06 de junho, de 2025 | 06:12

Bolsonaro diz que deu R$ 2 milhões para custear filho que está nos EUA em campanha contra autoridades no Brasil

Ex-presidente prestou depoimento Polícia Federal, em Brasília, em investigação de ação para incitar governo estrangeiro contra brasileiros

Com informações da Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Bolsonaro afirmou em depoimento na PF que dinheiro enviado ao filho é parte dos R$ 17,2 milhões arracadados em doações de apoiadores via Pix Bolsonaro afirmou em depoimento na PF que dinheiro enviado ao filho é parte dos R$ 17,2 milhões arracadados em doações de apoiadores via Pix

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou em depoimento nesta quinta-feira (5) que depositou R$ 2 milhões para ajudar a custear as despesas de seu filho Eduardo Bolsonaro que está nos Estados Unidos e é alvo de inquérito pela suspeita de incitar o governo estadunidense a adotar medidas contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e outras autoridades brasileiras.

Bolsonaro chegou na sede da Polícia Federal, em Brasília, pouco depois das 14h30. O depoimento sobre o inquérito que investiga seu filho estava marcado para as 15h.

Na saída, ao ser questionado por jornalistas, o ex-presidente disse que o repasse foi feito a pedido de Eduardo e que o dinheiro veio dos R$ 17,2 milhões recebidos via Pix em sua conta pessoal nos primeiros seis meses de 2023.

“Vocês sabem que, lá atrás, eu não fiz campanha, mas foram depositados na minha conta R$ 17 milhões. Eu botei R$ 2 milhões na conta dele [Eduardo]. Lá fora, tudo é mais caro. Eu tenho dois netos, repito, um de 4 e o outro de 1 ano de idade. Ele [Eduardo] está lá fora, eu não quero que ele passe dificuldades. É muito? É bastante dinheiro. Lá nos Estados Unidos pode ser nem tanto, dá uns 350 mil dólares, mas eu quero o bem-estar dele”, argumentou Bolsonaro.

Crimes de coação
A investigação foi aberta a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que vê na atuação de Eduardo Bolsonaro o cometimento de crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigações sobre organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado de Direito.

O depoimento de Bolsonaro foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que foi escolhido relator do caso por também atuar no comando das ações da trama golpista e no inquérito das fake news. Moraes quer esclarecimentos sobre Bolsonaro ser “diretamente beneficiado” pelas ações de seu filho.
O ex-presidente Jair Bolsonaro durante declaração à imprensa após virar Réu no STF. Foto: Lula Marques/Agência BrasilO ex-presidente Jair Bolsonaro durante declaração à imprensa após virar Réu no STF. Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Aos jornalistas, o ex-presidente negou qualquer tipo de lobby ou ação de Eduardo para que o governo dos Estados Unidos adote sanções contra autoridades brasileiras.

“Eu converso com o meu filho de vez em quando. O trabalho que ele faz lá é por democracia no Brasil. Não existe sancionamento de qualquer autoridade, aqui ou no mundo, por parte do governo americano por lobby. É tudo por fatos, então não adianta ninguém querer jogar para cima dele”, disse.

Bolsonaro afirmou, ainda, ser perseguido. “Para mim a perseguição continua”, afirmou. O ex-presidente disse que não vê irregularidade na conduta do filho. “É uma perseguição, no meu entender. Se meu filho estivesse cometendo qualquer ato irregular lá, parte do parlamento americano [com quem] ele mantém contato, estaria cometendo um crime também”, acentuou.

Depoimento
Questionado sobre o depoimento que deve prestar diretamente a Alexandre de Moraes, marcado para a próxima semana, Bolsonaro afirmou que está feliz com o encontro.

“Eu acho que é excelente a ideia de, ao vivo, nós falarmos sobre golpe de Estado. Excelente. Estou muito feliz [porque] teremos a oportunidade de esclarecer o que aconteceu naquele momento. O senhor vai responder, senhor. Sem problema nenhum”, disse.

Bolsonaro salientou, ainda, não ter relação com a deputada federal Carla Zambelli e que não enviou dinheiro para ela, que teve o nome incluído na lista da Interpol após fugir do Brasil.

"Eu vi pela imprensa que estou no inquérito também [sobre Zambelli]. Mas esse assunto não foi tratado. Não tenho nada a ver com a Carla Zambelli, não botei dinheiro no Pix dela, tá certo? Realmente acompanhei pela imprensa o caso dela", finalizou.
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Comentários

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Zé Doido

06 de junho, 2025 | 20:04

“O cara sendo bancado pelo papai e quer ser candidato a presidente do Brasil no próximo ano, vergonha pra eles e vergonha para nós brasileiros, se um marmanjo que não consegue se sustentar e é bancado pelo pai, que expertise esse ser tem pra ser um presidente?

#VERGONHA,”

Espanhola

06 de junho, 2025 | 09:41

“Esses políticos falam em milhões com a maior naturalidade enquanto a maioria dos brasileiros tem que sobreviver com 1.518 reais. É um absurdo,de onde esse ex presidente tirou 2 milhões?”

Viewer

06 de junho, 2025 | 09:02

“Um pai dar dinheiro para o filho é crime ? então se criminalizou todas as famílias do Brasil.”

Marcelo Costa

06 de junho, 2025 | 07:22

“? o dinheiro dos patriotas patrocinando mais essa pataquada, gente. A política brasileira virou uma coisa insuportável, um circo de babacas, um bando de incompetentes, semi-analfabetos. Como é que vamos esperar que deixaremos um país melhor para nossos filhos e nossos netos? Quando vamos entender que Bolsonaro e Lula defendem apenas seus interesses?”

Gildázio Garcia Vitor

06 de junho, 2025 | 07:03

“Queria ter um pai assim! Politicamente é uma vergonha, mas monetariamente é um "gênio".”

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