11 de junho, de 2025 | 08:45

Médico alerta que mounjaro não deve ser encarado como salvação para o emagrecimento

Anvisa ampliou liberação do medicamento para além do tratamento de diabetes

Arquivo pessoal
Breno Godinho observa que o remédio não é o causador do resultado final do emagrecimentoBreno Godinho observa que o remédio não é o causador do resultado final do emagrecimento
Por Bruna Lage - Repórter Diário do Aço
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a utilização do medicamento Mounjaro para auxiliar na perda de peso. O remédio injetável tem como princípio ativo a tirzepatida. O médico Breno Godinho, pós-graduado em endocrinologia, especialista em emagrecimento, que atua em Ipatinga, avalia o uso do medicamento e reforça a importância de hábitos saudáveis.

Desde 2023, o fármaco já estava autorizado para uso no Brasil, mas era indicado em bula apenas para o tratamento do diabetes tipo 2. Agora, também poderá ser prescrito para o emagrecimento de pessoas sem a doença, desde que elas tenham índice de massa corpórea acima de 30 kg/m², o que caracteriza obesidade, ou acima de 27 kg/m², na faixa de sobrepeso, em conjunto com alguma comorbidade.

Breno Godinho observa que é importante entender que o remédio não é o causador do resultado final do emagrecimento. O paciente não pode buscar um medicamento como a salvação. “O remédio é um facilitador, então quando a gente institui terapia medicamentosa para esse paciente, isso não dispensa de forma alguma o acompanhamento nutricional, uma alimentação saudável e adequada, atividade física, principalmente”, salienta.

Massa muscular
O médico acrescenta que esses medicamentos têm uma característica de perda de massa muscular, apesar de o Mounjaro ser menos agressivo nesse aspecto em relação ao ozempic. “A perda da massa muscular lentifica todo o metabolismo desse paciente. Ele tem menos gasto de energia basal, o corpo entra numa termogênese adaptativa e qualquer pequeno erro que ele cometa, vai ter um reganho de peso mesmo ao uso do medicamento em doses mais altas. Então, a atividade física eu vejo como ponto fundamental”, reforça.

Procura
Sobre a procura pelo medicamento, Breno Godinho revela que tanto nos consultórios e até mesmo de forma clandestina, a procura pelo Mounjaro vem crescendo cada dia mais, à medida que a mídia e os pacientes expõem os resultados alcançados. “Isso faz com que o interesse de inúmeras pessoas aumente e a procura por esse medicamento também. Hoje, aqui na minha demanda clínica, eu recebo quase que 60%, 70% de pacientes com a interesse e o desejo de utilizar essa medicação”, detalha.

Efeitos colaterais
Sobre os possíveis efeitos colaterais, Breno Godinho frisa que nessa medicação são comuns efeitos gastrointestinais. “Há possibilidade de náusea, de vômito, temos a possibilidade de diarreia também, dependendo do padrão alimentar que esse paciente tem. Então, é importante que a gente faça sempre a avaliação com uma equipe multiprofissional”, opina.

Por fim, o médico destaca que o Mounjaro é o melhor medicamento existente, para essa finalidade, e que nos próximos anos outros deverão surgir com um potencial muito maior. O profissional lembra da importância de ter um médico assistindo e que as terapias já existem há mais tempo. “Tivemos a liberação da Anvisa agora, mas a gente está sempre um passo à frente nos estudos, já utilizamos esse medicamento na prática clínica há mais tempo, há cerca de um ano. No exterior já existia o uso da medicação antes mesmo que no Brasil. Uma das funções do profissional é se manter atualizado para que a gente consiga oferecer para esse paciente a melhor terapia, em tempo hábil, e ver também se esse paciente ele é um bom respondedor ou não”, conclui.
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Comentários

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Gaspar

11 de junho, 2025 | 12:12

“Não existe a especialidade médica emagrecimento! Logo não existem também o ESPECIALISTA EM EMAGRECIMENTO!!!”

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