08 de junho, de 2025 | 06:00

Pachecos, calma!

Fernando Rocha

Não acho correto atirar pedras e já desacreditar o trabalho do novo técnico, o italiano Carlo Ancelotti, que chegou, deu pouquíssimos treinos e está conhecendo a maioria dos jogadores.

Se a gente pensar que o Equador está na frente do Brasil na classificação, muito mais entrosado e possui bons jogadores, o empate não foi um resultado ruim.

Os “Pachecos” - que um dia fui - precisam entender que não existe mais uma geração de ouro no futebol brasileiro; a última foi em 2022 que tinha Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo, Ronaldinho e Ronaldo, e mesmo assim havia muita gente que duvidava e não acreditava na conquista do penta.

Ancelotti de bobo não tem nada e deve ter percebido que, apesar da sua boa vontade, Richarlison não será solução para o ataque, mas deve ter ficado satisfeito com a volta de Casemiro, sabe que a equipe carece de entrosamento e isso só virá com o tempo.

Na próxima terça-feira, a seleção recebe o Paraguai, em São Paulo, outra equipe à nossa frente e não será um adversário mamão com açúcar.

O que não me parece razoável é essa mudança de humor constante dos Pachecos: num instante eufóricos e otimistas; minutos depois, furiosos, chatos e desesperançosos com a seleção.

Torneio à vista
O Cruzeiro deverá disputar um interessante torneio internacional, no Espírito Santo, com a participação de dois times da prateleira de cima do futebol argentino.

A competição, prevista para o período de 2 a 6 de julho, terá jogos disputados no Estádio Kleber Andrade, em Cariacica-ES, com capacidade para 21.152 torcedores, um pouco inferior ao Ipatingão, que pode receber até 22 mil pessoas.

Além da Raposa, vão participar deste torneio a Desportiva Ferroviária, representante do futebol capixaba, o Defensa e Justicia e o Estudiantes La Plata, ambos argentinos.

Uma empresa paulista, cujo nome não foi divulgado, estaria por trás da promoção que, além de dar aos clubes uma boa grana e promover o turismo no vizinho estado do Espírito Santo, pois os jogos serão transmitidos para vários países, vai proporcionar ao Cruzeiro o ritmo de jogo tão almejado durante a paralisação para o Mundial de Clubes.

FIM DE PAPO

Caso a realização deste torneio se confirme, vamos ter o famoso ganha-ganha, ou seja, bom para os promotores do evento, os clubes e os torcedores capixabas, que vão assistir a bons jogos. Não deixa de causar um certo ciúme na grande torcida do Cruzeiro no Vale do Aço, pois recentemente o dono da SAF celeste, o empresário Pedro Lourenço, durante a inauguração de lojas da sua rede de supermercados na região, prometera trazer jogos do time estrelado para o Ipatingão.

O “Gigante do Parque Ipanema”, que até o início deste século recebeu grandes jogos do Cruzeiro e Atlético, comprovando a força de suas torcidas na região, há muito tempo tem sediado apenas jogos de menores públicos do Ipatinga pelo Campeonato Mineiro da 2ªDivisão. Qual seria a causa desse distanciamento com os dois principais clubes do estado? Jogos no Ipatingão são muito importantes para a região não só pela divulgação na mídia nacional e até internacional, mas pelos milhões de reais que são injetados diretamente em nossa economia.

Cabe, então, perguntar: por que o ovo de galinha tem mais valor comercial do que o ovo de pato? Claro, a maior produção do ovo de galinha é fator preponderante para se ter o hábito de consumo maior pela população, mas, segundo o Google, isto se dá também “porque a galinha é barulhenta, canta e faz propaganda ao botar, enquanto a pata o faz em silencio”. Tenho absoluta convicção que se esse torneio citado acima fosse realizado aqui, no Ipatingão, teríamos lotação máxima em todos os jogos, o que não irá acontecer no Espírito Santo, pois os capixabas torcem em sua maioria absoluta para times cariocas.

Hoje há muita concorrência, vários novos estádios foram reformados ou construídos a partir da Copa de 2014, como é o caso do Kleber Andrade, em Cariacica-ES. Por isso, se não correr atrás a roda não vai girar. Também é preciso investimento, pois o Ipatingão carece de obras estruturais e não apenas arranjos de maquiagem. Uma nova iluminação, placar eletrônico, modernização dos setores de vestiários, banheiros, bares, atendimento à imprensa, são necessidades urgentes que de fato custam caro, porém, o retorno é certeiro. Não faltam deputados para encaminhar “emendas”, que poderiam custear essas obras. Mas, se não houver quem grite, peça, corra atrás, faça barulho e mostre aos dirigentes dos nossos principais clubes as vantagens de se jogar aqui, no Ipatingão, aproveitar a força de suas torcidas na região, ficará tudo como está. (Fecha o pano!)

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