06 de junho, de 2025 | 08:45
Coronel Fabriciano orienta sobre doenças respiratórias
Por Isabelly Quintão - Repórter Diário do AçoCom o aumento de doenças respiratórias no Vale do Aço, a Secretaria de Saúde de Coronel Fabriciano fez uma convocação esta semana, para que a população adote a prevenção e entenda melhor a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que leva hospitais à superlotação neste período mais frio do ano.
Em entrevista à reportagem do Diário do Aço, o médico infectologista Vitor Martins, destacou que é importante aprender a diferenciar gripe de resfriado. Neste período do ano, vários vírus respiratórios que causam infecção das vias aéreas circulam entre nós. O vírus da gripe provoca uma doença mais prolongada e intensa, com dores no corpo, cansaço, e até febre. O resfriado é causado por outros vírus de menor importância clínica e de menor duração, com sintomas mais leves, como coriza, espirro e dor de garganta”, explicou.
Por essa razão, o médico detalhou que, quando uma pessoa se vacina contra a gripe, ela está se protegendo contra o vírus Influenza, que pode causar a gripe na forma mais aguda, mas ainda assim a pessoa pode ficar suscetível a outros vírus respiratórios, que causam resfriado. O profissional da saúde acrescentou que o período de maior transmissão dos vírus respiratórios é entre o outono e o inverno.
Começa em março, abril e termina lá em agosto ou setembro, dependendo da região. A diminuição das temperaturas e a alteração da umidade favorecem a circulação desses vírus. Então novos casos provavelmente ocorrerão. O que precisamos fazer é prevenir os casos graves, daí a importância da vacinação nos pacientes com doenças crônicas nos idosos, crianças e gestantes”, mencionou.
O especialista acrescenta que outras medidas de prevenção além da vacina consistem em higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel 70%, evitar aglomeração e locais fechados desnecessariamente, e utilizar máscara nos pacientes com sintomas respiratórios para evitar a transmissão para os contatos próximos”.
Sintomatologias
A gerente da Vigilância em Saúde, Vânia Tavares, também reforçou a importância de compreender melhor sobre a SRAG. Apesar de ter no nome aguda grave, que assusta um pouco as pessoas, essa síndrome respiratória nada mais é que sintomatologias. Depois da covid, o Ministério da Saúde fez uma ficha nova para separar esses pacientes de covid-19, de H1N1, que é a Influenza e afins, e montou outra ficha com a SRAG”.
Vânia enfatizou que os pacientes com SRAG têm sintomas como dispneia, dificuldade respiratória, esforço para respirar, lábios arroxeados, e saturação menor que 95. Todo paciente que entra no hospital e é internado com essas características é classificado como síndrome respiratória, ainda que não tenha o diagnóstico dessa doença. Dos óbitos que tivemos em Coronel Fabriciano por SRAG, somente dois deles apresentaram diagnóstico fechado, um para covid e outro para Influenza do tipo A”, detalhou.
Ela acrescentou que a síndrome sempre irá existir, e que em 2022, houve 32 óbitos pela mesma condição e, no ano passado, nove mortes. É muito importante esclarecer isso para que não seja provocado um caos nas pessoas. Às vezes se preocupam se todos os óbitos foram de covid ou Influenza”, mencionou.
Município preparado
O secretário de Governança e Saúde e vice-prefeito de Coronel Fabriciano, Ricardo Cacau, afirmou que a administração preparou a equipe de atenção primária e fez um plano de contingência junto à UPA e ao Hospital Dr. José Maria Morais. Fizemos um trabalho de estratégia em que todos estão preparados para melhor atender a nossa população. Na cidade, todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) têm salas de vacina, inclusive na zona rural. Já vacinamos todas as creches e escolas do município, do estado, e particulares. Também adquirimos o Vacimóvel”, finalizou.
Casos
Até o momento, foram registrados 15 óbitos no município relacionados à SRAG em 2025. A condição é caracterizada pela evolução de casos de Síndrome Gripal (SG) com comprometimento da função respiratória, geralmente provocada por vírus respiratórios. Até o dia 3 de junho, o número de doses aplicadas da vacina foram 22.490.
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