07 de junho, de 2025 | 08:45
Setor de serviços impulsiona geração de empregos formais no Vale do Aço
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Até abril, o setor de serviços registrou 1.324 novas oportunidades de trabalho com carteira assinada
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço 
Apesar de não viver os momentos áureos de geração de empregos por carteira assinada, a Região Metropolitana do Vale do Aço vem performando de forma positiva nos primeiros quatro meses de 2025. É o que mostra os dados recentes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) e tabulados para o Diário do Aço por William Passos, geógrafo e coordenador de Estatística e de Pesquisa do Observatório das Metropolizações Vale do Aço, vinculado ao campus Ipatinga do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG).
Conforme a pesquisa, de janeiro a abril, a região já soma um superávit de 1.691 empregos formais gerados. Todas as cidades, exceto Timóteo, apresentam saldos positivos, com destaque para Ipatinga, com 1.370 novas vagas geradas, o que representa 81,02%.
Coronel Fabriciano gerou 374 novas oportunidades de empregos, enquanto Santana do Paraíso teve 60 novas assinaturas de empregos formais. Por outro lado, Timóteo ainda não engrenou, e perdeu 113 postos de trabalho.
Setores
O setor industrial, historicamente importante para a geração de empregos e produção de riquezas no Vale do Aço, atravessa um momento difícil no que tange a empregabilidade, e tem um saldo negativo de 332 vagas no ano.
Como Vale do Aço é uma região industrial muito dependente dos empregos gerados na indústria, quando a indústria não vai bem, o mercado de trabalho, a economia do Vale do Aço costuma não ir bem. Entretanto, o setor de serviços meio que está compensando essa situação porque está registrando uma geração muito forte e fazendo com que a economia da região venha registrando uma situação bastante positiva no que diz respeito à geração do emprego com carteira assinada”, explicou William Passos.
O setor de serviços, até abril, registrou 1.324 novas oportunidades de trabalho com carteira assinada.
Os salários de admissão ainda continuam muito baixos, muito próximos a um salário mínimo. Está muito concentrado na faixa entre 1 e 2 salários, mas a gente vem observando que a região vem conseguindo registrar saldo positivo na geração de vagas, apesar da indústria ter um comportamento ruim, de bastante demissão”, ressalta o analista.
O segundo setor com mais empregos formais produzidos ao longo do ano é o da construção civil, com 485 oportunidades geradas. No entanto, William faz uma ressalva. A construção civil é um setor com alta taxa de informalidade, em torno de 70% das contratações são informais, sem assinatura de carteira”.
Já o setor agropecuário tem um superávit de 13 empregos formais gerados nos primeiros quatro meses de 2025.
Abril
Quando avaliado apenas o quarto mês do ano, todos os municípios performam de forma positiva, com Ipatinga liderando a lista com 538 empregos gerados, seguido por Coronel Fabriciano (91), Timóteo (72), e Santana do Paraíso (27).
Acho que é importante também destacar um outro dado, dessa vez do IBGE, que é a Pnad contínua mensal, que não é baseada nas informações das empresas. Hoje nós temos no Brasil 58,2% das pessoas em idade de trabalhar no mercado de trabalho, considerando formais e informais. Temos a informalidade em um nível muito baixo do ponto de vista histórico, somente 37,9% da população ocupada está na informalidade e a gente tem, segundo a Pnad, um recorde de trabalhadores com carteira assinada no setor privado que somam mais de 39,6 milhões de trabalhadores”, finaliza o geógrafo.
Minas é destaque no país
O estado mineiro foi o destaque do país em abril na geração de empregos com carteira assinada. Minas fechou o mês com 29.083 novos postos formais, resultado de 243.508 admissões e 214.425 desligamentos. No acumulado do ano, entre janeiro e abril de 2025, Minas Gerais tem saldo de 105.584 novos empregos formais. Nos últimos 12 meses, o estado abriu 130.336 novos postos de trabalho com carteira assinada.Em abril, o desempenho positivo foi registrado em todos os cinco grandes grupamentos de atividades econômicas avaliados em Minas Gerais. O destaque foi o setor de serviços, que terminou o mês com um saldo de 14.744 vagas. Na sequência aparecem indústria (4.551), comércio (3.978), Construção (3.704) e Agropecuária (2.111 mil).
Melhor desempenho desde 2020
Em nível nacional, foram geradas 257.528 vagas com carteira assinada em abril. O resultado representa o melhor desempenho para o mês desde o início da série histórica do Novo Caged, iniciada em 2020. O saldo foi positivo nas 27 Unidades da Federação e nos quatro setores avaliados. De janeiro a abril, o país gerou 922.362 vagas formais. No acumulado dos últimos 12 meses (maio de 2024 a abril de 2025), o saldo chega a 1,6 milhão de postos de emprego.Os dados de abril são resultantes de 2.282.187 admissões e 2.024.659 desligamentos. Com as 257 mil vagas do mês, o país superou pela primeira vez na história o marco de 48 milhões de vínculos com carteira assinada no país.
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