24 de junho, de 2025 | 06:00
Sinal de alerta
Fernando Rocha
Nesta quinta-feira, começam as oitavas de final do Mundial de Clubes e, para surpresa de muita gente, os nossos quatro representantes na competição - Flamengo, Palmeiras, Botafogo e Fluminense - devem estar presentes com chances de ir mais longe e chegar até à final.Os resultados surpreendentes dos times brasileiros, sobretudo, as vitórias do Botafogo sobre o francês PSG e do Flamengo sobre o Chelsea, da Inglaterra, mudaram a maneira como os representantes da Europa estavam encarando esse Mundial.
Nesta terceira e última rodada da fase de grupos ficou evidente que passaram a ver com mais seriedade os adversários e, por isso, obtiveram resultados positivos.
Vejamos como vão reagir nos jogos eliminatórios, porque agora já sabem que se não deixarem em campo tudo que podem, contra nós e nossos vizinhos argentinos, sofrerão novas derrotas.
Na real
O técnico do Flamengo, Filipe Luís, foi inteligente e realista ao mesmo tempo quando reconheceu que o futebol praticado no nosso continente pode competir em pé de igualdade somente com os times da segunda prateleira na Europa, o que já é grande coisa.
Temos uma elite de clubes no velho continente que estão acima, casos de Real Madrid, PSG, Manchester City, Liverpool, Barcelona e Bayern, que se estiverem em campo motivados, deixando tudo o que podem, seriam praticamente imbatíveis pelos nossos times tupiniquins.
Simples assim: eles têm mais dinheiro, consequentemente, contam em seus elencos com craques de qualidade técnica superior, como Vini Jr., Dembélé, Haaland e Lamine Yamal, levam nossos jovens craques quando querem - a exemplo da contratação de Estevão pelo Chelsea, o maior talento surgido no Brasil na última temporada -, então, não há o que discutir sobre essa superioridade.
FIM DE PAPO
O papel dos nossos times agora será aproveitar, fazer história, porque nunca fomos favoritos e sim franco-atiradores neste Mundial, disputado pela primeira vez com este formato. Se eles estranham o calor ou estão cansados, pois chegaram ao torneio no fim de suas temporadas, o problema não é nosso. O que vai ficar registrado no final é quem chegou e quem ficou no meio do caminho.
Têm chamado muito a atenção nesse Mundial de Clubes as paralisações de partidas devido à possibilidade de tempestades com descargas elétricas, ventos fortes, pelas previsões da meteorologia. Muita gente não gosta, principalmente as emissoras de TV que, com as paralisações, são obrigadas a alterar a sua grade de programação. O problema é que nos Estados Unidos é obrigatório respeitar legislações federais e estaduais sobre eventos climáticos. A MLS, por exemplo, tem frequentes interrupções de jogos. Pela regra da liga americana de futebol, uma partida tem que parar se houver registro de raio a 8 milhas (13 km do estádio).
Em 2026, na Copa do Mundo que terá jogos no México, no Canadá e novamente nos Estados Unidos, outro problema terá de ser resolvido pela Fifa, pois o Irã se classificou e vai disputar o próximo Mundial de seleções. Mas Donald Trump proibiu iranianos de entrar nos Estados Unidos, o que pode ser resolvido simplesmente com a marcação de seus jogos na primeira fase para estádios no Canadá ou no México. Agora, se o Irã surpreender e seguir adiante teria de jogar as fases eliminatórias nos Estados Unidos. O COI-Comitê Olímpico Internacional também vai ter muito trabalho com o maluco do Trump para resolver essas questões, pois em 2028 será a vez do país americano sediar a Olimpíada, em Los Angeles.
O problema é que a lista dos países cujos cidadãos são proibidos de ingressar no território americano vai subir mais com a inclusão de Afeganistão, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Mianmar, Somália, Sudão e Iêmen. Já os nascidos em Cuba, Venezuela, Burundi, Laos, Serra Leoa, Togo e Turcomenistão têm restrições severas para entrarem nos Estados Unidos. No caso dos atletas, o visto é controlado por um regime especial, o que não resolve a questão da entrada de torcedores oriundo desses países.
Os dois árbitros brasileiros que estão apitando jogos neste Mundial de Clubes, Ramon Abatti Abel e Wilton Pereira Sampaio, foram muito elogiados, até agora, ao contrário do acontece normalmente com eles quando atuam aqui, no Brasil. A diferença é que lá não existe pressão sobre a arbitragem, as reclamações são mais contidas e os jogadores respeitam o que é marcado. Abatti expulsou Asencio, do Real Madrid, aos 10 minutos do 1º tempo por ter sido o último homem a combater o atacante adversário com falta -, vermelho fácil, o jogador saiu de campo sem drama nenhum. Aqui, no Brasil, seria uma confusão danada, com reclamações acintosas e desrespeitosas por parte dos que se sentiriam prejudicados. No Mundial, também, existe todo o aparato do impedimento semiautomático, que não temos aqui e ajuda bastante. (Fecha o pano!)
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