14 de junho, de 2025 | 08:00

Dia do Turista: Vale do Aço aposta em rotas, cultura e natureza para impulsionar o setor

Divulgação
O cicloturismo é uma das formas de explorar a região ?além do aço?; A Rota dos Tropeiros engloba seis municípiosO cicloturismo é uma das formas de explorar a região ?além do aço?; A Rota dos Tropeiros engloba seis municípios

Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
Embora a região seja mais conhecida e tenha uma vocação natural para o setor industrial, o turismo tem ganhado espaço como alternativa de diversificação econômica, gerando renda e empregos em áreas como gastronomia, hospedagem e ecoturismo.

Neste sábado (14), comemora-se o Dia do Turista, data que chama a atenção para a importância do setor de turismo como vetor econômico e social. Especialistas apontam que o Vale do Aço tem potencial para crescer no setor, e pode se fortalecer ainda mais com políticas públicas voltadas para melhorias de infraestrutura, planejamento regional e promoção integrada dos atrativos turísticos. Para Alessandro Challub, analista do Sebrae Minas, há uma divisão clara de papéis.

“Cabe ao Poder Público cuidar da sinalização dos acessos, das estradas, de difundir a imagem o seu município ou a sua região. Logicamente, cabe aos empreendedores, com a ajuda de todos os parceiros, inclusive do Sebrae, estarem preparados para aproveitar tudo isso, para fazer a gestão desse turista, para levar, buscar, oferecer a alimentação, hospedagem, ter opção de produtos e serviços. A junção desses papéis, desses atores, é que vai fazer com que a nossa região, os nossos produtos, nossas rotas e roteiros sejam atrativos para o turista, seja ele local, já que estamos falando de uma população de mais de 500 mil habitantes, assim como também pessoas de outras regiões”, afirma em entrevista ao Diário do Aço.

Challub ainda destaca que a região é conhecida dentro e fora do estado, e que nos últimos anos tem sido feita uma estruturação e organização dos potenciais turísticos.

“Por meio de projetos de criação de rotas e roteiros, trabalhos organizados foram feitos para que a gente possa oferecer ao turista algo além do que ele já encontra na área urbana. Estamos falando de hospedagem, alimentação, visitação, contemplação da natureza, atividades esportivas na área rural”, acrescenta o analista.

Fé, cultura e meio ambiente
Reinaldo Miranda, coordenador de Turismo de Coronel Fabriciano, aponta que o município vem fortalecendo sua identidade no setor por meio do turismo religioso e ecológico. “No centro dessa estratégia está o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, situado no emblemático Morro da Piedade. O local atrai visitantes de diversas regiões, oferecendo uma experiência que une espiritualidade e contemplação da natureza”, avalia.

Miranda também ressalta que a administração municipal aposta na valorização de seus recursos naturais e culturais, incluindo os roteiros rurais. “A Serra dos Cocais, com suas trilhas ecológicas, cachoeiras e paisagens preservadas, tem se destacado como destino de turismo ecológico e de aventura. Além disso, eventos culturais e religiosos, como festival gospel, de inverno e tradicionais romarias movimentam o calendário anual, promovendo a integração entre fé, cultura e lazer”, complementou.

As ações contam com o apoio de parcerias estratégicas, como o Circuito Turístico Mata Atlântica de Minas (CTMAN) e o Sebrae.

“A gestão municipal busca atuar no fortalecimento do turismo como atividade econômica sustentável, com foco na qualificação de serviços, valorização da cultura regional e estímulo ao empreendedorismo. A articulação com entidades como o Sebrae e os circuitos turísticos regionais contribui para ampliar a presença do município em roteiros de visitação cada vez mais diversificados”, finaliza.

Arquivo pessoal
Analista do Sebrae analisa potenciais turísticos do Vale do AçoAnalista do Sebrae analisa potenciais turísticos do Vale do Aço

Turismo integrado
De acordo com o Sebrae, o turismo de base local pode contribuir para o desenvolvimento sustentável ao integrar comunidades e valorizar a cultura regional. Um dos projetos desenvolvidos recentemente é a Rota Vales dos Tropeiros Cicloturismo.

“O projeto começou em 2020, na época da pandemia, a gente estava pensando em algo que pudesse ser feito de forma regional. Hoje conta com o envolvimento de seis municípios que formam os sete trechos da rota, de aproximadamente 210 quilômetros de extensão, e só foi possível criar tudo isso com o envolvimento das prefeituras. A gente tem um trabalho estruturado, regional, que envolve também os empreendimentos que estão nesses municípios. Um trabalho que já está todo estudado, a rota definida, temos site lançado, mapas por trecho e completo para o cicloturista passear, pedalar do jeito que ele quiser”, frisa o analista do Sebrae.

Riqueza da Mata Atlântica
O Parque Estadual do Rio Doce (Perd) é outro destaque turístico e natural do Vale do Aço. Criado em 1944 e situado entre os municípios de Timóteo, Marliéria e Dionísio, o Perd é a maior área contínua de Mata Atlântica preservada em Minas Gerais, abrigando espécies raras de fauna e flora. O parque é referência em conservação ambiental, mas seu acesso ainda é restrito para grande parte da população.

A escassez de transporte público e dificuldades na estrada de terra que liga a cidade de Marliéria à portaria do parque são algumas das queixas recorrentes dos visitantes. Além disso, quem chega ao local de ônibus urbano precisa deslocar a pé por 6 km, entre a portaria do parque até o local que detém estrutura para receber os visitantes, próximo à lagoa Dom Helvécio.

Apesar disso, atividades como trilhas, passeios de barco e observação de aves continuam atraindo visitantes de outras regiões — muitos deles mobilizados por grupos de ecoturismo independentes.

Segundo dados de visitação às Unidades de Conservação (UCs) de Minas Gerais, atualizados pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), o Perd já recebeu, de janeiro a abril deste ano, 17.866 visitantes.

Potencial rural de Ipatinga
Enquanto isso, comunidades rurais de Ipatinga começam a enxergar no turismo rural e de experiência uma forma de manter vivas tradições e, ao mesmo tempo, gerar renda.

“Na área rural de Ipatinga, no Ipatinga Rural, roteiro turístico, tem empreendimento que fica cheio todo fim de semana, tem empreendimento que tem filas de espera para as suas programações de atividades na propriedade, tem empreendimento que não tinha instalação de hospedagem, e agora construiu vagas de hospedagem, entendendo que tem a demanda e que isso podia ser melhor aproveitado”, finaliza Alessandro Challub.
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