimula o corpo, a mente e a consciência crítica. Na roda de capoeira, todos são convidados a participar: crianças, adultos, pessoas com deficiência, idosos. É um espaço de inclusão, educação e pertencimento”, afirmou.
Vale do Aço
Segundo o capoeirista, o Vale do Aço é uma região rica em diversidade cultural, no entanto, a capoeira ainda não ocupa os espaços que poderia como escolas, clubes, praças, projetos sociais e centros culturais.
Muitas vezes, ela é marginalizada ou vista apenas como uma atividade de lazer pontual. Dar mais espaço à capoeira é reconhecer sua potência como instrumento de educação, cultura e saúde. É permitir que mais crianças tenham acesso à história afro-brasileira de forma viva. É contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, onde a cultura popular tenha voz e espaço de verdade”, mencionou.
O presidente da Aidê também destacou que o Poder Público pode incluir a capoeira nas políticas educacionais, esportivas e culturais, e que as escolas podem abraçá-la como ferramenta pedagógica. Já as empresas podem apoiar projetos sociais que promovam a capoeira como inclusão. E nós, capoeiristas, temos que manter o compromisso com a qualidade, a formação ética e a abertura ao diálogo”.
Ele acrescentou que a capoeira precisa ser vista como uma aliada na formação de cidadãos conscientes e saudáveis. Com incentivo, apoio e visibilidade, ela pode ocupar o lugar que merece: o coração da comunidade”, complementou.
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Fernanda
05 de julho, 2025 | 10:03Belíssimo trabalho, sério e responsável. A sociedade precisa de mais pessoas assim dispostas a serem agentes de transformação social. Parabéns diário do aço pela matéria e Ezequiel (Miau) pelo liderança nesse projeto.”