10 de junho, de 2025 | 17:00
Censo mostra crescimento de evangélicos e queda de católicos no Vale do Aço
Dados foram extraídos do Censo Demográfico 2022: Religiões - Resultados preliminares divulgados dia 7/6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do AçoA comunidade evangélica continua crescendo no Brasil e no Vale do Aço, com a proporção do número de fiéis igualando aos católicos em percentual nos municípios de Ipatinga e Timóteo. Conforme dados extraídos pelo Diário do Aço junto ao Censo Demográfico 2022: Religiões - Resultados preliminares da amostra, divulgados na última sexta-feira (7), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informam que a população de 10 anos ou mais que se denomina evangélica aumentou 6,39 pontos percentuais em Coronel Fabriciano, comparado ao Censo 2010. Ipatinga teve um aumento de 6,7%, em Santana do Paraíso o crescimento foi de 4,07% e em Timóteo, 4,62%.
Já o catolicismo perdeu 5,89 pontos percentuais em Coronel Fabriciano, 5,91% em Ipatinga, em Santana do Paraíso, o decréscimo foi de apenas 1,77%, enquanto em Timóteo, o encolhimento foi de 4,75%.
👉Os dados sobre religiosos em outras cidades e estados brasileiros podem ser consultados diretamente na página do IBGE, na internet.
Mattheus Rosa, graduado em Ciências Sociais pela UFMG e mestre em Cultura e Sociedade (UFBA), professor de Sociologia na Escola Estadual Maurílio Albanese Novaes, em Ipatinga, e de Sociologia e Filosofia no Sesi Rinaldo Campos Soares, acredita que a pesquisa evidencia uma reconfiguração do campo religioso brasileiro.
Arquivo DA
Dados foram extraídos do Censo Demográfico 2022: Religiões - Resultados preliminares divulgados dia 7/6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Essa mudança também não é uma simples troca de doutrina, mas representa transformações estruturais nas formas de pertencimento dos indivíduos. A gente pode dizer que o catolicismo, apesar de sua tradição histórica e simbólica, não conseguiu manter seu papel hegemônico diante da expansão das igrejas evangélicas pentecostais e neopentecostais, que oferecem maior identificação emocional, maior envolvimento comunitário e promessas de transformação imediata da vida”, afirmou o especialista em entrevista do Diário do Aço.
O professor acrescenta que entre os anos 1960 e 1970, a Igreja Católica, por meio da renovação carismática, buscou conter o avanço evangélico com alguns cultos mais afetivos, louvores e orações em línguas, no entanto, os efeitos foram limitados. Essa vertente cresceu mais nas elites católicas e nos jovens urbanos do Sudeste. Não teve o mesmo alcance popular que o pentecostalismo, onde há uma linguagem muito mais direta e imediata e também construiu e mantém uma capilaridade forte nas periferias”.
Matheus Valadares
Para Mattheus Rosa, as igrejas evangélicas cresceram com a oferta de maior identificação emocional e envolvimento comunitário

Mudança
O ipatinguense Lívio Brito Severo, de 42 anos, técnico em Radiologia Médica, que atualmente mora em Santana do Paraíso, contou ao Diário do Aço que deixou a Igreja Católica e se converteu ao protestantismo há cerca de cinco anos. Hoje, ele frequenta a igreja pentecostal. O que me atraiu nela foi a abordagem bem profunda da palavra, com ministrações próprias e espontâneas e louvores mais elaborados. Outro ponto muito importante é ter ministério infantil e juvenil, cultos específicos para homens, mulheres e casais”, revelou.
Para Lívio, a religião ajuda a moldar nosso caráter cristão e não de acordo com o que o mundo ou a sociedade nos impõe. Todas as leis que aprendemos desde crianças, como não matar, não roubar, não trair esposo ou esposa, vêm da doutrina cristã, não somente estas, mas uma grande variedade de leis vem dos ensinamentos bíblicos, e todas as decisões cotidianas devem ser baseados na justiça e na verdade”, completou.
Dados por cidades
Conforme a publicação do Censo, há 42.806 católicos em Coronel Fabriciano, o que representa 46,50%, enquanto os evangélicos são 37.777, o que representa 41,04%. Em 2010, eram 23.323 católicos (52,39%) e 15.424 evangélicos (34,65%).
Enviada ao Diário do Aço
Lívio Brito, morador de Santana do Paraíso, é uma das diversas pessoas que aderiram ao protestantismo entre os censos 2010 e 2022

Já em Ipatinga, o último censo mostra uma paridade entre as duas expressões de fé. Enquanto o catolicismo abrange 87.334 pessoas (43,4%), os evangélicos têm uma população de 87.122 (43,3%), um cenário diferente de 2010, quando eram 52.521 católicos (49,31%) e 38.975 evangélicos (36,60%).
Em Timóteo também há um equilíbrio entre as duas religiões, com leve vantagem para os evangélicos: 30.896 (42,95%). Os católicos são 30;791 (42,8%). No Censo de 2010, o cenário era diferente, com 16.569 católicos (47,55%) e 13.357 evangélicos (38,33%).
Por fim, em Santana do Paraíso, atualmente há 17.482 católicos (45,69%) e 15.982 evangélicos (41,77%). No Censo de 2010, eram 5.630 católicos e 4.398 evangélicos, o que representava 47,46% e 37,07%, respectivamente.
O novo dado chama a atenção pelo empate ou a superação do catolicismo pelos evangélicos em cidades médias, como Ipatinga e Timóteo. Esse equilíbrio revela que a hegemonia católica já não é mais um dado natural, como ocorria na sociedade rural em algumas décadas atrás, e que o Brasil vive hoje em um cenário de competição religiosa aberta”, finaliza Mattheus Rosa.
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Guimarino
11 de junho, 2025 | 18:12Nunca vou deixar o Sol, para ter seu reflexo num espelho, a verdadeira igreja é aquela nascida do Cenáculo, através Espírito Santo e instituída por JESUS CRISTO, Mateus 16,18”
Selma Alves de Oliveira Santos
11 de junho, 2025 | 14:35Eu frequentava uma igreja uma igreja evangélica, más por mais que agente vê tantas coisas bizarras dentro da igreja que abri mão de ir a igreja, estou louvado meu Jesus Cristo único e verdadeiro aqui no meu
lar”
Analista
11 de junho, 2025 | 10:12A minha fé é única e a única fé que eu tenho é em deus e gosto de fazer meu voto de fé dentro da minha casa que é o melhor lugar do mundo pra falar com deus,agora templos igrejas eu não frequento e não gosto de frequentar porque pra min essa briga entre católicos e evangélicos isso é uma tremenda ignorância e fanatismo por templos sendo que o deus é único e é o mesmo pra todos deus fez tudo e todos então ele é único e soberano igrejas e templos são pontos de comércio hoje em dia a onde tem que pagar para frequentar e deus não cobrou nada de ninguém quando se doou pela humanidade então vender a palavra de deus,montar igrejas para fins lucrativos,isso é crime e é blasfêmia e derrespeito aos olhos de deus ele vê tudo,o pecado está na consciência de cada um e nas suas atitudes.amen deus seja louvado todos os dias de forma humilde e simples como ele sempre foi”
Mariana Castro Portilho
11 de junho, 2025 | 09:08Certa vez, na época da pandemia fizeram uma brincadeira comigo, que eu não gostei. Certo cidadão, evangélico, me disse que eu perderia o meu emprego e teria de trabalhar na praia vendendo picolé, pois não haveria emprego.... Eu disse ao mesmo tempo, que não! Eu disse que eu passaria a ser um pastor! Ele perdeu a graça da brincadeira, se é que aquilo era uma brincadeira.... e disse que não é fácil ser um pastor. Na verdade, o que não é fácil, é ser cristão de verdade! Muito feio isso, anunciar a palavra de cristo e praticar a hipocrisia..”
Gildázio Garcia Vitor
10 de junho, 2025 | 21:21No final da década de 1980, foi publicado um livro, bem católico-panfletário, "Os Demônios Descem do Norte", de Delcio Monteiro de Lima, que previa o que está acontecendo hoje. Apesar de termos obras melhores sobre o tema, vale a pena lê-lo.”
Uma Pessoa Qualquer
10 de junho, 2025 | 16:01Também o que se abre de igreja evangélica em Ipatinga ajuda o crescimento da religião, só no meu bairro mesmo o que se fechou de estabelecimentos e abriu uma igreja para juntar 5 a 10 pessoas, chega se perder a conta.
Deveria se ter regras mais firmes sobre isso, senão daqui a pouco a cidade só vai ter igreja no lugar dos estabelecimentos, eu sei que cada um expressa a fé da sua forma, mas tem umas igrejas de forma tão irregular abertas que dá não.”
Marcelo Costa
10 de junho, 2025 | 11:30Os comentários desta portagem nas redes sociais comprovam que o fenômeno social por trás do crescimento dos evangélicos conservadores e radicais no Brasil não é coisa pra qualquer um entender. As pessoas estão comentando sem nem sequer observar de onde vem os dados da notícia.
Mas, vamos lá. Esse movimento preocupante é resultado de uma complexa interação de fatores sociais, econômicos, políticos e culturais que redesenharam o mapa religioso e o cenário político brasileiro. Os dados do IBGE precisam ser atualizados, pois a realidade agora pode mostrar numeros maiores ainda em relação a esses.
A base desse crescimento está majoritariamente ligada às correntes pentecostais e neopentecostais. E as projeções mostram que evangélicos, como um todo, poderão se tornar a maioria da população brasileira em breve. São dados oficiais. Essas são as razões:
1. Crise de pertencimento e a busca por cComunidade
2. Insegurança econômica e a teologia da prosperidade
3. Articulação política e a conquista de poder. Os principais líderes evangélicos são milionários que querem, depois do reconhecimento, o poder.
4. Estratégia midiática e a disseminação da mensagem
5. Reação a mudanças sociais e a Guerra Cultural. O crescimento do evangelicalismo conservador também pode ser entendido como uma reação a avanços em pautas progressistas. A maior visibilidade de movimentos feministas e LGBTQIA+, por exemplo, é percebida por esses grupos como uma ameaça à família tradicional e aos valores cristãos. Essa percepção alimenta um discurso de "guerra cultural", no qual se veem como defensores da moralidade e da ordem social. A lista é longa. Paro por aqui, mas pesquisem também e vejam para onde caminhamos. Eu sou cristão, mas não gosto de radicalismos.”
Antonio
10 de junho, 2025 | 11:23Isto não deveria ser novidade, e profecia a verdadeira igreja , vai diminuir até se tornar um fio de água.
A eleição do Papa Leão XIV:
"Existe um tipo de sabedoria que não é elevada. Ele não procura atenção. Ele não grita para ser visto. Ela simplesmente existe, silenciosa, profunda e eternamente. Esta é a sabedoria da Igreja Católica, um corpo que sobreviveu a impérios, a cismas, suportou escândalos e, ainda assim, permanece de pé, firme e sagrado. A Igreja Católica não é uma tendência. Não é uma onda social. É uma instituição que caminha com o tempo, mas escuta a eternidade.
Enquanto o mundo se ocupava de previsões, elaborando listas de cardeais notáveis, analisando alinhamentos políticos e formulando teorias sobre quem seria o próximo Papa, o Colégio dos Cardeais escolheu um caminho diferente. Ignoraram o barulho. Afastaram-se dos holofotes. Entraram no sagrado e regressaram com um nome que o mundo jamais imaginou. Papa Leão XIV. Um nome que não tinha sido sussurrado nos corredores da especulação. Um homem desconhecido nas manchetes. Uma escolha que silenciou todos os analistas e redefiniu a bússola da seleção divina.
Isto não é uma coincidência. É uma confirmação da ordem divina.
O que o Vaticano fez não foi apenas eleger um novo Papa. Fizeram uma declaração ao mundo. Lembraram à humanidade que Deus não segue tendências. Ele define-os. Que a verdadeira liderança nem sempre se encontra no óbvio. Que por vezes, quem carrega o manto não é aquele que o mundo espera, mas aquele que o céu aprova. Este é o mistério da sucessão divina, envolto em silêncio, revestido de oração e selado em sagrada deliberação.
A cada dia que passa, vejo claramente porque é que esta instituição continua a ser venerada. Não é porque os seus membros são perfeitos. Não é porque os seus líderes sejam imunes ao erro. Isto porque, apesar da imperfeição humana nela existente, a Igreja Católica permanece enraizada na ordem sagrada, na governação estruturada e na disciplina espiritual. É uma instituição que domina a continuidade. A sua longevidade não é sustentada pela conveniência, mas pela consagração.
Nenhuma igreja é perfeita. Nenhuma instituição humana está isenta de falhas. A Igreja Católica não é exceção. Nela existem homens e mulheres com diferentes graus de santidade, sinceridade e luta. Mas no meio de tudo isto, permanece um núcleo profundamente espiritual, um centro que se mantém, um sistema que funciona, um ritmo que não se quebra. Há aqueles que estão dentro dos seus muros que servem a Deus em espírito e em verdade, silenciosa, humilde e fervorosamente. A devoção deles não é uma performance. A fé deles não é uma moda. É uma vida.
O que aconteceu na eleição do Papa Leão XIV não é apenas um acontecimento político ou eclesiástico. É um espelho para o resto do mundo cristão. Expõe, por comparação, o caos que reina em muitos ambientes das igrejas modernas, particularmente no espaço pentecostal. Em algumas destas assembleias, as lutas pelo poder substituíram a oração, e a ambição afogou a unção. A liderança é herdada como propriedade. As eleições são manipuladas como acordos comerciais. O púlpito tornou-se uma plataforma para a performance, não um lugar de transformação. O altar tornou-se um local de exposição, não um santuário.
Mesmo entre os chamados irmãos, o amor arrefeceu. A lealdade é transacional. A fraternidade é vazia. É uma tragédia que muitas igrejas pentecostais não conseguem sequer imaginar manter um processo de sucessão tão transparente, espiritual e altruísta. Ajudar um colega ministro é visto como uma ameaça. A ideia de unidade na liderança foi substituída pela competição e pela suspeita. O sagrado está a ser sacrificado no altar do sucesso.
Mas hoje, a Igreja Católica recordou-nos algo que nos esquecemos. Que o reino de Deus não é ruído, mas ordem. Não exibição, mas disciplina. Não a popularidade, mas a pureza. Lembrou-nos que, quando Deus tem permissão para falar, Ele geralmente escolhe alguém que ninguém esperava. Ele ressuscitará o homem que está escondido. Ele levantará aquele que esteve no lugar secreto.
A eleição do Papa Leão XIV é uma lição para a Igreja e para o mundo. É um apelo ao regresso à estrutura, à sacralidade, à tomada de decisões guiada pelo espírito. É a prova de que uma instituição pode ser antiga, mas não obsoleta. Antigo, mas não irrelevante. Tradicional, mas não estagnado. É a sabedoria em ação.
Esta é a sabedoria da Igreja eterna. Este é o mistério da ordem divina. Este é o poder do sagrado. E num mundo afogado em confusão, ela brilha como uma luz que não pode ser escondida.
Que todo o ouvido que ouve ouça. Que todo o olho que o vê aprenda. Que todo o coração que o compreenda regresse ao antigo caminho que conduz à vida.
Verdadeiramente, Deus não pode ser manipulado ,Deus é Deus para sempre!"”