15 de junho, de 2025 | 06:00
Super Mundial
Fernando Rocha
Começou ontem, nos Estados Unidos, com o Inter Miami, de Lionel Messi, enfrentando Al Ahly, do Egito, o Super Mundial de Clubes da Fifa que vai até o dia 13 de julho.O Brasil possui o maior número de representantes entre os 32 participantes: Flamengo, Palmeiras, Fluminense e Botafogo.
O primeiro brasileiro a entrar em campo será o Palmeiras, neste domingo, às 19h, contra o F.C. Porto, de Portugal. O Botafogo também joga hoje, às 23h, diante do Seattle Sounders FC, dos Estados Unidos.
Já o Flamengo estreia amanhã contra o Espérance, da Tunísia, às 22h, enquanto o Fluminense fecha a participação dos brasileiros na primeira rodada, na próxima terça-feira, às 13h, diante do alemão Borussia Dortmund.
Durante o período do torneio, a Série A do futebol brasileiro e as competições intercontinentais ficarão paralisadas. A meu juízo, um desastre para os nossos principais clubes devido ao já apertado calendário, prevendo-se jogos a cada três dias por competições diferentes no segundo semestre.
O que vai acontecer no conjunto da obra com o desempenho das equipes depois desse torneio é uma incógnita, pois, no pior cenário, pode haver, além de uma queda substancial de produção, contusões em massa de atletas devido ao excesso de jogos.
Clima de guerra
O atual presidente da FIFA, Gianni Infantino, no cargo desde 2016, idealizou esse inédito torneio Mundial de Clubes com o objetivo de engordar ainda mais a conta bancária da entidade.
Com certeza não imaginava o que iria encontrar no país-sede, que se acha em clima de guerra, por culpa de um presidente negacionista, truculento, defensor declarado de políticas públicas excludentes e até desumanas, como no caso do tratamento dado aos imigrantes.
A reação à perseguição do governo Trump, por parte dos imigrantes que estão indo às ruas e convocando toda a população para defender seus direitos, mesmo sob forte repressão do estado-policial, pode interferir negativamente, sobretudo, na presença de público nos jogos desse Mundial.
Apenas 7% da população americana têm o futebol como favorito, perdendo de goleada os que preferem futebol americano(38%), basquete(11%) e beisebol(9%).
Destes 7% da população que admitem o soccer” como esporte favorito, a maioria é composta de imigrantes ou seus filhos e descendentes, que agora são vítimas de perseguições por parte do governo Trump e poderão deixar de ir aos estádios, e seria um grande vexame ver a maior parte dos assentos vazios.
FIM DE PAPO
O Mundial de Clubes conta com 32 times participantes, 63 jogos no total e não haverá disputa por terceiro lugar. Os dois primeiros colocados de cada grupo se classificam para as oitavas de final. O confronto direto será o primeiro critério de desempate, seguido por saldo de gols e gols pró. Em caso de empate nos jogos de mata-mata, o confronto será definido na prorrogação. Caso o empate persista, haverá disputa por pênaltis.
Os atletas serão suspensos com dois cartões amarelos acumulados. A contagem será zerada apenas nas quartas de final. Cada clube brasileiro irá receber 21 milhões de dólares (cerca de R$ 86 milhões) por participação. O campeão pode faturar até 125 milhões de dólares (aproximadamente R$ 713 milhões na cotação atual). Ao todo, a Fifa vai distribuir 1 bilhão de dólares (cerca de R$ 5,8 bilhões) aos clubes participantes.
Com o Campeonato Brasileiro prolongado até 21 de dezembro, a solução encontrada pela maioria dos clubes foi antecipar as férias dos atletas, que não gostaram, mas tiveram de aceitar esses 15 dias de folga agora, para gozar o restante no fim do ano e início de 2026. O retorno das competições após o dia 13 de julho será frenético, com jogos a cada três dias, bem pior do que foi neste primeiro semestre.
A seleção brasileira venceu o Paraguai e garantiu sua vaga antecipadamente para a Copa do Mundo de 2026. Não há dúvida que a chegada do técnico Carlo Ancelotti significou um grande avanço e mudou o time da água para o vinho. O Brasil de Ancelotti, em apenas dois jogos, conseguiu ter organização tática, o que não demonstrou nos últimos três anos com técnicos interinos. Além disso, a atitude dos jogadores também é outra, um time guerreiro, que briga para vencer todos os duelos, marca pressão e consegue se impor em casa. Ancelotti terá agora tempo suficiente até a Copa do Mundo para conhecer melhor os jogadores que atuam aqui no Brasil, já que os de fora ele já conhece bem, para nos colocar novamente na rota para a conquista do hexa. (Fecha o pano!)
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