29 de junho, de 2025 | 08:00

O caso do monte Rinjani e a força do resgate brasileiro

Coronel Ailton Cirilo *

Nos últimos dias, o Brasil acompanhou com pesar e apreensão o trágico caso da jovem brasileira que faleceu durante uma trilha no monte Rinjani, um vulcão ativo na ilha de Lombok, na Indonésia. O episódio escancarou não apenas os riscos envolvidos em atividades de ecoturismo em regiões instáveis, mas também expôs as dificuldades operacionais dos serviços de resgate em alguns países. Familiares relataram demora na localização do corpo e insegurança nas condições do resgate, executado com parcos recursos em meio a um cenário natural inóspito.

Este triste acontecimento nos leva inevitavelmente a refletir sobre a excelência dos serviços de resgate oferecidos no Brasil — em especial, pelo Corpo de Bombeiros Militar. Em nosso país, e com destaque para Minas Gerais, temos profissionais altamente treinados, estruturas especializadas em salvamento de alto risco e um sistema de resposta que, mesmo diante de limitações orçamentárias, atua com técnica, coragem e humanidade.

Minas conhece bem a dor de tragédias ambientais. Casos como os de Mariana e Brumadinho testaram a capacidade do Corpo de Bombeiros mineiro, que respondeu com ações que comoveram o Brasil e o mundo. Bombeiros que passaram dias e noites revirando lama, guiados pelo compromisso com a vida e com o respeito às famílias. São heróis anônimos que, longe das manchetes, seguem diariamente preparados para intervir em enchentes, incêndios, acidentes em estradas e salvamentos em montanhas, grutas ou matas fechadas.
“A tragédia no monte Rinjani é um lembrete doloroso de que nem todo país conta com uma estrutura de resgate eficiente como a do Brasil”


Enquanto na Indonésia faltaram equipamentos, comunicação e até condições básicas para a operação, em Minas Gerais contamos com unidades especializadas em busca e salvamento, helicópteros, cães farejadores e protocolos de resposta rápida que integram bombeiros, polícia militar, defesa civil e SAMU. A articulação entre essas forças garante que vidas sejam salvas e que famílias encontrem amparo até nos momentos mais difíceis.

A tragédia no Monte Rinjani é um lembrete doloroso de que nem todo país conta com uma estrutura de resgate eficiente — e que valorizar o que temos no Brasil é fundamental. O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais é motivo de orgulho e respeito. São eles que sobem quando todos descem. Que entram quando todos fogem. Que seguem adiante quando muitos já teriam desistido.

É dever do poder público e da sociedade manter vivo esse compromisso com a valorização e o fortalecimento das nossas instituições de resgate. Investir em capacitação, equipamentos e reconhecimento é investir em vidas. Que esse episódio internacional nos faça refletir sobre o que temos de mais precioso: a prontidão de profissionais que não medem esforços para salvar desconhecidos — e que, por isso, merecem ser sempre lembrados, respeitados e fortalecidos.

* Especialista em Segurança Pública

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Comentários

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Gildázio Garcia Vitor

29 de junho, 2025 | 12:05

“Excelente artigo! Parabéns Coronel! O Brasil, apesar de deixar a desejar em muitos setores, que dependem do poder público, inclusive a segurança, em salvamentos ele dá um show.”

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